The Pretty Reckless
Boa leitura.
[Kora Nekane]
Mal cheguei a casa comecei a ouvir a voz rude do meu pai e o olhar atento da minha mãe sobre mim.
- Devias estar em casa à meia hora atrás.- comentou a minha mãe friamente. Suspirei fortemente e revirei os olhos.
- Só consegui sair agora do trabalho.- afirmei, enquanto abria a porta do meu quarto.
- Mentirosa. Aposto que tu andas é na má vida por aí. És uma oferecida. - o meu pai elevou o seu tom de voz. O meu corpo ficou estático durante uns segundos para processar o que ele me tinha chamado indiretamente. Virei-me lentamente, para os encarar.
Senti a minha raiva a aumentar tal como a frustração de viver assim.
- Ao contrário de vocês, eu tento organizar a minha vida e o meu futuro. Eu ando a trabalhar naquele supermercado para ganhar o meu dinheiro porque se esperasse que vocês me ajudassem, eu já estaria morta. - respondi, tentando manter a calma.
- Eu exijo respeito! - gritou o meu pai.
- Como queres que te respeite, se tu não me respeitas? - perguntei num tom retórico.
- Kora, cala-te. - proferiu a minha mãe que se encontrava atrás do meu pai. A sua expressão tinha mudado ligeiramente, o seu tom mostrava ainda frieza mas também mostrava que eu devia ter cuidado com o que dizia.
- Mas é verdade o que estou a dizer.- respondi secamente.
- És a desilusão para esta família, cada tenho mais certezas que foste trocada à nascença.- gritou o meu pai, aproximando-se de mim.
- Que família? Vocês não são a minha família, aliás eu não tenho família. Vocês são apenas umas pessoas que me tratam mal todos os dias.- gritei-lhe de volta.
- Sabes o que tu és? Uma mimada! Só pensas em ti, és uma egoísta! - ele gritou. Vi-o a levantar uma das suas mãos que milésimos de segundos depois, estava na minha cara. Levei as minhas mãos à cara e olhei-o com um ódio profundo.
- Não sabes respeitar ninguém; tu só te preocupas em beberes e bateres-me.- declarei num tom bastante alto.
- Qualquer dia eu passo-me de vez e mato-te! - o meu pai continuava a gritar e a sua expressão corporal estava bastante tensa.
- Antes disso já eu estou a milhas de distância. - disse, recompondo-me da dor facial que estava a sentir. Quando finalmente me recomponho, uma dor atinge-me novamente, desta vez num dos meus olhos. Percebi que tinha sido atingida por um murro forte.
Ele agarrou-me por um braço, enquanto me chamava uns nomes nada agradáveis. Puxou-me até ao meu quarto e empurrou-me de tal maneira que eu acabei por cair no chão de madeira.
- Tu tens de aprender a não me falares assim! Tu não superior aqui nem em lado nenhum. Aliás, tu és um caso perdido, isso é certo.
- Eu odeio-te. És uma pessoa horrível, capaz de fazeres coisas nojentas. Quem devia ter morrido eras tu e não a Winter.- gritei-lhe com todas as forças que tinha.
As lágrimas não se formaram até agora, apesar de toda a dor que sentia. Talvez fosse desabar mais tarde, como sempre acontece depois de guardar tanto sofrimento dentro de mim.
- És uma cabra; a tua irmã não era assim. Ela era obediente.
- Ela tinha medo de ti, coisa que eu não tenho. Apenas sinto ódio de ti, não medo. Como é que és capaz de ser tão mau carácter?! Pessoas como tu não deviam de existir. Quem é trata mal os filhos como tu tratas? Só mesmo uma pessoa sem escrúpulos! - interrompi-o. Continuava no chão; penso que se me levantar eu voltaria rapidamente para o chão.
- Dizes isso só para seres uma corajosa que me enfrenta. No fundo, tu tens muito medo de mim. És uma fraca! - ele afirmou.
-Sai do meu quarto. És um cabrão da maior espécie.- ordenei. Ele riu-se sarcasticamente e começou a pisar-me o tornozelo de apenas um pé, o que estava mais próximo dele. De seguida, recebi uns pontapés nas pernas, mas isso era o menos comparado com a dor que sentia no tornozelo e na cara.
Mordi interiormente as bochechas para não ter que gritar com as dores que ele me estava a provocar. Fechei os olhos e uma dor aguda se fez sentir num deles.
- Tu não vales nada.- o meu pai finalizou, saindo do meu quarto logo de seguida. Com muita dificuldade, rastejei até à porta do meu quarto, fechando-a e trancando de seguida.
Levei os dedos à ferida do olho que tinha sido atingido e pude confirmar que estava a deitar sangue.
Com as mãos a tremer, tirei o meu telemóvel do bolso. Procurei o nome do Ashton na lista de contactos, visto que tínhamos trocado de número na noite em que ele me encontrou na rua. Ele assegurou que quando eu estivesse a passar mal que vinha ter comigo; estou a precisar dele, preciso de alguém que me ajude agora e ele é o único que sabe desta história.
- Ashton? - sussurrei, visto que se falasse alto demais, os meus pais ouviam.
« -Kora? O que se passa? »
- Posso ir ter contigo à tua casa? Agora?
« -Claro que podes, mas queres que te vá buscar?»
- Não, não. Apenas fica onde estás, eu vou ter contigo, okay?
« -Pronto, como quiseres. Até já então.»
- Até já.- após me despedir, desliguei a chamada e guardei o telemóvel onde estava antes.
Levantei-me depois de ter tentando várias vezes. Mal conseguia meter o pé no chão. Fiz um esforço tremendo para caminhar até à janela. Abri silenciosamente, como sempre faço e pensei numa boa forma de saltar sem me aleijar ainda mais.
Sentei-me no parapeito e após isso, virei-me de forma a ficar com o meu tronco encostado à parede. Fechei minimamente a janela e segurei-me. Escorreguei ligeiramente até chegar finalmente ao chão.
Sacudi as minhas roupas e apressei-me a sair das redondezas da casa. O meu passo era apressado, embora a coxear. O desespero continuava presente em mim; a minha respiração continuava alterada.
Olhava para o chão enquanto caminhava, - coisa que fazia sempre cada vez que tinha pressa, pois parecia que o chão deslizava debaixo de mim, dando a parecer que a minha velocidade era grande - mas não foi boa ideia desta vez, porque choquei contra alguém.
- Hey, então? - ouvi uma voz masculina a reclamar.
- Desculpe.- murmurei, continuando a andar.
- Espera! Estás bem? Pareces magoada...- a pessoa afirmou, andando ao meu lado mas ao mesmo tempo tentando fazer-me parar.
- Estou bem, apenas preciso de ir. Adeus e desculpe. - finalizei olhando o rapaz de cabelo laranja. Segui o meu longo caminho até à casa do Ashton.
Quando é que vou conseguir ter uma vida estável sem sofrimento e ter a paz que tanto preciso?
[continua]
Hey everybody!
Este capitulo deu mais a entender um dos problemas da Kora, so yeah
Mas esta música que meti no inicio tem muito a ver com a situaçao dela e nem tinha reparado tbhBem, mas este capitulo, muito sinceramente não sei o que achar dele, i mean, não sei se está demasiado dramático ou algo assim mas pronto, comentem e votem o que acharam!
Até para a semana! ^^
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Jet Black Heart; hemmings [AU]
FanfictionExiste sempre uma razão para começar de novo.