- o... O que você... quer de mim?.. - minha voz soou profunda e embargada pelas lagrimas.Silencio.
Nenhuma voz aguda soando no aposento. Nenhuma voz fria rasgando meus tímpanos. Apenas uma voz doce chegando ao meu cérebro, uma voz como uma sugestão rápida soprada aos meus ouvidos.
A boca da menina não se movera, mas eu havia captado muito bem aquelas palavras sutis. "Sua vida pela minha... sua alma pela minha" calafrios involuntários percorreram meu corpo de forma brutal e elétrica.
Demorei me a assimilar tudo. Pensamentos fugiam de meu cérebro assustado. "Talvez devesse... Deus não!" tudo girava devagar.
Cortei o fluxo, me levantando de supetão da cama. Silencio. Fui até a mesinha de cabeceira vasculhando a primeira gaveta.
Papéis inúteis, camisinhas velhas, cabos de aparelhos celulares, enfim o que eu procurava. Uma pistola automática nove milímetros.
Um pente com doze balas, mas apenas uma seria necessária. Sentei-me na cama engatilhando a arma. Um terror em forma de calafrio enrodilhou meu corpo inteiro, enquanto meu braço, oscilando, foi subindo devagar com a arma de encontro a minha têmpora direita.
O cano colado em meu crânio. Olhos penetrantes a me encarar. Meu braço tremia incontrolavelmente.
Fechei os olhos, buscando coragem. O gatilho parecia pesar toneladas. Senti lagrimas assomando em meus olhos. Não ia conseguir... era covarde demais para isso.
Abri os olhos novamente, chorando copiosamente. A menina assistia silenciosamente a cena, ossos molares expostos, septo esmagado.
Agora havia algo diferente de tudo que eu já vira naquele olhar verde misterioso, parecia que um novo tipo de sentimento havia nascido ali. Algo como a fria compaixão de uma vitima pelo seu malfeitor.
CONTINUA....
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Histórias e Contos De Terror
HorrorAlgumas historias pode ser que não assuste você mais Solicitamos que sómente as pessoas com mentalidade mais forte leiam isto caso contrario pode causar pessadelos