Lá estava ela nos braços do garoto mais babaca que eu já conheci, não, não é ciúmes. Estavam abraçados encostados na pia do lado da geladeira. Fui trocado por um geek, ela me traiu por a droga de um geek, do tipo que usa óculos com armação grossa e camisa xadrez, o pior é que o cara parecia boa gente, coitado.
-Eai. -Eu disse, só pra provocar. Sobriedade já tinha passado longe.
Ele me olhou com aqueles olhos de quem está pronto pra matar.
-Cai fora cara- Ele disse arrumando o óculos.
-Cuidado que o seu cachorrinho tá nervoso, ele morde? -Eu disse enquanto abria a geladeira e pegava mais uma lata de cerveja, olhando pra Lari.
-Greg, não quero briga. -Ela disse.
-Eu também não quero, só queria saber se o cachorrinho é domesticado. -Eu disse dando mais um gole, saboreando o liquido gelado descendo pela minha garganta.
-A única coisa que precisa ser domesticada é a sua boca.
-Ui o cachorrinho está latindo alto, cão que late não morde xará.
-Bla bla blá, desculpa, não aprendi a falar "cornes". -Ele disse com um sorrizinho de lado na cara.
-Quem trai uma vez, trai duas. Fica esperto que o próximo a ficar fluente vai ser você.
O sorrizinho foi desfeito , ele pegou na mão dela e foi em direção a sala, com um olhar de poucos amigos.
Otário.
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Espantosamente a escada não estava tão lotada, estava "passavel". Subi até o segundo andar, talvez eu encontraria algum quarto vazio.
Não encontrei um quarto vazio mas encontrei um coração vazio.
O meu.
O som da musica estava abafado pelos meus pensamentos, fui até a sacada para pensar melhor nas coisas certo que a brisa da noite me ajudaria a relaxar, mesmo não sendo fumante pedi um cigarro pra um cara que estava lá, ele era bem parecido com o protagonista de um filme que eu havia assistido, parecia um integrante do Skillet.
-Pode pegar cara. -Ele disse me estendendo a caixa de cigarros. -Noite difícil?
-Um pouco. -Eu disse enquanto pedia mentalmente que ele me emprestasse um esqueiro.
-Tem esqueiro? -Ele disse, já me estendendo o seu.
-Obrigada. -Disse acendendo meu cigarro.
-Mulher? -Ele perguntou sem olhar pra mim.
-Pois é. -Eu disse enquanto saltava um pouco de fumaça.
- O que houve?
-Nada que eu queira compartilhar. -Eu disse. Não há porque contar minha vida para um desconhecido.
-Tudo bem.
Terminei meu cigarro. Resolvi ir embora, essa festa já deu o que tinha que dar.
-Falou cara- Eu disse me despedindo.
-Uma vez me disseram que você só precisa de duas coisas para lidar com mulheres. -Ele disse enquanto tragava o cigarro.
-E quais são? -Eu perguntei curioso.
Ele soltou calmamente a fumaça no ar, olhando pro céu e me olhou novamente.
-Nunca descobriram. -Ele diz.
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02:37
Nem estava não tarde, porém, precisava ir embora, todos os acontecimentos da noite junto com o fato de que daqui algumas horas tenho que estar em pé para ir no ensaio da banda que começaria bem cedo me motivaram a ir dormir o mais rápido possível.
Percebi que mal vi o Jay a noite toda, o Dereck já havia me mandado mensagem dizendo que estava indo embora. Cheguei na sala e vi o Jay jogado no sofá, fui até ele para avisa lo que já ia embora.
-Jay carai, já chega pra mim, posso dormir na sua casa? Sua mãe ta lá?
-Que? Ela....tá...viajaaando. -Ele disse, tentando abrir os olhos.
-Tu tá bem? Vamo embora. -Fui até a cozinha, peguei um copo com água e joguei na cara dele.
-Mas que porra mano, ainda tá cedo, to bem. -Ele disse com uma voz meia grogue mas mais disperto.
-Tá bem nada mano, vamo. -Peguei no braço dele e com toda a minha força de bêbado, puxei ele, quase cai no sofá também mas por incrível que pareça e para minha felicidade, ele se levantou sozinho.
Soltei o braço dele e fomos até o lado de fora da casa, chamei um taxi já que se fossemos andando a chance de caímos no meio da rua e dormir por lá mesmo era muito alta.
Fomos o caminho todo cantando Ainda é Cedo do Legião Urbana, trocavamos alguns versos, esqueciamos de outros mas estávamos felizes.
Quando chegamos na casa dele, mandei uma mensagem pra avisar minha mãe que iria dormir fora de casa, paguei o taxista e levei o Jay até a porta da casa dele. Já sabia aonde eles deixavam a chave então só levantei o terceiro vaso e a peguei.
Entramos na casa depois de muitas tentativas tentando enfiar a chave na maçaneta da porta, já estava quase acreditando que a maçaneta estava se movendo de lugar. Levei o Jay no quarto dele e o joguei na cama depois fui até o quarto de hóspedes, tirei o tênis e me joguei na cama.
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RECKLESS
Teen FictionNota: Gostaria de escrever um livro diferente dos que geralmente se encontra, nesse livro o foco é a vida de um garoto e uma garota, o foco não é bem a musica mas sim como eles chegaram a esse mundo, as decisões que tomaram, sendo boas ou ruins. Não...