Justiça Sangrenta Parte: 2

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Depois disso, apenas voltei a minha consciência, horas mais tarde numa cama confortável de um hospital muito bem pago.

A cabeça rodava, e a ressaca provocava dores de cabeça terríveis.

Demorei até assimilar tudo e entender o que havia se passado.

As luzes mortiças daquele quarto branco; e os bips dos aparelhos conectados ao meu corpo não ajudavam muito.

Talvez o que veio feito um sinistro balde de água fria para refrescar meus pensamentos, foi a pessoa que me olhava amedrontada num canto escuro da enfermaria.

Um tremor percorreu meu corpo de cima abaixo.

O estado daquela menina aumentou drasticamente o ritmo de meus batimentos cardíacos.

Estávamos em um hospital e era perfeitamente normal pessoas feridas, ou dilaceradas.

Mas era incrivelmente estranho, uma pessoa naquelas circunstancias, poder andar e encarar com um ódio contido se manifestando nas Iris verdes e intactas.

Realmente os olhos eram a única parte daquele corpo que parecia não ter sofrido nenhum dano.

Os ossos da face estavam esmagados e sangrentos, os cabelos desgrenhados e sujos, o tórax parecia afundado, e os pés... um arrepio rápido na minha espinha... os pés estavam virados numa posição a noventa graus do corpo abatido, deixando os ossos do tornozelo expostos.

Fechei os olhos virando a cabeça. Lagrimas umedeceram meu rosto.

Lembranças da noite passada infestavam meu cérebro confuso.

A batida foi forte sim, mas aqueles olhos eram inesquecíveis.

A menina parada próxima a janela, o arremedo de carne e ossos, era a vitima de minha embriagues.

A certeza foi crescendo dentro de minha alma.

Ninguém pode resistir a um tranco daqueles depois ser arrastada brutalmente.

Comecei a tremer e a me debater.

As enfermeiras entraram correndo em meu socorro.

Quando me dei conta, agulhas atravessaram meu braço, sedando minha mente e levando o perturbador desespero para longe de minha consciência.

CONTINUA....

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