Bow bow! O som do tiro era audível mesmo com os fones de proteção. Ao atirar, seu braço tremia e bala passa longe do alvo.
_ Você é péssima_ diz Thomas que ocupava a cabine ao lado.
_ Eu já percebi isso.
Ele sorri, não parecia ter falado por mal.
_ Deixe-me ajudar_ ele entra na cabine de Ana e pega sua arma_ você não segura com firmeza suficiente, assim acaba errando o alvo.
Ele atira e acerta bem na cabeça do boneco de plástico como se tivesse nascido para isso.
_ Onde aprendeu a atirar?
_ Onde eu morava nós tínhamos o costume de caçar com espingarda, tudo que fiz foi me adaptar a uma nova arma.
_ Obrigada, eu não faço a menor ideia do que estou fazendo_ Ana se reposiciona para atirar, agora com mais firmeza.
_ Se lhe tranquiliza, nenhum de nós sabe.
Bow bow!
***
_ Kendo, uma arte marcial japonesa que utiliza espadas de bambu como armas. Iremos praticar em duplas, Aribella e Thomas, Oliver e Ana e David com o instrutor que eu trouxe. Primeiramente ele dará uma demonstração e vocês terão que reproduzi-la.
O instrutor era alto e musculoso, David parecia uma criança assustada perto dele. O homem executa vários movimentos com excelente maestria, manuseava o bambu com tanta facilidade que chegava a parecer que não passava de uma extensão do seu braço. Em pouco tempo, David estava no chão.
_ Podem começar_ ordena Morfeu.
Oliver começa seus movimentos sem nenhuma habilidade, porém com muita força. Ana desviava, até então havia permanecido com uma postura na defensiva.
_ Vamos ficar nesse jogo de gato e rato?_ insinua Oliver.
_ Suponho que você acha que eu sou o rato.
_ Obviamente_ ele ri_ vamos quebrar esse gelo.
_ Gelo?_ pergunta Ana.
_ Sim, pelo visto passaremos muito tempo aqui, é melhor conhecer com quem vou conviver.
Ana é derrubada, suas costas ardem ao encontrar o chão.
_ Isso me parece mais uma estratégia para mim distrair_ fala enquanto aceita uma mãozinha de Oliver para se levantar.
_ Não havia pensado nisso, mas é uma ótima ideia._ fala sorrindo.
_ O que está fazendo aqui?
_ Eu lhe faço a mesma pergunta_ Oliver tenta desviar do assunto.
_ Eu perguntei primeiro_ insiste a menina.
_ Tudo bem_ suspira_ eu havia terminado a escola e não tinha a mínima ideia do que fazer em seguida. Ai surgiu um homem maluco com uma proposta maluca que eu acabei aceitando.
_ Ele poderia ser... Sei lá, um sequestrador!
_Estava disposto a correr o risco.
_ Seus pais não se incomodaram com sua ida a um país estranho com um desconhecido?_ Ana cai novamente e solta uma gemida em desistência.
_ Na verdade eles não sabem que estou no Brasil, pensam que estou estudando em uma faculdade em Londres.
_ Você mentiu!
_ E os seus pais?_ questiona Oliver.
_ Minha mãe pensa que estou tendo uma consulta normal e não um treinamento militar.
_ Pelo visto não sou o único que anda mentindo_ diz Oliver com humor_ E o seu pai?
_ Eu não tenho pai_ Ana fala com seriedade.
_ E sua mãe fez você com o que? Com o dedo?
Ana o olha de cara feia.
_ Foi mal, fui inconveniente._ se desculpa.
_ Que bom que reconhece_ o clima se torna pesado e silencioso até Morfeu começar a falar e todos os olhares se direcionarem para ele.
Pigarreia e começa:
_ Vamos parar por aqui o treinamento de hoje_ avisa e um suspiro de alívio é dado em grupo_ Agradeço o esforço de todos, mas quero lembra-los que ainda há muito pela frente. Tenho previsão que estarão preparados em pouco tempo, provavelmente próxima semana.
_ Próxima semana?!_ exclama David_ doutor Morfeu, não acha que está sendo um pouco precipitado. Nós mal começamos a treinar!
_ Não, senhor White. Os senhores vêm sendo treinados desde muito cedo, a diferença é que agora sabem que estão.
_ O que quer dizer?
_ O que estou querendo dizer é que os conheço a muito mais tempo do que vocês me conhecem. Quando eram pequenas crianças sem nenhuma perspectiva de vida, eu já havia arquitetados planos para vocês.
_ Quer dizer que nos vigiava?_ Ana se enche de fúria
_ Não, só sempre me mantive informado. Não poderia deixar que corressem riscos que comprometessem...
_ Seu projeto?
_ Vocês tem que entender, por mais que seja difícil, que fazem parte de uma espécie humana em extinção_ Morfeu falava com tranquilidade, chegava a parecer frio e sonso.
_ O doutor está brincando com nossas vidas, eu estou fora!_ Ana sai.
***
Aribella observa toda conversa em silencio. Preferia assim, pois sabia que se abrisse a boca falaria mais o que devia. Mas com a retirada de Ana, foi quase impossível se manter no lugar sem fazer nada. Correu atrás da menina o mais rápido que pode e só conseguiu alcança-la quando estava no jardim.
_ Ana, espere!_ chama mas Ana nem ao menos vira para olhar_ eu só quero conversar.
A garota para e diz:
_ Como consegue aguentar seu pai? Ele é maluco!
_ Calma_ Aribella tenta tranquiliza-la_ reconheço que parece que meu pai não bate bem da cabeça, mas ele tem os seus motivos. O que quero dizer Ana, é que não pode sair do projeto.
_ Como não? Ele mesmo disse que não estávamos presos, podíamos sair quando bem entendêssemos.
_ Você não está entendendo, se sair você morre.
***
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Lugar Nenhum
Khoa học viễn tưởngAna não podia imaginar que o que lhe parecia ser um problema lhe tornaria especial entre poucos no mundo. Embarque numa história que promete lhe tirar do chão e te levar para outro universo. **************************************** Respeito é bom e...