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-Então, quais as novidades? -Meu pai pediu em quanto dirigia.

-Não há nada de novo e empolgante acontecendo na minha vida no momento. -Respondi olhando pela janela.

-Ah Em, vamos, prometo que não vou julgar. Arrumou um namorado? -Pediu com um tom nervoso e eu ri.

-Não.- O encarei.- Conheci dois garotos hoje, amigos do Mikey, parecem legais.- Disse com um sorriso.

-Mais garotos Emma? Você não pode ser uma garota normal e ter uma melhor amiga, e amigas? -Pediu, me julgando.

-Você prometeu!- Disse irritada.- E não, não posso ser uma garota normal e ter uma melhor amiga, por que eu não tenho uma vida normal! Não tenho uma família normal! E não aguentaria isso sozinha, então agradeça ao Michael por eu ainda estar aqui! -Gritei, notei que já havíamos chegado em casa, agarrei minha mochila e sai do carro.

-Emma! Filha, não foi isso que eu quis dizer! -Ouvi meu pai gritar. Entrei em casa e Ed estava descendo as escadas, passei por ele, que notou meu estado. Ele encarou meu pai e suspirou.

-O que você fez? -Ed pediu para meu pai. Eu entrei no meu quarto e me tranquei lá. Não é birra nem nada. Mas ouvir todos os dias, seu pai dizer que você poderia ser uma pessoa totalmente diferente do que você é, vai te quebrando aos poucos.
Michael e eu somos amigos desde os meus 7 anos. Nos conhecemos na primeira série, a partir daí, nunca nos separamos. Ele é como um irmão, um irmão com uma relação completamente diferente da que eu tenho com meu irmão de sangue. Eu o amo muito, as vezes, sinto vontade de desistir de tudo, então ele aparece, me abraça, e diz que vai ficar tudo bem. E tudo fica bem. Ele é a única pessoa em quem eu confio. A única pessoa que posso dizer que é completamente importante na minha vida.

-Emma, abre aqui.- Ouvi a voz de Ed. Caminhei até a porta e a abri.

- O que é? -Pedi.

-Quero conversar com você.- Entrou no meu quarto, fechou a porta e se sentou na minha cama, ao meu lado.

-Fala.- Disse olhando para a parede.

-Para, eu não sou o Michael, mas sou seu irmão.- Disse parecendo chateado.

-É isso que te chateia? -Pedi o encarando.

-Não, mas... Eu sinto que não temos a relação certa.- Respondeu.

-Então, vamos conversar.- Incentivei ele a falar.

-O que ele fez? -Pediu.

-O de sempre. Me julgou.- Respondi pouco irritada.

-Ele não faz por mal Em, ele te ama, e muito, ele só pensa que um desses garotos pode tirar você dele.- Ed falou acariciando minha mão.

-Eu sei, mas... Ele podia parar com isso.- Olhei para baixo.

-Ele vai.- Sorriu.

-Obrigada Ed.- O abracei.

-Vamos almoçar Maninha.- Disse me puxando junto a ele para a porta. Descemos a escada e encontramos meu pai na cozinha.- Fiz ela descer. Não estraga tudo.- Meu irmão disse ao meu pai, que assentiu e sorriu para mim.

-Desculpa Emma, eu vou parar, eu prometo.- Ele disse vindo perto de mim.- Eu te amo, só sou um pai ciumento e superprotetor.- Continuou parando na minha frente.

-Ta tudo bem.- Sorrio.- Também te amo.- Digo e dou-lhe um abraço. Nos sentamos na mesa e começamos a comer.

-Então Em, como são esses garotos?- Ed pediu com um sorriso de canto nos labios.

-São legais, um deles é meu colega, Mikey os conheceu ontem, então nos sentamos juntos no intervalo, foi assim que nos conhecemos.- Respondi com um sorriso de canto. Passamos o resto do almoço falando sobre a manhã de cada um, e meu pai disse que havia uma coisa que queria nos contar, mas seria no jantar. Ajudei meu irmão com a louça, e combinei de sair com Mikey. Meu pai me deu uma carona até a casa dele, mas antes, falou para não dar bola pra rapazes desconhecidos, fazer amigas e voltar para o jantar, eu apenas ria e concordava. Deci do carro e toquei a campainha, sem demora o garoto de cabelos coloridos a abriu, me recebendo com um sorriso amigável.

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