Enquanto Scarlett ainda estava inconsciente, Adam leva a mesma nos braços para a casa de uma conhecida, dentro da floresta sombria, de onde não sairiam tão cedo. Lá, Scarlett é cuidada, e, por meio de magia, seus machucados (ou quase todos) são curados. Enquanto a mesma permanece inconsciente, costuma repetir um nome, "Alex Marshall".
16 de setembro de 1993, casa de Alice Nakamura, 4h57 p.m.
POV Adam
Odiava admitir, mas eu estava muito preocupado com Scarlett, aquela garota não queria acordar, será que meu soco foi tão forte assim? O pior era ela repetindo aquele nome estranho, deveria ser alguém do mundo dela, não? Fiquei refletindo sobre isto até uma garota de cabelo azul surge em minha frente, toda ofegante. Espero ela recuperar o fogo e começar a falar.
- Adam... - mais uma pausa - ela acordou.
Levanto-me imediatamente e vou correndo até ela, tinha muitas perguntas para fazer, e, por mais que eu não faça todas, esclarecer sempre é bom, e precisávamos de pista, já passamos tempo demais nesta maldita floresta.
- Adam... Quem era aquela smurf? - tive vontade de rir, mas me contive. Sua voz soava cansada e eu sabia a razão. Faderland cansava as pessoas.
- Essa smurf se chama Alice, prazer - ela chega de repente e acaba assustando nós dois (eu e Scarlett).
- Hm... Prazer, smurf - provocou a loira. Parece que se esqueceram de que eu estava aqui.
- O prazer que eu tenho é na cama, bela adormecida - Alice pisca e passa seus braços em minha cintura, ato que deixa Scarlett boquiaberta.
- Você é bissexual? - agora, Scarlett estava assustada. Rio descontroladamente.
- O quê? Claro que não garota! - a indignação no tom de voz de Alice foi o melhor, ok, caí no chão de tanto rir.
- ADAM - as duas gritam em uníssono, acabei parando de rir aos poucos.
- Agora, a senhorita smurf poderia fazer o favor de dar o fora daqui? - Pede Scarlett, já perdendo a paciência.
- Ui! Ok, bela adormecida - Alice me abraça apertado antes de ir, e eu retribuo.
Scarlett eu nos encaramos em silêncio, ela parecia estar em uma guerra interna, não sabendo o que fazer, isto estava muito na cara, não julgava ela, afinal, tanta coisa aconteceu nos últimos dias... Será que ela vivia isto constantemente? Deve ser por isso que ela raramente aprecia na civilização, e quando aparecia estava repleta de machucados.
- Olha, Scarlett, eu lhe dou o tempo que precisar para pensar - comecei a falar, afastando-a de seus pensamentos - mas se demorar muito, eu irei atrás de Alice.
- Ok. - ela diz com uma voz seca e bufa logo em seguida - precisamos ir atrás de Alex Marshall.
- Por que iríamos atrás dele? É algum amiguinho nojento que você conhece no seu "mundo real"? - cuspo tudo raivoso, de novo ela falando deste cara. Já não basta o que aconteceu com Tyler?
Scarlett respira fundo antes de começar sua fala, percebo que acabei magoando-a profundamente com o que disse anteriormente, me sinto culpado, de novo acabei fazendo merda.
- Não... - continua com seu seco tom de voz - é uma pista. Agora vá atrás de Alice, fique com ela e não me procure mais.
Ela faz menção de ir embora e eu explodo, garota irritante, além de grossa fica fazendo drama. Pensei em ir atrás dela e jogar tudo em sua cara, mas tudo o que faço é vê-la se distanciando, tomara que seja para sempre.
- Hey gato... O que aconteceu? - Alice chega de mansinho e apoia uma de suas mãos em meu ombro - aquela louca saiu correndo pela porta, nem disse adeus.
Não digo nada, apenas a abraço e ficamos assim por horas, seu cheiro era reconfortante e suave, diferente do de Scarlett, que incomodava por ser tão marcante, seu cheiro a entregaria facilmente qualquer hora dessas. Mas por que eu estou pensando nela? Ela que se dane. Interrompo o abraço e encaro a Alice.
- Pode ficar assim o que quiser, precisamos de alguém para nos apoiar - sua voz soa parecida com o ronronar de um gato.
Assinto fraco, mas peço para ficar sozinho. Fico encarando as paredes em tom bege de seu quarto e as longas cortinas em azul turquesa, como quase todos os detalhes do quarto, sorrio de canto, parece que alguém amava esta cor.
16 de setembro de 1889, passeio no jardim do palácio de Marie Atalanta II (localizado em Faderland), 6h42 p.m.
POV Marie Atalanta II
Assim que meu marido soube de meu falso abuso, veio o mais rápido que pôde, quase tive pena deste homem, porém ele destruiu todo o meu sentimento com sua amante de quinta categoria. Falso.
Agora Heitor (meu marido) passava o tempo todo ao meu lado, não se desgrudara de mim até agora, com medo que algo acontecesse ou com que eu ficasse mal o suficiente para me suicidar, puro interesse, sabia que ele precisava de minha boa reputação para ficar no poder, não tenho culpa se ele é um péssimo rei e possui uma séria falta de carisma.
- E então, meu amor, do que tu precisas? - ele segura em minha mão e me encara profundamente, como se tentasse ler minhas emoções.
- Guerra. - respondo decidida, mas não com meu tom doce de sempre, era bom ele achar que eu estava traumatizada.
- Tem certeza? Foi só um abus... - ele interrompe sua frase ao ver meus olhos marejados, não disse que ele era um péssimo rei?
- Nunca mais repita isso - fito meu olhar no chão e faço uma voz fraca sair de mim, era bom que ele se sentisse arrasado ao menos uma vez na vida.
Ele me abraça, numa tentativa falha de me reconfortar, mas isto nunca mudaria o que sinto em relação a ele. Ele nem pensou em me reconfortar quando estava na cama com uma amante, aposto. Ele é o culpado de tudo destruiu toda minha inocência e felicidade, e agora teria de pagar. Ele e todo este reino tolo.
16 de setembro de 1993, civilização (localizada em Faderland), 8h42p.m.
Depois de vagar por horas sem rumo, fico na casa de uma amiga na civilização, ela estava viajando, mas eu tinha a cópia de seu quarto. Passaria esta noite e amanhã já partiria, tinha de ser breve, porém precisava descansar.
Como alguma coisa em sua cozinha, arrumo tudo e tomo um delicioso banho. Após toda a minha higiene pessoal estar completa e eu pegar novas mudas de roupa (deixava como reserva em sua cama), me deito em uma grande cama, no quarto de visitas e fico encarando o teto até adormecer.
Sonho on
Estava em um cenário totalmente desconhecido, exalava um cheiro delicioso de lavanda, porém, não era aconchegante como a floresta (apesar de muitos julgarem ela assustadora). Adentro pelo local dourado, deduzo ser o palácio de alguém, fiquei descobrindo o local, procurando qualquer dica. Mas estava vazio, quase não tinha decoração e estava coberto por telas, talvez estivessem de mudança, mas para onde?
Em seguida, inspeciono os quartos, todos vazios. Acho um pedaço de tecido carmim no chão, parecia ter sido feito de uma seda de alta qualidade, tecido de roupas de rainha. Fico observando o chão procurando por mais alguma coisa, porém, não encontro nada. Por fim, resolvo seguir uma luz que me leva ao jardim, ele era simplesmente maravilhoso, repleto de orquídeas, minhas flores preferidas. Inclino-me para cheirá-las quando uma doce voz atrás de mim se manifesta.
- Procurando algo, querida? - me viro e congelo imediatamente. Era a mulher de meu retrato.
Sonho off
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Welcome to Faderland (Hiatus)
Ficção Geral"- Não haverá trégua, Marshall, jamais haverá." Caro leitor, seja bem-vindo à Faderland, um mundo habitado por criaturas mágicas, e onde toda a sua felicidade não haverá perdão. As ruínas de Faderland irão dilacerar sua essência por meio de piores p...