"Ama-se demais e do alto vai ao chão"
Janaina afastou de seu cabelo a mão do desconhecido e ficou se perguntando quando tinha dado a ele àquele tipo de intimidade. Mesmo assim não queria fugir daquele homem porque sentia que ele estava relacionado aos crimes que investigava.
— Por que você abriu o livro? – ele cortou o silêncio, mas não queria uma resposta, pelo menos não por enquanto. — Geralmente as pessoas o recebem de presente, mas não foi o seu caso. Por que você caiu nessa situação?
— O que o livro tem a ver com tudo isso?
— Eu vim porque você o abriu, doutora Janaina. Sim, eu sou o responsável pelas mortes anteriores e agora eu entendo porque você o abriu. – ele parou diante dela com os olhos quase brilhando. "Quase" porque ele já nem sabia mais se queria que ela pecasse. — Você acha que mais ninguém poderia solucionar esses crimes além de você, a melhor delegada do mundo! – ele riu de si mesmo não acreditando que a resposta estivesse tão óbvia. — E por isso foi punida por se achar melhor do que os outros.
— Eu estava apenas fazendo o meu trabalho ... – ela não conseguia entender tudo aquilo. — Qual seu nome? – perguntou inutilmente. — Encontrei o tal livro na cena do crime e eu preciso solucioná-lo. – suspirou pesadamente. — Não me acho mais do que ninguém!
— Ah não? Veremos. – o homem colocou os dedos sobre as têmporas dela, o local mais sensível e que permite uma melhor comunicação, fazendo-a desmaiar em segundos, fechou os olhos e recorreu aos seus poderes que lhe permitiriam detectar os reais sentimentos da delegada.
Janaina estranhou quando acordou em seu quarto, na casa recentemente incendiada, e Douglas estava parado ao lado da sua cama. "Chefe, seu marido permitiu que eu entrasse para lhe fazer um pedido.", Janaina olhou na direção em que o policial indicara ao falar "marido" e notou o desconhecido parado com os braços cruzados. Ele tinha envolvido Douglas nisso também?! "Qual pedido?", ela continuou a conversa. "Gostaria de passar a investigar o caso já que a senhora está impossibilitada. Sei que não tenho a mesma formação, mas prometo dar o meu melhor para que esse bandido não volte a fazer mais vítimas depois da senhora."
Assistindo tudo, o dono dos olhos esverdeados e temporariamente "marido" de Janaina aguardava ansiosamente o momento em que ela negaria o pedido por saber que era mais inteligente do que seus funcionários, mas Janaina nem estava se importando com aquele pedido, ela, na verdade, estava tentando interpretar a parte em que tinha sido a última vítima daquele sádico. Ele a mataria ao final?
— Senhora, tenho autorização? – Douglas insistiu, mantendo sua pose profissional.
— Claro, Douglas, nós precisamos impedir que este sádico faça mais vitimas. – ela olhou diretamente para o desconhecido ao qualificá-lo adequadamente — Só peço que me deixe informada.
* * *
Talvez amanhã tenha mais um <3 <3 <3
Comentários, por favor, estou com saudades de vocês!!!! :D :D :D
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O Guardião dos Sete Pecados
Short StoryJanaina Ferraz acaba de se tornar delegada na pacata cidade de Heil, quando um crime não solucionado volta a assombrar. Diligenciando, a dedicada delegada encontra um livro atípico, sem editora, sem autor e com apenas uma página. Não abra o livro, é...