-Mano, tu não sabe o que aconteceu. -Eu disse enquanto entrava na casa dele
- Wtf, tu tá sangrando filho da puta.
- Tu tinha que ver o outro cara. (Dei um sorriso maligno pra ele). Fui comprar o bagulho e o maluco quis roubar minha grana.Contei a ele toda a história.
-Tu tá muito fudido.
-Pode ser mas olha o que eu trouxe -Mostrei pra ele os saquinhos.
-Leva uns dois pra gente usar na festa
-Que festa?
- A festa fantasia caralho, a gente vai tocar.Porra, é mesmo.
-Que horas?
-As oito.
-Okay, não esquece de avisar o Dereck
- BlzLavei meu rosto, nos despedimos e fui pra casa. Passei pelo porteiro e subi pro meu andar, mancando um pouco, abri a porta e um cheiro horrível de queimado estava vindo da minha cozinha. Fui até lá, minha mãe e minha prima estavam olhando uns biscoitos torrados dentro do fogão.
-Talvez dê pra salvar se colocarmos bastante chantilly. -Minha mãe disse
-Desculpa tia, desculpa -Minha prima se lamentava.
- Greg, pode ir no mercado combrar biscoitos prontos?
- Tá. -Ela me deu o dinheiro e eu fui.O mercado ficava a umas três quadras dali, era só descer virar e descer. Comprei uma caixa de biscoitos e uma bolacha.
Quando voltei minha prima estava triste, balançando lentamente no balanço da Praça do prédio.
-Eai - Eu disse.
-Eai - Ela disse e deu um sorriso de canto.
-O que tu tem? -Eu disse enquanto abria o pacote de bolacha
- Nada...
- Cara, tu tá olhando pra esse chão como se quisesse que ele abrisse e te engolisse.
- Talvez eu queira
- O que aconteceu?
- Não posso ficar aqui Greg, tudo que eu toco se destrói, acaba. Nem um simples biscoito fica vivo pra contar a história.
- Não precisamos de biscoito, temos bolacha- Eu disse enqunto oferecia o pacote pra ela.
Ela negou.
- Por enquanto- Ela disse. Se levantou e foi foi pra fora do meu campo de visãoNota: Eu tentei ajudar.
Voltei pro prédio e me arrumei pra ir na festa.
Depois de uns dez minutos o Jay e o Dereck já estavam me ligando dizendo que estavam na frente do prédio. Desci e me deparei com a sininho versão homem e uma enfermeira nada sensual, eu só usava uma blusa branca, uma calça jeans e uma máscara de palhaço.
- Quanta criatividade em meu querido - Dereck disse
- Foi o máximo que eu consegui -Eu disse
-Eu tenho outra fantasia de enfermeira se quiser- O Jay soltou
-Por que? -Dereck disse
- Nunca se sabe cara.Ok...
Dereck disse que um maninho do skate ia passar lá pra pegar a gente e nos levar na chácara aonde era a festa, esperamos e depois de umas três músicas da minha playlist um carro chegou. Um jip velho, branco, melhor do que ir andando.
O cara se apresentou como Jukka.
Era moreno, usava um chapéu de pirata e roupa de urso.Nos cumprimentou com um hi five. Não conversamos muito no caminho, fiquei pensando sobre a vida e aquelas coisas que pensamos quando não temos nada pra fazer.
O jip parou a uma quadra da chácara, já dava pra ouvir a música, no caminho até o portão vimos pessoas se pegando, duas garotas bebadas saindo uma se segurando na outra e cantando, havia carros de sons na rua desputando qual som estava mais alto, um garoto estava na outra calçada vomitando até as tripas. Dava pra ver o nível que estava a festa.
Eu e o Jay entramos primeiro, o Dereck ficou lá fora falando algo com o tal Jukka.
Havia pessoas mergulhando na picina rosa para pegar bebidas no fundo. Dois garotos vestidos de gogoboy mergulharam juntos e se beijaram quando voltaram a superfície com uma garrafa em mãos.
Passamos pela picina e entramos na casa.
A casa estava escura sendo iluminada apenas por luzes azuis e verdes que rodeavam o cômodo, a lâmpada tinha sido trocada por uma luz preta que fazia as garotas com roupas claras clamarem muita atenção.
Como na festa do Rafa, havia caixas de isopor enormes do lado da porta cheias de gelo e álcool pra vida toda.
Passei por uma garota vestida de diabinha e fui com o Jay até a caixa mais próxima, peguei uma pinga colorida laranja e tomei, desceu rasgando mas nem me importei. Mais adiante no sofá estavam sentadas uma garota com roupa de pedreira beijando um garoto com roupa de confeiteiro e uma garota gótica com uma blusa, saia, bota, batom pretos até as pernas dela estavam escuras com desenhos de ondas. Me sentei do lado dela.-Festa legal -Eu disse enquanto tomava algo que estava no copo de uma garota caída no chão.
Ela me ignorou, tentei novamente.
-Eai, como tu chama?
Ela olhou pra mim com uma cara de desdém e tirou um fone do ouvido.
Caralho, ela tava de fone. QUEM OUVE MÚSICA NO FONE DE OUVIDO QUANDO ESTÁ NUMA FESTA?
-Oi? -Ela disse e se virou para mim, não tinha reparado nos seus olhos azuis. Fitei a boca dela.
-EAI GREG, PEGANDO A GÓTICA.
O Jay chegou para fuder com tudo.
A mina colocou o fone novamente me levantei e sai andando, ele ficou lá dando ideia na guria que eu tinha pegado o copo.
A Zhennon começou a tocar o que era o sinal para nos arrumar porque tocariamos depois deles, quatro bandas animariam a festa, decidimos ser a segunda banda para estarmos sóbrios o suficiente para tocar quando fosse nossa vez.Fui procurar o Dereck para nos prepararmos mas quem me encontrou foi ele.
-Estava te procurando viado
-Também tava, cadê o Jay?
-Última vez que vi, ele tava molhando meus esquemas.Fomos aonde tinha deixado o Jay mas ele já não estava mais lá, procuramos por ele enquanto a Zhennon encerrava. Encontramos ele na picina conversando com um Lobipiro.
- Que horas são? -gritei enquanto andava na direção do Jay.
- Hora do shoooow -Ele gritou e veio na minha direção.
- Qual vamos tocar? -O Jay perguntou olhando pro Dereck, que olhou pra mim esperando uma resposta.
- Sei lá, a sua musica já tá pronta?
- Tá mas não sei se ta tão boa
- Então vamos descobrir.
Nos sorrimos em concordância~~~~~
- Fala galeraaa- Dereck gritou pras pessoas que nos assistiam - Na bateria temos o Greg - Gritos de sóbrios e bêbados preencheram o lugar. - E esse aqui na guitarra é o fantástico Jayson Jay. -A galera foi a loucura.
-E agora...Nossa nova música GAROTA DO FAROOL -Ele gritou muito muito alto e então começou a cantarEla pega seu carro, sai buscando algo para acreditar
sem saber se é realmente o certo
só querendo fazer algo, mudar.Ela tem personalidade forte, não aceita os não do mundo não
ela batalha, tem foco mas as vezes não segue muito a razão
Sabe que seus olhos exergam somente o que lhe é mostrado
por isso muitas vezes segue o coração, tornando seu mundo ilimitadoEla lida com as verdades duvidosas, mentiras pela sociedade impostas
que fazem de um mudo redondo que teme a mudança
uma grande bola flutuante num mar de ignorância.Ela tenta mostrar pro mundo seu verdadeiro eu
Faz da terra seu palco, tudo ao seu redor é seuEla tem personalidade forte, não aceita os não do mundo não
ela batalha, tem foco mas as vezes não segue muito a razãoSabe que seus olhos exergam somente o que lhe é mostrado
por isso muitas vezes segue o coração, tornando seu mundo ilimitadoA galera acabou amando a música, ou só foi o álcool falando. Ouvimos muitos elogios e demos lugar para outra banda.
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RECKLESS
Teen FictionNota: Gostaria de escrever um livro diferente dos que geralmente se encontra, nesse livro o foco é a vida de um garoto e uma garota, o foco não é bem a musica mas sim como eles chegaram a esse mundo, as decisões que tomaram, sendo boas ou ruins. Não...