Capitulo 2

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Já faz quase 15 minutos desde que o maldito despertador tocou, ainda estou na cama, tentando alcançar meu celular que está em cima da cadeira do computador, me faço perguntas como "Será que se eu ficar bem quietinha, minha mãe pensa que eu morri e não vem aqui gritar meu nome?"

-Ei mocinha, já passou da hora de você sair dessa cama, não acha? - Minha mãe fala, parada na frente da porta, aparecendo do alem.

Pego o meu celular, sete e trinta, aceito meu destino, levanto da cama com a maior vontade do mundo e vou no banheiro escovar meus dentes e tomar um banho. Amarrei meu cabelo que é uma mistura de verde com preto, liso com enrolado num rabo de cavalo e vesti minha regata listrada, minha calça preta e meu timber preto, uniforme oficial de ir pra escola.

Desci até a cozinha para tomar café da manhã, peguei o leite na geladeira e o cereal no armário, misturei tudo e comi o mais rápido passível.

Minha mãe já tinha ido trabalhar, depois de entrar e sair mil vezes de casa porque esqueceu algo ou precisava ir ao banheiro. Já estava na hora da perua passar, joguei meus dois cadernos e o estojo na bolsa, coloquei o leite na geladeira, guardei a caixa de cereal e peguei um dinheiro pro lanche.Acho q estou esquecendo alguma coisa, pensei.

BIBI!

O Fer já está ai, catei a bolsa, tranquei a porta correndo e fui pra perua.

O Fer me cumprimentou com uma cara de oi e eu assenti.
Fui pro segundo banco da perua, sentei sozinha e esperava continuar assim.

Droga, droga, droga, esqueci a droga do fone! Como pude? Como vou aguentar esse dia assim? Fer, volta, por favor, pensei. Os motoristas deveriam entender o uso essencial do fone na vida, um caso de vida ou morte, Fer, se voltar, te dou um balão. 

O caminho até a escola foi longo, me sinto deslocada sem meus fones. Pra sair do tédio, comecei a olhar pela janela os carros ficando pra trás, as pessoas nos pontos de ônibus e uma garota com uma blusa azul com estrelinhas. Sempre me intrigou as estrelas, saber que um brilho tão lindo poderia ser só o resto de algo que nem existe mais. Gostaria de ser como uma estrela e deixar meu brilho na vida de alguém, mesmo que pouco, gostaria de ser lembrada.

Quando finalmente chegamos na escola o garoto que sentou no banco atrás de mim derrubou sem querer (ou nem tanto) a bolsa dele em cima das minhas pernas, cortando totalmente minha brisa.

-Mas que poha em! - Reclamei

Ele se desculpou, mesmo estando com uma cara de "Na próxima, espero que caia na sua cara"

A escola foi algo muito maravilhoso, sempre fazendo meu dia valer a pena. Quebrei o ziper da minha calça, a professora fez a pergunta mais difícil pra mim, truquei e pediram 6, bem quando estava roubando. Maldito Murphy.

Meu nome é Crystal, tenho 16 anos, amo musica. Entre as coisas mais importantes na minha vida estão a flauta e meu melhor amigo virtual, o Greg.

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