A profecia

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Eu e a garota de juba cor de fogo adentramos as pesadas portas da enfermaria sorrateiramente. Antes de fechar a porta, olho para o relógio grande atrás de mim. Os ponteiros marcam 7:30. Perfeito. Fecho as portas com todo o cuidado e vou até Rose. Ela está em frente á maca onde o garoto loiro e pálido dorme como uma pedra. Acho incrível a capacidade dele de dormir tão profundamente. Rose poe a mao em seu ombro, o sacode e sussura:

- Scorpius! Acorde! Já está na hora... - Ela insiste mas ele não reage.

Dou um beliscão em seu braço e ele acorda assustado, soltando um grito alto de mais.

-Shhhh! - Eu e Rose o censuramos ao mesmo tempo. Ele rapidamente se cala e sussura como nós.

- O que é? - Ele pergunta querendo saber o motivo de termos acordado ele do seu sono.

- Vamos por o plano em prática! - sussurro

- Plano? Que diabos de plano é esse que não tenho conhecimento? - Scorpius dá uma bronca, tentando parecer autoritário.

- Cala a boca! - Rose se exalta e puxa Scorpius pela mão gélida. Ele cai da maca e ouvimos um baque quando ele cai no chão da enfermaria. Momentos depois, uma luz se ascende na sala da enfermeira.

- Merda! - Nós três nos juntamos e fechamos a cortina branca em volta da maca. Através do tecido, consigo ver uma forma feminina empunhando a varinha. Minha prima abre a boca para falar, mas no mesmo momento coloco a mão em sua boca. Depois de um tempo a enfermeira volta para sua sala, e enfim podemos ficar aliviados. Saímos detrás das cortinas e vamos na ponta do pé, tentando fazer o menor ruído possível, até as portas duplas. Quando Rose passa por elas e as fecha atrás de mim, solto um suspiro exagerado.

- Eu sou o líder de um grupo de retardados. - Falo com decepção e sarcasmo ao mesmo tempo.

- Gru... Ei!! - Scorpius percebe a indireta.- Você é o líder porque é o mais retardado, OK? - Ele fala em tom defensor, e Rose concorda. - E alem do mais, quem nos entitulou um grupo?

- Você não contou para ele? - Me dirijo a Rose. Ela faz uma expressão de alguem que se esqueceu de algo importante.

- Desculpe, Al. Esqueci... - Ela se desculpa.

- Ok, então. Vou ser o mais direto possível. - Malfoy me olha com interesse. - Nós vamos reviver os Marotos, e você é um agora.

- Mas direto impossível... - Rose grunhe.

- O QUE? - Ele solta um grito, que logo depois é abafado por ele mesmo ao perceber o que fez. - E como vamos fazer isso tapado?

- Com isso... - Tiro um pedaço de pergaminho "em branco" do meu bolso interno r mostro á ele. Pego a varinha de coloco a ponta em cima do papel - Prometo não fazer nada de bom. - Instantaneamente, o papel em branco começa a ganhar desenhos em preto. Scorpius fica boquiaberto, sem dizer nada. Rose toma o papel da minha mão e o abre. Analisa-o com os olhos verde-grama e finalmente diz.

- OK, não tem ninguém na dala de McGonaggall.

- Então vamos. - Digo confiante. Quando começo a andar em direção á sala, Scorpius gagueja

- O-o que v-vamos fazer na...

- Só siga... - Rose interrompe bruscamente. Andamos alguns corredores e subimos alguns lances de escadas, até chegar á uma gárgula de pedra cinza, desgastada.

- Náo pensamos nisso... - Digo frustrado.

- Eu pensei... - Rose diz orgulhosa. Ela estende a mão esquerda e lê as palavras escritas em tintas na palma. - Varinha de alcaçuz.

A gárgula treme e começa a girar e a subir, exibindo uma escada em espiral, também desgastada com o uso. Todos nós exitamos, mas eu dou o primeiro passo em direção á escada. Ela treme á cada degrau que subo, com Rose em meu encalço e Scorpius logo atrás. No fim da escada, encontramos pesadas portas negras, com uma pequena placa acima da minha cabeça com os dizeres: Sala da diretora.

Abro uma fresta da porta e Espio dentro do comodo. O breu preenche o local, portanto é quase impossível enxergar. Com a varinha em mãos, sussuro o feitiço de luz, e um pequeno deixo ilumina a sala. Analiso a sala novamente, dessa vez a meia-luz. Não a ninguém. Adentro o local e olho para cima. Tem um pé direito alto, com diversas mesas, e muitos objetos devidamente organizados. Os outros dois também entram nasala, cada um com a varinha em punhos.

- Procurem um rolo de pergaminho. - Digo em voz baixa. Os dois acentem juntos e vamos cada um para um canto da sala. Com a varinha me oferecendo luz, procuro por prateleiras, mesas e em todos os outros lugares onde possa ser escondido um pergaminho. - Já achar... - A maçaneta da porta de repente inclina, então rapidamente lanço um olhar para Rose e Scorpius que eles compreendem : Se escondam.

Agaixo atrás da mesa de Minerva, abraço os joelhos e fecho os olhas, tentando controlar a respiração pesada. Ouço a porta tangendo, e em seguida, batendo com força. Um frio percorre minha espinha. Escuto passos pesados andando pela sala. Tento ao maximo possível não fazer movimento algum. Quando ouço que o som dos passos aumenta gradativamente, percebo que está vindo em direção a mim. Prendo a respiração. O sujeito parece que está voltando para a porta, e tenho certeza disso quando a ouço bater. Levanto do meu esconderijo com medo aparente nos olhos. Rose emerge de trás de uma mesa de madeira ao fundo da sala e Scorpius sai detrás de uma cortina de pano grosso.

- Meu Deus... - Ele exclama baixo. - Rápido, vamos continuar procurando!

- Não. Vamos sair daqui e seguir aquele menino!

- Mas te...

- Ela tem razão. Vamos.

Saímos da sala de Minerva e descemos as escadas de pedra da gárgula. Quando chegamos ao final, o corredor está um breu.

- Ótimo. - Exclamo - perdemos o garoto e a chance de conseguir o que queríamos!

- Quem disse?

Harry Potter ~ DescendentesOnde histórias criam vida. Descubra agora