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      Fui para casa, precisava resolver as coisas com meu pai. Eu o amo, e não vou deixar outra mulher atrapalhar a minha vida. Mas é opção dele sofrer por outra, só não quero ter que fazer parte dessa palhaçada, pra sair machucada de novo.

- Emma, onde você estava? - Meu pai perguntou quando entrei em casa.

- Onde eu disse que estava? - Respondi subindo as escadas.

- Não fale assim com ele Emma. - Ouvi a voz de Maggie.

- Desculpa Maggie, mas isso é entre família. - Disse parando na escada, a encarando.

- Tudo bem, você quer fazer birra? Faça. Mas dá pra gente conversar? - Meu pai pediu.

- Voltei aqui pra isso. - Disse subindo as escadas e entrando no meu quarto. Ah, pera, o quarto da Lucy.

- Você vai parar com isso Emma? - Papai pediu entrando no "meu quarto".

- Parar com o que? - Pedi me sentando na minha cama.

- De falar assim com a Maggie! De sair desse jeito! De ser assim comigo! - Reclamou.

- Eu estou falando com a Maggie, do jeito que ela está pedindo pra mim falar com ela! Ela não tem que se meter nos nossos assuntos! Ela nem tinha que estar nessa casa pai! É nossa casa! Antes de trazer alguém pra morar aqui, você tem que pelo menos falar com seus filhos! Você sabe como eu me sinto em relação a isso, e mesmo assim ignora completamente meus sentimentos pai! Sempre ignora tudo que eu falo, talvez se sinta melhor com a Lucy, que é completamente o contrário de mim. - Disse exaltada.

- Eu sei como se sente, mas não pode carregar isso pra sempre Emma! Nós temos que seguir em frente, começar de novo! - Disse.

- Você sabe? Você sabe como é sua mãe querer te dar em troca de drogas? Sabe como é ela querer te vender pra homens em troca de dinheiro? VOCÊ SABE? PORQUE EU ACHO QUE NÃO! Então não me venha com essa, de começar do zero, porque não é tão fácil assim! Não pra mim! - Gritei chorando.

- Emma eu sei que você sofreu, mas você está descontando tudo em mim! Eu não mereço isso! Não mereço uma vida dessas! Não mereço viver no passado! Não mereço ter que viver com uma filha que é uma bomba relógio! - Gritou de volta.

- É isso que te incomoda? Eu poder me matar a qualquer momento? Ou eu ainda estar viva? - Gritei empurrando ele.

- Os dois! Você acha que é fácil pra mim? Eu já perdi a sua mãe! - Disse bravo.

- Não foi só você! Eu também perdi aquela mulher! Mesmo fazendo tudo aquilo, era minha mãe! Perdi tudo, tudo que me fazia feliz! E a culpa foi dela, e sua por permitir! - Gritei indignada.

- Eu amava ela! Não queria perder ela, você não entende! É só uma criança. - Disse.

- Você é um egoísta babaca! Não sei como ainda consigo te chamar de pai!- Gritei chorando, o empurrando pra fora do quarto.

- Você não tem o direito de falar assim comigo Emma! - Gritou e levantou a mão para mim.

- Bate! Anda! Bate! - Gritei o olhando nos olhos.

- NÃO! Droga pai! - Ed gritou correndo até nós, empurrando meu pai pra longe de mim.

- Não Ed, deixa ele fazer. Ele me odeia, é o que ele quer. - Disse olhando para meu pai.

- Eu não te odeio Emma, eu só tenho medo! Só isso! - Disse dando passos na minha direção, mas Ed se pôs a minha frente.

- Não. - Disse bravo.

- Tudo bem, tá tudo bem. - Respirou fundo.- Só quero que você peça desculpas para Maggie, e não falte mais com respeito, por favor. - Desceu as escadas.

     Eu estava explodindo de raiva, entrei no quarto e comecei e bater em tudo, quebrar algumas coisas, e jogar coisas no chão.

- Emma! Emma, para! - Meu irmão gritou me abraçando. Então comecei a chorar e o abracei de volta, então caímos no chão.

- Eu não aguento mais Ed, eu não consigo. - Disse enquanto as lágrimas caiam.

- Aguenta, por favor, eu não posso perder mais ninguém Emma. - Ele disse chorando.- Por favor. - Sussurou soluçando.

- Eu vou, vou aguentar por você, eu te amo Ed. - O abracei com mais força.

DisconnectedOnde histórias criam vida. Descubra agora