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Amanhã seria o dia em que Harry teria de voltar para a Itália por alguns dias - dias que iria passar longe de Louis.

Amanhã.

Ele não havia nem ao menos despertado direito e esses pensamentos começaram a atingi-lo como diversas bolas de neve, o que era realmente um saco. Não é como se ele não estivesse acostumado a pequenas despedidas... Elas apenas pareciam ser sempre uma coisa horrível.

Harry já tinha acordado a vários minutos, mas preferiu não levantar e se permitiu relaxar por algum tempo - ou pelo menos era isso que ele havia planejado. Agora, enquanto esfrega os olhos de maneira preguiçosa e sonolenta, ele realmente não sabia o que fazer. Recapitulando um poucos os últimos acontecimentos: Harry finalmente conseguiu abrir uma filial fora da Itália. Harry foi para a Inglaterra. Harry conheceu o ser humano mais lindo e amável do universo e agora eles estão juntos. Namorando. É muita coisa para assimilar, ele nunca imaginou que isso aconteceria em tão pouco tempo.

Mas, assim como Gemma e sua mãe sempre diziam, a vida ama nos pregar peças e testar nossos limites. Harry realmente acredita que nada acontece por acaso, até mesmo um simples atraso para um dia de trabalho pode ter um significado especial, embora você possa deixá-lo passar despercebido, sempre se focando nos piores pensamentos e acontecimentos. Isso é algo tipicamente humano, um erro comum.

O italiano se sentou lenta e cuidadosamente sem querer acordar o menor ao seu lado. Louis sempre pareceria bonito e irreal demais para Harry, isso era um fato. Até mesmo agora, os fios lisos e castanhos de seu cabelo esparramados pela fronha, os pequenos lábios levemente entreabertos - o maior podia até ouvir os pequenos suspiros e murmúrios involuntários que escapavam da mesma e isso o reconfortava, esse tipo de intimidade o deixava incrivelmente bem - enquanto suas coxas grossas e torneadas eram cobertas apenas por um fino cobertor, as mesmas ainda enlaçadas nas de Harry. Tudo aquilo era fantástico.

Ainda observando o menor, Harry esticou o braço lentamente e afagou carinhosamente a franja de Louis, tirando-a de seu rosto enquanto sorria suavemente ao sentir Louis suspirar pelo toque, mesmo que ainda estivesse dormindo. Ele ficou mais alguns incontáveis minutos ali, sua mente funcionando a mil e as mãos nunca deixando de tocar o outro corpo como se quisesse comprovar que aquilo tudo era real.

As vezes nós precisamos disso. Precisamos de alguém que nos puxe de volta para a realidade, não importa quem seja e de onde ela venha. Quando enfrentamos algo que parece ser demais temos a tendência de simplesmente esquecer de todas as coisas boas que noa rodeiam, focando apenas nos problemas. Mais um erro comum, Harry pensa. Ele era grato de ter uma família tão boa e era grato por ter Louis. Até mesmo agora, tendo que deixá-lo e passar alguns dias em casa, ele sabe que pode contar com seu pequeno.

Não é como se ele não estivesse grato por passar um tempo com a família, claro que não, ele só não gosta de ideia de passar esse pequeno tempo longe de Louis. Assim como os dois se conheceram e se apaixonaram em tão pouco tempo, outras coisas também podem acontecer - e isso o apavorava.

Harry despertou de seus pensamentos ao escutar o toque de seu celular, esticando o braço até o criado-mudo e atendendo o mesmo rapidamente.

- Alô? - ele falou, sua voz rouca pelo pouco uso. Pigarreando, Harry olhou para Louis mais uma vez e checou se o menor ainda dormia.

- Harry, eu achei que tínhamos um acordo! - ele ouviu a voz extremamente conhecida do outro lado da linha e sorriu. - Você disse que ligaria para mim e contaria todos os detalhes de como estão sendo as coisas aí, estúpido!

- Gemma... Oi para você também. - ele respondeu divertidamente, o estresse sumindo de sua mente quase que instantaneamente.

- Oi, oi, que seja! - a garota respondeu, e Harry sabia que a mesma estava sorrindo. - Eu estou realmente chateada.

Internacional Doctor // l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora