Eu ainda estava grilada com o que havia ocorrido na cozinha. Não sei como vai ser daqui pra frente meu convívio com Vinícius. Desejo que seje o mais distante possível.
Thomaz, para a minha alegria não tinha desconfiando de nada. Não quero que ele fique sabendo e se preocupe com coisa tola. Se alguma coisa mais grave acontecer, óbvio que vou contar ao meu namorado. Se não, pode deixar que eu mesma cuido do Vinícius.
- Você esta linda! - Disse Thomaz atrás de mim enquanto eu terminava a minha maquiagem.
Eu usava um clássico vestido preto que ia até um pouco acima dos joelhos e um salto alto da mesma cor. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto e minha maquiagem era bem leve.
- Idem. - Disse finalizando a maquiagem e me virando para ele.
Ele sim estava lindo. Usava uma calça jeans preta, uma blusa do Guns N' Roses e tênis. Seu cabelo que já passava da hora de cortar estava bagunçado propositalmente, e isso o deixava mais sexy.
Ouve batidas na porta do quarto.
- A gente já ta indo. Vão ir agora? - Perguntou Paloma colocando só a cabeça do lado de dentro do quarto.
- Vamos. - Disse Thomaz.
Paloma piscou e saiu fechando a porta nos deixando sozinhos novamente.
- Não sei se to muito afim de ir nessa festa. - Disse a Thomaz assim que ficamos a sós.
- Por que? - Perguntou ele.
- Ah sei lá. To meia indisposta. - O que era verdade. Estava me sentindo mal, só não sabia se era por causa do que havia ocorrido na cozinha ou não.
- Ah, vamos amor. - Disse Thomaz fazendo cara de coitadinho. - A gente só bebe um pouco, dança e vem embora. Por ser?
- Af! Pode. Mas que não demore muito. Ok? - Disse a ele indo em direção a porta.
- Ok. - Disse ele vindo atrás de mim e dando um leve tapa no meu bumbum.
E assim fizemos.
A casa onde estava ocorrendo a festa era na rua de trás do campus e estava cheia de estudantes. Fora da casa, no gramado tinha gente dançando, bebendo, se pegando e fazendo outras coisas a mais no escuro.
Dentro da casa o cenário não era muito diferente, só que havia mais bebidas, mais som alto, mais gente se pegando e bebendo.
Nós quatro se dirigimos à mesa onde ficavam as bebidas. Todas ela estavam depositadas a grandes caixas cheias de gelo. Paloma e eu optamos por caipirinha e os meninos cerveja.
Enquanto eu bebia, fazia uma varredura com meus olhos pela casa com muito esforço por causa do escuro procurando Vinícius. Mas para meu alívio não o vi. Me senti mais leve agora, por mim que ele não fosse a festa.
- Vamos dançar. - Gritei no ouvido de Thomaz quando ele terminou sua bebida.- Vamos. - Gritou ele de volta.
Fomos para o meio da pista onde Gabriel e Paloma já dançavam. Começou a tocar uma música lenta, então Thomaz me puxou para si entrelaçando seus braços em minha cintura e eu no pescoço dele. Fechei os olhos e repousei minha cabeça no peito de Thomaz. Por um tempo viajei na gente dançando ali. Thomaz tinha o dom de me fazer viajar assim. E eu gostava disso.
Após o término da música abri meus olhos, só que para meu azar, eles pousaram na pessoa indesejada. Vinícius.
Ele estava em um canto perto das bebidas e me encarava também. Ele me olhava como se estivesse me comendo pelos olhos, seu sorriso era sombrio e irônico. Isso enviou calafrios ao meu corpo inteiro.
- Você ta bem? - Thomaz perguntou preocupado ao perceber minha reação repentina.
- To sim. Só um pouco tonta. - Gritei para ele tentando voltar ao normal.
Eu queria ir embora, queria tirar essa roupa e dormir. Sabia que com Thomaz perto de mim Vinícius não poderia fazer nada contra mim, mas mesmo assim, saber que ele estava no mesmo espaço que eu e que estava me olhando me deixava desconfortável de mais.
- Eu só vou no banheiro ta? - Gritei pata Thomaz, e sem esperar resposta me dirigi ao banheiro.
Subi as escadas da casa julgando que o banheiro fosse lá. No segundo andar, pelos corredores e até mesmo em um dos quartos da casa havia casais em amasso intenso. Corri para o banheiro o mais depressa possível. Meu mundo parecia que iria desmoronar, sentia o gosto da bebida na minha garganta. Do nada queria colocar tudo que havia comido e bebido pra fora. Ainda bem que achei o banheiro a tempo e despejei tudo.
No espelho do banheiro vi meu reflexo e me assustei com o que vi. Eu esta pálida, olhos vermelhos e lagrimejados. Me senti fraca e tonta novamente. Me apoiei na pia e esperei até que aquela sensação horrível passasse.
Ouve batidas na porta e por um segundo pensei que fosse Thomaz, mas me enganei.
Senti uma puxada forte no meu braço me puxando para um quarto escuro ao lado do banheiro.
- Espero que você não tenha dito nada ao seu namoradinho. - Disse Vinícius. Sua voz era fria.
- Eu não disse nada. - Minha voz era falha.
- Isso e bom para você e para seu namorado. Espero que continue assim. - Disse ele apertando o aperto em meu braço.
- Me solta, você ta me machucando. - Disse quase sem força.
- Thay! - Gritou Thomaz vindo pelo corredor.
Vinícius soltou meu braço e entrelaçou eles em meu ombro se servindo de apóio.
- Ta aqui cara. - Disse ele para Thomaz me levando para a luz do corredor.
- Ah! Fiquei preo...- Ele parou assim que viu meu estado. - Tha, o que você tem? - Ele me tirou do apóio falso de Vinícius e me pegou no colo.
- Não sei o que deu nela cara. Quando eu vim ao banheiro encontrei ela assim, passando mal. - Disse Vinícius com uma falsa preocupação na voz. Cínico.
- Obrigada Vini. Pode deixar que daqui pra frente eu cuido da minha namorada. - Disse Thomaz e Vinícius com um leve aceno com a cabeça foi embora. - O que você tem meu amor? - Perguntou Thomaz para mim.
- Eu não sei. To fraca de mais. - Disse fraca.
Eu não consegui mais falar. Meus olhos estavam fechados e minha cabeça apoiada no peito de Thomaz. O mundo, as pessoas, a música alta, tudo foi ficando para trás. Tudo que restou foi eu e a escuridão.
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Comentem ai amores o que estão achando. Obrigada pelo apóio e força que vocês tem me dado para continuar a escrever. Vcs são de mais <3
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Tudo Que Vem Depois - 2 livro de A Baixinha E O Playboy.
RomansSe tudo fosse fácil a vida não teria graça. Para um amor ser verdadeiro e durar, ambas as pessoas tende a lutar por isso. E por mais que aconteçam coisas para separar esses dois, o amor fala mais alto.