Annabet Walker

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Pay the price

Josie apavorou-se ao ver sua irmã parada a sua frente. Após tantos anos. E pra completar grávida.

A barriga de Annabet se destacava pela roupa esfarrapada.

-Anna!- ela exclamou. Trazendo sua irmã para dentro da casa na qual morava sozinha. Ela estava pálida e magra, quase como um fantasma, pensou Josie.

-Anna você estava...

-presa? Sim. Eu fugi.

-Como... porque você fez isso?

-porque você acha? - ela disse, olhando para própria barriga.

Josie respirou fundo. Estaria mentindo se dissesse que não sentia medo de Annabet, mas ela não negaria abrigo a sua própria irmã.

-Quanto tempo?

-oito meses. - Annabet respondeu. Josie arregalou os olhos. Como ela conseguiu sobreviver na rua por oito meses e ainda grávida?

-Venha Anna. Você precisa tomar um banho e depois comer.

...

Annabet deixava a água escorrer por seu corpo magro, praticamente só pele e osso, enquanto se mantinha imóvel com a cabeça encostada na parede. A dor que emanava do fundo de sua barriga era enorme. Como se o que estivesse lá dentro lutasse pra sair, cortasse sua carne por dentro.

Saiu debaixo da água e secou-se sem cuidado, colocando roupas quentes em seguida e saindo do banheiro, assim que entrou no corredor, viu no fundo dele as tão familiares sombras, olhando para ela sem sorrir, e ela sentiu a ameaça.

Assim que chegou a cozinha, Josie a ofereceu comida, mas Annabet não queria, Josie a obrigou a comer.

Não era de comida que ela precisava.

Andando manca ela chegou ao quarto que Josie arrumara para ela, caminhando até a janela, sabendo o que faria a seguir.

Não precisaram mais de 5 segundos para colocar toda a comida para baixo, juntamente com uma quantidade imensa de sangue, limpando a boca com as costas da mão e sentando na cama.

Sentiu as mãos frias em suas pernas e logo sua pele ficou preta como breu, e dela as pequenas borboletas pretas começaram a sair.

Annabet abriu a boca e dezenas delas entraram em sua garganta. Agora sim, estava pronta.

Levantou-se e abriu a porta do quarto, andando silenciosamente pela casa indo até a porta da frente e saindo, procurando alguma pobre alma a cruzar seu caminho, por toda a noite, até voltar para casa com os primeiros raios de sol, limpando o sangue de suas mãos. E mantendo essa rotina até que o dia chegou.

...

-JOSIE! -a voz de Annabet soou esganiçada e desesperada. Ela via pares de mãos forçando sua pele de dentro para fora. As pequenas mãos de sua criança, ela estava pronta.

Josie apareceu correndo na porta do quarto e logo se desesperou, ligando o mais rápido que pode para uma ambulância.

Annabet não parou de gritar até o caminho para o hospital. Quando foi deitada na maca e preparada para o parto, seus olhos estavam exageradamente dilatados, pretos. Suas veias eram de um azul escuro e seus batimentos monitorados estavam assustadoramente acelerados. Eram quase um barulho constante.

As dores eram fortes e seus gritos pronunciando palavras estranhas eram altos. Falava em uma língua que ninguém conhecia e aquilo assustava quem ouvia. O sangue inundava as mãos do pobre médico, a atmosfera da sala era de caos.

Quando a criança finalmente nasceu, todo o hospital teve um clique de escuridão. Tudo apagou-se por um segundo e então ligou, ascendeu. Como se nada tivesse acontecido.

Annabet estava com os olhos pretos vidrados no teto. Já a enfermeira olhava para o pequeno rosto a sua frente, o rosto de uma pequena menina de olhos fechados. O som do choro foi esperado, mas uma risada rouca e fina foi ouvida, arrepiando cada pessoa presente na sala. Annabet ouvia as sombras em sua cabeça e as via olhando orgulhosas para a menina. Aquela risada pertencia ao escuro.

Quando os olhos da menina se abriram, um grito sufocado soou da boca da enfermeira. Dois círculos totalmente pretos brilhavam em sua direção, mas quando ela olhou novamente os olhos eram castanhos. Aquela criança era forte. Bastante forte para uma recém nascida.

Quando Annabet segurou-a nos braços, soube que não entregaria sua criança as sombras. Não seria capaz de fazer. Mas também sabia que teria que pagar o preço.

E ela começaria esta noite.

Esse ficou uma merda mas enfim...
Comemorando o dia das crianças, nossa April bebê nasceu ^^
Cara essa da risada é verdade, meu pai me disse que eu nasci rindo e achei isso bem bizarro então coloquei aqui.
Desculpem pela demora, estive fora por causa do feriado e no meu sítio não tem sinal pra nada.
Até a próxima. Vou atualizar mais rápido essa semana.
Não esqueçam de comentar e votar.
Beijos. ♥

RUN - Harry Styles horror fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora