Capítulo 14 - Decisão

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- Você ficou louca? Tentando bancar a heroína ainda mais quando meu afilhado ta dentro de você?! - Vic gritava comigo do outro lado do computador.

- Calma Vic. Eu to bem e o bebê também. - Disse rindo.

- Não tem graça Thay. - Sabia que ela queria rir também. - Aquele maluco podia ter feito algum mal maior a você.

- Mas não vez. Thomaz e meus amigos chegaram antes disso.

- Queria estar ai com você, mas tu sabe que não e fácil largar tudo aqui. - Disse ela triste.

- E eu nem quero que você largue tudo ai Vic. Foi sempre seu sonho ir estudar ai, não e por minha causa que você vai largar tudo.

- Af. - Bufou ela. - E os outros, sabem? - Perguntou ela.

- Mamãe ficou encarregada de contar tudo a eles lá. - Expliquei.

- Entendi. Cezar vai enlouquecer, você sabe né?

- É. Eu sei. Mas o que importa agora é que eu e o meu bebê estamos bem. - Disse.

- Por quanto tempo Thay? - Falou ela. Parecia preocupada e cansada.

- Como?

- Esse louco esta solto por ai. A guria te disse que ele viria atrás de você. Você não esta segura até ele ser preso amiga. - Disse ela.

- Eu sei. Mas o que eu posso fazer? Eu não sei onde ele esta, não sei nem ao menos se vai vir atrás de mim de verdade. Estou no escuro. - Disse a ela.
- E Thomaz? O que acha disso? - Perguntou.

- Ah, ele se sente culpado por tudo que aconteceu e está ficando louco já. Quer achar Vinícius custe o que custar. - Falei.

- Tadinho. Deve estar sendo difícil pra ele também.

- As vezes acho que é mais difícil pra ele do que pra mim. - Falei triste.

Alguém a chama do outro lada.

- Thay, já ta na hora da minha aula.

- Ta, claro. Vai lá. Desculpa te encomodar. - Disse.

- Não é incômodo e você sabe disso. Amanha eu te ligo pra saber como esta tudo. Ok?

- Ok. Te amo, saudades. - Disse.

- Também te amo e estou morrendo de saudades. Vê se cuida do nosso bebê ai. - Disse piscando para mim.

- Com o maior carinho. - Respondi a piscadela e desligue a chamada.

Sai do quarto e fui para a sala onde Thomaz e Paloma conversavam.

- Onde esta Gabriel? - Perguntei olhando ao redor procurando meu amigo.

- Ele foi fazer um trabalho. - Respondeu Paloma.

- Falou com a Vic? - Perguntou Thomaz.

- Sim. - Respondi indo até a cozinha e pegando um pote de sorvete no congelador. - Ela ficou preocupada mas eu a acalmei. - Falei voltando para a sala com o pote de sorve e uma colher.

- Não esta sendo fácil pra ninguém. - Disse Paloma mais pra si mesmo do que pra nós.

- Sobre o que conversavam? - Perguntei tentando mudar de assunto.

Thomaz e Paloma trocaram olhares preocupados e vi que a conversa não era tão boa assim. Me arrependi de ter perguntado.

- Paloma e eu estávamos conversando...- Thomaz estava sério. - Olha meu amor, você está grávida e tem um maluco querendo se acertar com você.

- Ta, é o que isso tem a ver com a conversa? - Perguntei.

- Antes da sua mãe ir embora, eu e ela conversamos e ela me disse que se caso você corresse risco, você voltasse para casa e só voltasse para cá quando tudo já estiver resolvido. - Falou ele com cautela.

- Então vocês querem que eu volte para casa?

- Sim Thay. E pro seu bem e do bebê. - Falou Paloma.

- E tomaram essa decisão sem ao menos me perguntarem antes? - Falei seca.

- Thay, a gente ta te falando agora. Entenda, e pro seu bem. - Disse Paloma.

- Mas eu não quero largar tudo, meus estudos... Vocês. Eu não quero. - Disse.
- A gente não vai poder te proteger toda hora Thay. Se Vinícius é capaz de tudo que Aline falou, ele vai vim atrás de você sim, e não vai ter piedade. - Thomaz parecia cansado.

- Eu não tenho medo dele. Eu não quero ir embora. - Teimei.

- Pare de bancar a criança. - Thomaz gritava. - Não vê que você corre risco e que só queremos e seu bem. - Agora ele estava mais calmo. - Por favor Thay. Vá pra casa.

- Foda-se. - Disse me levantando. - Quer saber? Ta, eu vou. Já que é a vontade de vocês, eu vou. Só não garanto que me esconder do problema ele ira deixar de existir e de vim atrás de mim. - Marchei para o quarto e bati a porta atrás de mim.

Sentei na cama e comecei a chorar. Sinceramente, a gravidez estava causando mudanças extremas de humor em mim. Raiva tomou conta de mim, eu não queria ir embora. Não achava justo deixar tudo que eu lutei pra conseguir por causa de um filho da puta. Eu sei que meus amigo e Thomaz só estavam fazendo isso pro meu bem e do bebê também, mas eu não queria deixar meus amigos e muito menos meu namorado aqui sozinho. Não queria ir embira pois sabia que mesmo eu indo, o problema não deixaria de existir. Eu preferia mil vezes lutar contra o problema logo do que ficar fugindo por ai e nunca ter paz.

Olhei para a minha barriga e comecei a chorar ainda mais.

Só que agora não adiantava eu bancar e heroína mesmo. Tenho algo maior pra proteger, agora não é só eu, tem um mini ser crescendo em mim. Tinha que pensar nele em primeiro lugar. Não deixaria ele sofrer por escolhas erradas minhas.

Voltei para a sala onde Thomaz e Paloma ainda conversavam.

- Decidi. Eu vou pra casa. Mas não e por causa de vocês. - Coloquei a mão na minha barriga. - E por causa do meu bebê. Quero ver ele bem, e pra ele estar bem, eu preciso ficar bem, mesmo que isso exija que eu deixa a faculdade por um tempo. - Terminei quase sem ar.

Thomaz me olhava como se estivesse impressionado com o que acabei de dizer e Paloma sorriu um sorriso discreto de vitória. É, eu voltaria para casa.

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