Acordei na manhã seguinte com uma incrível dor de cabeça, então decidi levantar da cama já que não iria conseguir voltar a dormir. Ao dar meu primeiro passo me senti incrivelmente fraca, como se todos os meus ossos estivessem sendo martelados e meus órgãos estivessem se desintegrando. Logo me lembrei de que não havia comido muito no dia anterior e que isso poderia estar me afetando, então fui praticamente arrastando o peso do meu corpo até a cozinha e,ao chegar lá, abri o armário e vi que haviam apenas embalagens brancas e retangulares de tamanhos diferentes e sem nenhum rótulo. "Ótimo, vou ter que brincar de "adivinha o que tem na caixa"" pensei. Na primeira caixa havia uma comida verde, gosmenta, fedida e com uma espessura irregular, a qual era desconhecida por mim e que seria considerada estragada no meu mundo. Nas duas próximas caixas dei sorte, conseguindo o essencial para um simples café da manhã. O estranho foi que na segunda caixa havia um único pote de iogurte e a caixa era resfriada por dentro, excluindo totalmente a necessidade de uma geladeira. Dei uma olhada em volta na cozinha e percebi que além da ausência da geladeira, também não havia fogão ou forno microondas ou qualquer outro eletrodoméstico e utensílio de cozinha considerados úteis e necessários por mim. Provavelmente as caixas mantinham os alimentos prontos para serem ingeridos, sem precisar aquecer ou resfriar ou qualquer outra coisa, mostrando o quão avançada aquela sociedade era. Com essas caixas, eles conseguiam ser um mundo mais "green", ganhando de longe no aspecto natureza do meu mundo. Se essas caixas um dia existirem na minha dimensão, elas irão resolver muitos problemas ambientais...
Após um tempo sem fazer nada naquela casa, decidi dar uma volta pela cidade. Para ser mais específica, iria andar nas regiões próximas à barreira, já que não havia ninguém nessa casa e não conhecia ninguém nessa cidade essa me parecia ser a coisa mais inteligente e menos entediante a se fazer. Além disso, sentia uma necessidade enorme de observar a barreira cautelosamente, era algo mais forte do que eu, era uma vontade que quase me controlava. Então, seguindo meus instintos, fui em direção ao ponto da barreira que havia visto no dia anterior e a observei um pouco, logo, virei em direção à esquerda e fui andando ao lado daquele imenso muro metálico. Não havia nenhuma loja adjunta à barreira, era sempre deixado um espaço entre ambos, o que acabou facilitando minha caminhada, já que não precisava desviar de nada em meu caminho. Ademais, todas as lojas próximas à barreira estavam fechadas e tinham muita poeira em seus vidros, imaginei então que estivessem fechadas faz anos por ninguém querer ficar perto desta grande proteção.
Fui observando cautelosamente aquele gigante de metal com todos seus parafusos e suas placas soldadas cautelosamente impedindo a passagem de qualquer coisa. É bem difícil de acreditar que isso havia sido feito há cem anos, parece ser algo tão... avançado para essa época, comparando ao meu mundo. Se bem que, tudo nessa dimensão era mais avançado, mas ao mesmo tempo era mais retrógrado. Seu pensamento era tradicional demais, esse muro mostrava um grande preconceito existente entre duas classes sociais distintas, um preconceito que no meu mundo já não era tão grande.
Já estava caminhando fazia um certo tempo quando uma parte do muro me fez parar. Não havia nada demais, era apenas uma placa soldada firmemente como as outras, mas algo nela me fez parar. Fiquei encarando-a por um certo tempo e comecei a passar meus dedos por ela como se isso fosse me aproximar do outro lado. Senti bem o ferro que, mesmo tendo mais de cem anos, continuava novo sem nenhuma ferrugem. Os parafusos causavam um relevo e faziam com que meus dedos subissem e descessem. A região soldada das placas era bem fina, quase imperceptível para meu tato. Meus dedos ficaram migrando entre diferentes placas de ferro daquela região que me fez interromper minha caminhada por um bom tempo. Logo comecei a sentir algo. Algo forte. Algo estranho. Meus batimentos cardíacos aumentaram sua velocidade drasticamente, senti um forte aperto em meu coração e em seguida senti como se tal órgão fosse desabar. Meu estômago embrulhou, fazendo-me sentir um arrepio que iniciou nesse órgão e se dirigiu para a minha espinha. Minha cabeça começou a ficar pesada, causando uma grande pressão em meu corpo e fazendo com que minhas pernas tivessem que aumentar sua força para me sustentar. Tudo ao meu entorno começou a girar e uma imagem borrada surgiu em minha mente. Via o que eu pensava ser um homem alto, mas não tinha certeza por estar desfocado. Logo surgiram vozes abafadas, o que as tornavam irreconhecíveis.
-Diga-me por onde ela foi!
- Não, ela confiou em mim.
- Seu tolo! Você acha que ele liga para você?
- Sei que ela me ama e eu a amo.
- Quanta baboseira!
A imagem começou a ficar escura, como acontece no fim dos filmes antigos. As vozes foram ficando cada vez menos audíveis e tudo ao meu redor começou a perder sua nitidez. A força que minhas pernas faziam para garantir que eu permanecesse em pé foi diminuindo, fazendo com que eu fosse caindo em direção ao solo. Minha mente não conseguia mais controlar meu corpo, meu coração aumentava sua velocidade cada vez mais, minha cabeça parecia estar sendo martelada, não tinha noção do que estava acontecendo à minha volta e minha pernas pareciam dois palitos tentando aguentar uma bola de boliche. Meus sentidos foram tornando-se irrelevantes até o momento em que apaguei, tendo apenas o duro chão de concreto para parar minha queda.
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Fim do capítulo.
Oi gente! Tudo bem com vocês?
Então, queria me desculpar por ter demorado tanto para postar esse capítulo e por ele ser tão curto, mas é que eu estava muito ocupada com provas na escola e trabalhos e tudo mais. (Vida de estudante não é fácil não kkkk)
Enfim, espero que tenham gostado do capítulo e que estejam gostando da estória. Por favor, comentem e cliquem na ⭐️ se gostarem. Qualquer opinião é bem-vinda! E, por favor, não desistam de Fate porque eu não irei abandoná-los.
Big beijos,
Naalua.
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Fate
AventuraJá ouvi muitas pessoas falarem que logo após a tempestade vem o arco-íris. Venho esperando esse milagre desde que tenho 9 anos, quando Sarah Stevens se mudou para a casa ao lado junto com sua família. Eu e Sarah somos melhores amigas desde então, o...