Capítulo 12

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# Mia POV #

Tio: E tu minha menina, tu tens de te portar bem! - diz dirigindo-se a mim e eu faço a minha cara de santa. - E não faças essa cara que eu já sei como és!

- Se sou assim é porque saiu à família, não é tio?

Tio: Eu não sei do que falas! - diz ele confuso.

- Sei eu, tu és pior que eu. Pelo menos eu não assalto autocarros escolares com uma arma de brincar quando tinha 12 anos, não é?

Dito isto a sala risse toda mas não oiço o riso característico da retardada da minha irmã.

- Já agora, alguém sabe da Alexis?

Niall: Sim ela foi abrir a porta, mas já foi há um bocado.

- Hmm que estranho. Eu vou ver o que se passa.

Dirigo-me a porta de entrada mas não vejo ninguem a não ser a Alexis.

- Alexis, quem é que bateu à porta? - pergunto mas ela não me responde. - Hello, Alexis? Eu fiz-te uma pergunta. - e só aí  vejo que ela está a chorar com um papel na mão, totalmente petrificada e, quando olho em volta à procura de algo que a possa ter colocado neste estado, vejo um bebé numa cesta.

- Mas que raio?! Quem deixou um bebé à nossa porta? Alexis, de quem é este bebé? Quem é que o deixou aqui? - digo entrando em parafuso.

Alexis: É da mãe... quer dizer era...

- O quê? Mas isso não faz sentido nenhum! Como assim era??

Alexis: Mia, a mãe... ela, ela morreu!

- O quê? - pergunto enquanto ela me passa o papel para as mãos.

Leio e releio até saber todas as palavras que estão neste maldito papel de cor. Isto não faz sentido,simplesmente não faz sentido. Como assim ela morreu? Ela morreu ao dar à luz esta pequena e adorável criança. Acordo do desvaneio e pego ao colo o indefeso bebé que agora estará ao nosso cargo.

- Vamos leva-lo para dentro e contar ao pai.

Alexis: Sim é melhor. Como achas que ele vai reagir?

- Mal com certeza. Mas como é que tu estas?

Alexis: Sinceramente não sei, mas este pequenote não tem culpa de nada. - faz uma pequena festa na sua frágil cabeça e eu sorriu com este momento.

- Pois não, ele só tem culpa de ser fofo. -  e com isto, a minha irmã risse e é bom saber que mesmo devido a estas circunstâncias,  ainda consigo fazer com que ela se ria.

Entramos na sala, onde está tudo escuro, e aparece Emily, com um grande bolo de morangos e o resto da comitiva atrás a cantar os parabéns. Só agora me apercebo que o aniversário da Alexis está completamente arruinado.

Assim que todos olham para nós, param imediatamente de cantar e focam a sua atenção na prenda de anos que eu tenho no colo.

Pai: O que é isso?

- Hum, não sei. Talvez seja um bebé? - digo ironicamente.

Pai: Mas...mas é teu filho?

- Sim pai, porque eu estive grávida durante nove meses mas escondi isso de toda a gente e decidi agora contar a todos.

Todos menos eu e a Alexis: O quê?! - eu e a Alexis olhamos uma para a outra e revirarmos os olhos ao mesmo tempo.

Alexis: Tenham calma, ok? Não, este não é o filho da Mia. É o nosso irmão!

Pai: Mas a Madaline só vai dar à luz daqui a uns meses!

Eu e a Alexis em coro: O QUÊ? - dizemos a berrar.

Pai: Hum... pois... eu ia-vos contar....

Alexis: Quando? Como? O que? Porque?

- Ias-nos contar o facto de teres namorada ou teres engravidado uma qualquer?

Pai: Mia, ela não é uma qualquer. Eu gosto mesmo dela!

- Como gostavas daquelas todas depois de a mãe ter-te deixado? Se bem me lembro, era uma diferente cada noite e, deixa me ver, sim lembro-me bem! - grito.

Pai: Mia, isso foi...

- Sim, eu sei. Foi no passado, passemos agora ao presente e lê isto. - digo passando-lhe o papel.

O clima da sala ficou bastante intenso enquanto toda a gente lia o que continha no papel.

Pai: Eu não quero essa criança na minha casa!

- O quê? Porquê? Ele não tem culpa de nada. Aliás, ele é o que menos culpa tem nisto tudo, não a tem sequer. Que culpa é que ele tem de ter nascido? Aqui se alguém tem culpa és tu de esconder a verdade.

Pai: Eu já disse que não o QUERO NA MINHA CASA! - grita o nosso pai de maneira irracional ao meu ver. Ele está a ser muito injusto.

Alexis: Pai estás a ser injusto e irracional. - diz exatamente aquilo que eu estava a pensar, com demasiada calma.

Pai: VOCÊS NÃO SABEM DO QUE ESTÃO A FALAR. - gritar novamente.

- E tu sabes? - digo levantando a sobrancelha. - É que não parece. Aliás, esta atitude não parece nada como a do pai que eu conheço, mas sim como a do homem estranho e antigo que não via há muito tempo. Não tinha saudades nenhumas desta versão de ti! - afirmo já com lágrimas nos olhos. Odeio este meu lado emocional, faz-me chorar por coisas que já não valem a pena mas que, infelizmente, continuam a  mexer comigo.

E é aí que o meu pai me dá uma estalada. Que bom, mesmo à frente de todos. Nunca pensei que ele fosse capaz de me bater, ele nunca o tinha feito antes. Olho em volta e não só se ouve uma  exclamação de dor e pena como também os seus olhares transmitem isso.

- Sabes, eu não sei quanto à Alexis mas, não é só este bebé que  não vai aparecer aqui tão cedo. Tu a mim também não me vais ver tão cedo. - coloco o meu novo maninho na sua cadeirinha e antes de me ir embora, algo que antes estava entalado na minha garganta sai cá para fora. - Ah e quando o meu pai, o meu verdadeiro pai voltar e ver a merda que ele fez, avisa porque eu recuso me a viver na presença de um ser que é capaz de colocar a mágoa que sente por ter sido abandonado pela mulher que nunca o amou à frente das suas próprias filhas. - mal acabo de dizer isto, abandono a casa onde as boas recordações começam a ser apagadas pelas más.

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⏰ Última atualização: Oct 30, 2015 ⏰

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