O Despertar do Primeiro Guardião

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Recomendo que leiam esse capítulo ouvindo a música Let Us Burn (que é a melhor música ever!) da banda Within Temptation! Podem colocar pra tocar a música desde o início mesmo.

Jenifer Takahashi.

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Nossas respirações estavam irregulares. Nos encarávamos, mas sem mover um músculo se quer, acho que assim como eu, Bernard tentava acreditar que aquilo acontecia, que não era uma fantasia de nossas cabeças.

- Elli, você não precisa dizer isso por... – Eu conseguia ver suas presas salientes, ele secava as lágrimas.

- Te amo. – Soou baixo, mas ele ouviu as palavras que saíram de minha boca. Não era racional, eu havia perdido a cabeça desde o momento em que ele dissera que me amava. Desde então, não pensei mais como alguém normal.

Bernard não tirava seus olhos injetados de sangue dos meus, engolia a ceco, sua expressão perturbada, havia uma luta em seu interior. Era isso o verdadeiro amor ? Algo variando do louco para o psicótico? E ainda assim frente a frente com a sua fera, sentia-me completamente atraída a ele. Havia uma força surreal, um magnetismo impressionante que nos envolvia e deixava o ar denso. Eu não podia mais remar contra a maré.

Sentia-me deslizar como uma serpente cada vez mais perto dele, suave e quase sem movimentos. Bernard no entanto, parecia não ter tanta paciência como eu. Aproximou-se rapidamente de mim, segurando minha nuca e minha cintura, pôs sua testa na minha e eu podia ver o quão vermelho suas íris poderiam ser, as veias próximas aos olhos estavam visíveis e saltadas, sua sede no ápice, e ao invés de temer, senti-me cada vez mais tentada a estar ali com ele.

Seus lábios chegaram aos meus urgentes e vorazes, arrebatando cada canto de meu ser, fazendo meu corpo derreter em suas mãos. Aqueles lábios macios e quentes como o fogo capazes de destruir com qualquer raciocínio que sobrara em minha mente. Meu corpo rendido ecoava o baque acelerado de meu coração. Eu não aguentava mais aquilo, um sentimento destruidor, avassalador. Minhas mãos despenteavam aquele cabelo o puchando descendo cada vez mais para baixo, sentindo os músculos firme das costas dele, o tecido de sua camisa frágil sobre minhas unhas retaliadoras, rasguei com facilidade aquele pedaço de pano, logo elas entravam em contato com sua pele, a perfurando, a rasgando.

Bernard aproximou-se mais de meu corpo, acompanhava minhas curvas com suas mãos longe de serem suaves, o toque dele provocava em mim suspiros involuntários. Sua boca arrastava-se pelo meu queixo até encontrar o pescoço e permanecer ali. Senti o arranhar de suas presas em minha pele e aquilo foi como um despertar. Algo dentro de mim revirava-se, descontrolava-se, minhas mãos tremiam, eu podia sentir aquela força interior inundar meu corpo, esparramar-se energeticamente completando-me, revivendo-me. Era como uma luz brilhando de dentro para fora. Quando abri meus olhos eu via tudo como realmente era mais uma vez, interrompi os beijos de Bernard e o encarei.

Ele tinha a expressão do rosto cheia de lasciva, mas ao ter contato visual comigo algo mudou o deixando surpreso, impressionado até.

O empurrei contra o encosto e para minha surpresa o banco do motorista deitou-se com ele para trás, mas como eu poderia ter feito aquilo? Eu não tinha força... Agora não era momento para pensar. Atirei-me por cima dele beijando-o como se a vida toda tivesse sido privada de seu toque. Era tudo tão intenso, até mesmo seus lábios nos meus. Eu os sugava e mordiscava até sentir gosto de sangue, mais isso não me parou, o sangue de Bernard era... Muito bom. Eu queria mais. Mas ele interrompeu nosso beijo para mais uma vez guiar uma trilha com seus lábios e língua até meu pescoço, seus dentes rasparam mais uma vez a pele e eu involuntariamente mordi meu lábio inferior enquanto minhas unhas cravavam mais fundo na carne de Bernard.

Blood and Moon - A PredestinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora