A Festa

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Estou em um jardim quase morto, nunca vi tal lugar. Não é uma paisagem mórbida e feia, triste sim e ha certa beleza ali. No centro do jardim a um salgueiro enorme, seus galhos parecem chicotes forrados de folhas, formando uma cortina até o chão. Acho que é o único vegetal vivo. Ha muitos arbustos que quando vivos devem ser lindos. Muitas roseiras com flores secas, um toque basta para esfarelar, pequenas árvores abarrotam o lugar e muitos caminhos de paralelepípedo formam tentáculos no jardim que nem de longe parece um lugar pequeno. Viro-me de costas para o jardim e encaro uma mansão antiga e enorme, parece sair de uma das obras de Emily Brontë e Lord Byron. Há degraus e um corrimão de mármore que levam para uma porta de vidro e posso ver através do vidro cortinas espessas de um vermelho sangue. É tudo muito impressionante.

Volto a encarar o jardim e me deparo cara a cara com um homem jovem alto meio loiro de olhos verde e muito bonito. Mas há algo de perverso e sombrio no jeito que ele me encara. Não o conheço, nunca o vi, eu me afasto dele.

- Ah, você está aqui. É um lugar fascinante não? - Ele diz e sua voz é suave e convidativa.

- Onde mais eu poderia estar, estou enclausurada aqui. - Me ouvi dizer, no entanto não era isso que eu gostaria de falar.

- Tem razão, para sempre, como minha princesinha. - Ele disse mostrando presas enormes e reluzentes para mim, seu rosto se retorceu em uma máscara bestial e sua gargalhada soou horripilante.

Acordei suada e arfando, mas que droga de sonho foi esse? Era tão real parecia que eu estava lá mesmo. E aquele homem... Nunca o vi em toda minha vida.

Fui até o banheiro e lavei o rosto na água fria para tentar esquecer o sonho estranho. E até deu certo, pois lembrei que hoje ia ser a chatice do baile.

Troquei de roupa e desci. Mamãe havia ido na feira de ciências de Natan, então sozinha em casa, super emocionante.

Ouvi uma música muito bem conhecida, meu celular berrava no meu bolso. Era Joenna.

- Oi. - Falei.

- Querida você não esta dormindo, né? - Ela perguntou.

- Claro que não, sabe que horas é? Onze, é quase hora de almoçar. - Falei.

- Ótimo acho bom estar acordada e em casa porque eu e Leslie estamos na frente dela e espero que esteja pronta pra se divertir. - Joenna falou cantarolando.

Não acreditei, fui correndo abrir a porta e o Chevette Tubarão bege de Joenna estava parando bem na frente de casa.

- E aí! - Gritou Leslie da janela.

- Suas louquinhas, o que estão fazendo aqui? - Perguntei derrepente feliz de vê-las.

- Que tal um dia todo de produção, hein? - Perguntou Leslie.

- Como é? - Perguntei.

- Minha tia tem um tipo de salão de beleza que é meio spa e eu falei com ela, isso quer dizer um dia todo pra relaxar e depois uma noite toda pra nos acabarmos de tanto dançar. - Falou Joenna empolgada.

- Esperem um instante. - Peguei meu celular e liguei pra minha mãe. - Oi mãe, Joenna e Leslie me convidaram para ir a um spa da tia de Joenna, vamos nos arrumar lá pro baile. Eu posso ir? Tá bom. Ok, amo você também. - Desliguei o celular. - Ela liberou.

As garotas me ajudaram arrumar minhas coisas que eu levaria e dali meia hora nós três estávamos pegando a estrada rumo "em busca da perfeição" ouvindo Paramore.

O spa da tia de Joenna era um lugar lindo e limpo. Aproveitamos até não podermos mais. Primeiro um banho de leite, depois de chocolate, e finalmente banho de sais minerais e pétalas de rosas. Fomos à sauna, depois nas piscinas de hidromassagem. Fizemos massagens de tudo que é tipo. Comemos quitutes de gostos exóticos e extremamente gostosos.

Blood and Moon - A PredestinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora