The Only Hope For Me Is You

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No entanto, Frank se sentou em cima do vaso e fitou o chão. Se sentia sozinho e cansado. Não sabia o motivo. Se despiu e tomou um banho rápido. Se arrumou, desceu as escadas e se despediu de Linda, que ficou preocupada se ele comeria o café da manhã ou não.
Ele não iria pra escola. Nem iria atrás de Bob ou Ray. Iria atrás do seu amor. Iria procurar Gerard Way.

Iero seguia à caminho da casa de Way. Um dos motivos de Frank ir atrás de Gerard era porque Way raramente não comparecia à escola; a não ser que estivesse doente ou algum problema pessoal. Colocou seus fones, abaixou seu capuz e escolheu uma música. Wherever You Will Go, do The Calling. Por um momento de nostalgia, se lembrou de seus momentos com o maior. Nem percebeu quando chegou à morada dele.
****

Duas noites atrás...

Gerard chegara da escola morrendo de dor de cabeça. Adentrou a sala e jogou-se no sofá, olhando através do teto. Queria, novamente, os toques do menor, os beijos, invadir o seu interior. Gerard, repreendeu-se, ele é apenas um garoto. Pare!
Riu. De si mesmo, da sua vida e simplesmente porque queria rir. Todos os dias era pressionado. No trabalho, na amizade e nas relações. Se levantou, subiu as escadas e foi para o banheiro. Decidiu que sairia aquela noite. Encheria a cara, chamaria Bert e quem sabe?, Frank.
Ligou
para McCracken, e este aceitou imediatamente, dizendo que ainda eram jovens e deviam gastar as energias. Way, então, foi tomar banho.
Escolheu sua camisa social branca, sua calça jeans preta, sua gravata também preta e seu sobretudo da mesma cor. Passou sua colônia preferida e penteou os cabelos. Estava pronto. Percebeu que Bert estava demorando, mas de repente, a campainha tocou. Já estava na hora, pensou.
Desceu as escadas rapidamente e abriu a porta, encontrando um Bert com os olhos vermelhos e sussurrando "desculpa", com dois homens atrás de si; um tampando sua boca e o outro com uma arma apontada na cabeça de McCracken. Empurraram Bert para Way e entraram, trancando a porta.
****

Ficou encarando a casa, tão grande e linda. Combina com o maior. Tudo estava quieto, tinha a impressão de que ninguém estava ali há dias. Nenhum sinal de vida, apenas os vizinhos de Way, ao lado da casa, olhavam com desprezo para Frank. Então, tocou a campainha.
****

Gerard e Bert haviam sido amarrados no meio da sala, em cima do tapete, de costas um para o outro, com as bocas amordaçadas. Os bandidos vasculhavam a casa na procura de pertences de valor- o que não faltava naquela casa, iam de um lado para o outro, vez ou outra trocando olhares com os reféns.
- Pegamos tudo. – disse o primeiro assaltante, levantando uma mala que nem dava para fechar de tão cheia.
- Já podemos ir, ou quer brincar com eles? – falou o segundo lançando um olhar malicioso.
- Haha. Você também, né?
- Sim. Então, eu fico com aquele vampiro ali e você com o que pegamos no caminho.
- Tá.
O primeiro levou Bert para a cozinha, fechou as cortinas, atirou todos os utensílios da mesa no chão, abaixou as calças de McCracken-que tentava segurar as lágrimas- e forçou-lhe a cabeça sobre a mesa, olhou para Way e mandou um beijo. Abaixou suas próprias calças juntamente com sua cueca, depois abaixou a de Bert e o penetrou. Este soltou um grito de dor ao sentir seu interior ser invadido. O assaltante o estocava com força e violência, já dava para ver um pouco de sangue escorrendo pelas pernas do abusado. Gerard virou o rosto, a culpa de Bert estar sofrendo aquilo era dele. Ele o convidou, seus olhos se encheram de lágrima e percebeu que o outro assaltante estava rindo.
- Agora, baby, que tal subirmos?
Agarrou Way pelos braços e o puxou escada acima. Abriu uma porta, e era o quarto do maior. O jogou na cama, trancou a porta e se virou para Gerard, sorrindo como Lúcifer deve ter sorrido antes de cair do Paraíso. Way se arrastava pela cama, tentando escapar, mas em vão.
- Não fuja. Vai ser muito bom, e se realmente for, pouparei sua vida.
Way paralisou, fitou o bandido de olhos arregalados e tornou a fitar o chão. Então, se ajoelhou –pelo menos tentou, com as amarras- e apertou os olhos com toda a força.
- Olhem o que temos aqui! – anunciou o bandido- Uma cadela obediente!
Caminhou até Gerard e deu um tapa em sua bunda. Retirou sua calça e cueca –fez o mesmo com o maior- e enfiou seu rosto nas nádegas do mesmo, examinou com a língua todo o local, cuspiu, e o penetrou tão rapidamente que Gerard só sentiu a dor minutos depois. Gritou mas a mordaça abafava sua voz.
-Mesmo que grite ninguém te ouvirá. Você estaria morto no mesmo instante.
Seguiu estocando-o dando tapas vez ou outra em sua bunda, mordendo-a e lambendo-a. Way se sentia sujo, se necessário tomaria banho na água benta.
Parecia que já estava ali há horas quando sentiu o abusador se desfazer em seu interior, o jogar no chão, se arrumar e descer as escadas com se nada tivesse acontecido. Gerard só se lembrou de ter tentado gritar e desmaiou.
****

Frank apertou a campainha e nada. Tocou mais uma dúzia de vezes e nada acontecia. Foi ao portão e viu que o mesmo estava apenas encostado, e não trancado como de costume.
Empurrou este e se virou para a casa totalmente sem nenhum sinal de vida. Segui até a porta, também não estava trancada, sendo assim, entrou. Se chocou com o que estava vendo; os objetos e tudo o mais que antigamente estava na casa haviam sumido. Estava tudo revirado, havia, também, vestígios de sangue, como se alguém tivesse levado um soco no nariz e ficasse ali, sangrando até a morte. Ouviu uns gemidos que vinham da cozinha e foi até lá. Sua boca fez um "O" perfeito e seus olhos se arregalaram; Bert estava jogado no chão, cheio de hematomas pelo corpo e parcialmente nu. Foi em direção até ele e percebeu que estava com febre. Aliás, há quanto tempo já estava no chão, ainda mais, o mesmo estando gelado? Não sabia. Pegou seu telefone e discou o número da polícia e da ambulância. Colocou de volta a roupa do rapaz porque não se sentia confortável.
O deixou lá e foi procurar o maior. Subiu as escadas com tanta rapidez que quase caiu de costas quando chegou ao último degrau. A porta do quarto de Way estava entreaberta, decidiu que ele estaria lá. Não importa o que visse à ver depois que entrasse no quarto, só queria ver se Gerard estava realmente lá.
E estava. No mesmo estado em que havia encontrado McCracken, estava gelado, mas inconsciente, também o arrumou e ficou esperando as autoridades chegarem.
****

Assim que as autoridades chegaram carregaram Way e Bert para as macas e depois para a ambulância e os levaram para o hospital. Frank só pode ir logo após de dar seu depoimento à polícia, que suspeitavam dele.
Foi o mais rápido que pode para o hospital, foi até a recepcionista que disse que os dois não podiam receber visitas, se sentiu desapontado e decidiu tomar um café e se sentar nas cadeiras dos corredores à espera.
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Frank não sabia há quanto tempo estivera ali, dormindo. Mas quando acordou a enfermeira mais próxima disse que os parentes de Way estavam à caminho e voltou à seus afazeres. Iero ficou perplexo, neste tempo todo em que conhecera Gerard não sabia nada a respeito de sua família; seus pais e se tivesse irmãos, avós e tudo o mais. Entrou no quarto em silêncio, se sentou na poltrona ao lado da cama e acariciou o rosto dele. Parecia tão frágil, tão abatido, mas ao mesmo tempo lindo.
A porta se abriu, a enfermeira estava acompanhada de três pessoas, um rapaz alto e magrelo com os mesmos olhos de Way, uma senhora loira e um senhor gordinho. Iero tinha uma certeza; aqueles eram os parentes de Gerard.


I never told you what I do for a livingOnde histórias criam vida. Descubra agora