Capítulo 6

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Cheguei mais perto do braço e pude ver com mais clareza, o corpo da minha mãe. Chorando e pasmo ao lado dela estava meu pai, não sei dizer se ele estava realmente entendendo o que estava acontecendo com os olhos perdidos devido a alta embriaguez.

Andei em direção a ela no chão, me agachei e fiz o que todos os meus instintos me diziam para não fazer, sabia que o resultado não seria bom, lentamente já com lagrimas nos olhos chequei o pulso dela, nem a mais fraca pulsação conseguia ser notada, nada. Não aguentei meu próprio corpo e num rápido movimento meu corpo caiu em cima dela, abraçando-a com toda a força que me restava. Chorei, como nunca na minha vida havia chorado.

Pelo ombro da minha mãe olhei meu pai no canto da cozinha, exalando álcool, naquele momento uma mistura de sentimentos começaram a brotar, ódio com dor e mais dor. Como ele pode ser tão babaca? Porque tanta briga que não ia os levar a nada? Por que ele tem que ser assim? Me sentia horrível mas dentre essas perguntas pra mim a mais importante: Por que ela e não ele?

Soltei minha mãe com todo o cuidado no chão, me levantei e peguei o telefone.

-Alô, tia?

...

Depois de muito choro e muitas ligações, pessoas entrando e saindo da minha casa, me recompus e coloquei minha melhor mascara de garota forte e fui falar com o meu tio, o medico da família, disse que minha mãe havia sofrido um ataque cardiaco e que não havia mais nada a se fazer, "Sinto muito" disse.

Oh, mas ele não sente, ele não sente muito, eu sinto muito, sinto pra caralho. Nunca fui muito apegada aos meus pais, e nem eles a mim, mas nunca me importei com isso lembro de algumas coisas que eles alguma vez me disse, e eu guardei por ter considerado importante, do meu pai, não guardei nada, nada que eu me lembre agora mas lembro que minha mãe uma vez disse que a vida é curta demais pra ter só uma cor de cabelo ou um só corte, por isso amava perucas, amava ter vários estilos, amava mudanças, "Quem disse que só temos uma vida?" ela sorria enquanto falava essa frase, que sorriso lindo o dela, mas nunca mais irei ve-la sorrir.




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