Capítulo 3

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Campus de Justiça de Lisboa, Quarta-feira, 09:00 da manhã.

- Vamos chamar de novo a primeira testemunha. 

A rapariga levanta-se e caminha até ao sitio indicado, após sentar-se, olha em volta e vê algumas caras conhecidas. Rapidamente baixa o olhar, sentindo a tristeza aumentar. Aquelas pessoas que conhecia, eram os pais de todos os que foram mortos. Vendo que a rapariga demorava o juiz ajuda-a a iniciar o seu relato.

- Podes por favor continuar de onde o Jake terminou ontem?

- "Como o Jake contou...

Nós fomos para a casa da Pilar naquele dia, estávamos todos assustados com o que tinha acontecido. O Afonso estava morto e a culpa era toda nossa! Não tínhamos sido nós a mata-lo, mas tínhamos sido nós a entrar na parte antiga e desde esse momento que coisas estranhas acontecem. Por isso sentimos culpa do que aconteceu ao nosso grande amigo. 

Tentamos decidir o que fazer, mas não tínhamos ideias, ninguém acreditou em nós, nem nos contaram a verdade. Não sabíamos o que fazer, estávamos todos sem ideias e preocupados. Passado algumas horas cada um foi para a sua casa.

Mais uma vez fomos atacados por pesadelos. Os pesadelos eram bastante confusos e saltavam em várias partes. Não dava para os perceber.

No dia seguinte estávamos todos cheios de sono (outra vez). Tudo parecia ter voltado ao normal, tirando a parte claro que estávamos todos tristes pela morte do Afonso. Mas não tinha aparecido nada de estranho, nem assustador. Mas como é claro que isso não seria assim durante muito tempo. Na hora de almoço estávamos todos sentados numa mesa de rua, quando Sophie começou a sentir falta de ar. E do nada apareceu uma marca de uma mão no pescoço de Sophie feita de sangue, mas desapareceu tão rápido como apareceu. Olhamos em volta para ver se víamos aquele rapaz que pingava sangue, mas ele não estava ali! Estávamos os cinco sozinhos..."

- E depois o que fizeram? 

- "Depois...

Olhamos uns para os outros bastante assustados! Não estávamos a perceber o que nos estava acontecer, mas decidimos ir para a escola, porque faltava pouco tempo para tocar para a próxima aula. Chegamos ao portão e vimos uma ambulância, mais uma vez olhamos uns para os outros e entramos na escola. Fomos ter com a auxiliar e perguntamos o que se passava ela respondeu "Uma rapariga e um rapaz foram encontrados mortos numa das salas, ao que parecia eles estavam a namorar ou a fazer outras coisas", "Obrigada/o" agradecemos e deixamos a auxiliar sozinha, caminhamos para as escadas e vimos as duas macas que transportavam os dois corpos sem vida. Os enfermeiros pararam com as macas para abrir duas portas e de repente aparece um homem adulto ao lado das macas e ele sorria. Sorria com um enorme prazer, depois olhou para nós e sorriu ainda mais. E do nada desapareceu. Os enfermeiros levaram as macas com os dois corpos sem vida para a ambulância, fecharam as portas e foram-se embora, a policia apareceu no minuto a seguir para fazer perguntas às pessoas. 

Ouvimos um comunicado "As aulas foram canceladas, por favor vão para casa com cuidado! Hoje vamos enviar um e-mail aos EE para saberem se há escola amanhã ou não. Quem tiver que ir buscar as suas coisas à ala vão agora. Até amanhã, espero.", a voz da directora foi ouvida pela escola toda. Nós caminhamos até à sala para irmos buscar as nossas malas, ao subirmos as escadas passamos pelo memorial do Afonso. Caminhamos até à porta da sala que estava aberta, a auxiliar do corredor não estava lá, por isso entramos sem pedir a ninguém. Ao entrarmos na sala ficamos todos sem ar. A sala estava cheia de sangue, em todo o lado, tal como a sala da parte antiga. Atrás de nós ouvimos uma voz que nos fez saltar de susto "Ehi meninos buscar as coisas e ir embora!", olhamos para trás e vimos que era a auxiliar, quando voltámos a olhar para a sala, esta estava limpa como sempre esteve. Confusos e assustados, fomos até às nossas mesas buscar as malas e fomos embora rapidamente. 

A escola estava silenciosa enquanto descíamos as escadas, era bastante estranho não ouvirmos o barulho dos outros alunos. Mas era ainda mais estranho aquilo que estava acontecer. Passamos pela porta que dava para a parte antiga e ai o silencio foi quebrado. Ouvimos gritos de alguém que parecia estar a ser torturado, como se estivesse a ser cortado aos pedaços. Olhamos uns para os outros e corremos até a porta, tentamos abri-la mas estava completamente fechada! Os gritos eram cada vez mais altos, cada vez mais insuportáveis! O Jake e o Toby foram contra a porta numa tentativa de abrir mas nada resultou. Os gritos pararam de um momento para o outro. A pessoa que estava a gritar provavelmente tinha sido morta. Nós ouvimos aquela pessoa a pedir ajuda e não a pudemos ajudar. Não a salvamos. Pelo menos foi isso que pensamos naquele momento. " 

O juiz ficou em silêncio alguns minutos, até meter a ordem na sala pois a audiência começou naquela conversa sibilante a comentar o que tinham acabado de ouvir.

- Silêncio! Por hoje a sessão está encerrada. Continuaremos amanhã à mesma hora.

Dito isto levantou-se, saindo da sala sem olhar para trás. Caroline ainda agoniada com o que tinha relatado, faz um esforço para ignorar algumas pessoas que não escondiam a opinião "São loucos estes miúdos!", "Que imaginação!", "Foram eles!". Com pressa, ela caminhou para Jake e abraçou-o tentando reunir forças.

- Espero que isto acabe depressa! Nós pudemos morrer a qualquer momento e eles só pedem para virmos nos dias seguintes. Sinceramente não aguento mais...

- Jake... 

- Eu sei Caroline, eu sei tenho que manter a calma. Espero conseguir isso...

Espero que gostem!

É a minha primeira vez a escrever uma história de terror!

Quero as vossas opiniões!

Obrigada! 

The Old Part [PT]Onde histórias criam vida. Descubra agora