Capítulo 13

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- Anteontem eu nem te vi direito depois da prova, nem ontem... Não quer conversar comigo? - Sasuke puxou uma banqueta alta e se sentou ao lado de Hinata na lanchonete do colégio.

- Aahn, desculpa. - Hinata sorriu triste. - Eu estava ocupada. - tomou um grande gole de refrigerante.

- Entendo. A Sakura melhorou? Tipo, 2 semanas e o Naruto está que nem louco. Eu tentei empurrar a ideia de outra garota na vida dele. Mas... Né.

- Você o quê?!

- Psicologia reversa.

- Ah, sei. D-Desculpa. - abaixou a cabeça, encostando a testa nas mãos que envolviam a lata. - Ela não regrediu, nem evoluiu. É a Sakura, né?

Ficaram naquele silêncio que, eu particularmente julgaria como constrangedor.

- Você está bem? - mudou de assunto.

- Ótima. Nunca estive melhor. - falou com a cabeça baixa.

- Não parece. - reparou no sanduíche de peito de peru pela metade. - Esse sanduíche não parece feliz. Que tal pôr ele num lugar mais divertido? Um lugar feliz. Que se chama, estômago vazio?

- Sasuke, eu não tenho 6 anos mais. - não mudou a posição.

Ele deu uma leve risada. Ele gostava do modo de que ela era irônica, e quando ela o corrigia. Aquele perfeccionismo de alguma maneira o fazia se sentir melhor. Talvez até notável.

- Eu acho que você tá parecendo esse sanduíche.

- O que quis dizer com isso? - levantou a cabeça lentamente e olhou para a lâmpada.

- Que você precisa ir para um lugar melhor. - arrastou um livro de gramática esquecido no canto da mesa para perto deles. - Isso não te faz feliz. Faz?

- Não mesmo.

- E então? Vai fazer o que?

- Ah, nem sei. Quer saber? Não é preguiça, eu gosto de estudar, gosto de ter conteúdo. Mas é que...

- Você é forçada a fazer o que seu pai manda, pra garantir um futuro digno pra você e seus futuros filhos. E ele manda você estudar coisas que não gosta. - interrompeu, completando a frase.

- Não. Meu pai não tem nada com meu futuro. Ele é legal, mas... Sistemático e controlador. Persuasivo. Eu não gosto de não saber. Eu sou praticamente dona de mim mesma, eu me guio, eu me controlo. Sou mimha própria âncora. Tenho minhas próprias metas, sonhos, filosofia e pensamentos, não foi influência do Neji nem do meu pai.

- Sei como se sente. Meu pai é desse jeito também. Eles se dariam bem. E sobre você se guiar... Bem, você precisa de cobertura, um jet-ski, já que falou de âncora... Se um dia você se afogar. Quem vai te socorrer? Você mesma, com o peso de uma âncora?

- Acho que não, meu pai é anti-social. Prefere ficar vegetando naquele escritório chique que temos em casa do que dormir. - ignorou as palavras mais recentes de Sasuke. - Falando no seu pai... Você contou da Karin pra ele? - mudou de assunto.

- Ah, sim. - se jogou para trás, meio frustrado.

- E o que ele disse?

- Ele ficou louco da vida. Me chamou de irresponsável e ignorante por "não usar" camisinha. - gesticulou aspas. - Posso garantir que usei, mas ele não me ouviu, estava tão envolto pela própria razão que esqueceu do meu lado da história. Ah, eu não o culpo. Ele é assim mesmo.

- E sua mãe, aceitou na boa?

- Não muito, mas quem me dá a bronca mesmo, é o paizão bruto. Até por coisas que minha mãe se frustrou comigo, e ele não está nem aí. Ele sente prazer em me dar bronca. Minha mãe O-D-E-I-A brigas, desde as de irmão até as guerras. Engraçado, não?

Um Conto Nada Real.Onde histórias criam vida. Descubra agora