3. Sou uma Funcionária Stripper

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Aqui estou. Na minha sala fazendo hora extra. Isso, porque, segundo o chefinho, cheguei um minuto atrasada. Sério isso? Por causa de um minutinho? Esse homem deve ser aqueles obcecados por pontualidade. Confesso que eu também gosto de pontualidade, mas na hora que coloquei o pé na empresa, era oito da manhã. Não tenho culpa se cheguei na sala dele às oito e um. OITO E UM. Isso nem deveria ser considerado atraso, fala sério!

Nesse primeiro dia de trabalho, ele me fez mais raiva do que dois anos aturando a siliconada da Peyton. Esse homem é louco e perfeccionista. Ele me mandou refazer um relatório por conta da droga de um ponto final que eu havia esquecido na última linha. Sim, a ausência de um ponto final me fez refazer todo o relatório, e sem essa de "copiar e colar". Ele disse que isso é coisa de preguiçoso, e eu sou preguiçosa, mas aqui estou eu... refazendo a merda do relatório. Meus dedos estavam doloridos de tanto digitar. Depois das reuniões, surgiu mais relatórios. Eu estava acostumada com isso, claro! Mas eu sempre dei conta do meu trabalho sem precisar de hora extra. Mas hoje, o sr. Chefinho decidiu que eu iria fazer hora extra por causa da merda de um minuto.

Nunca odiei tanto o número um!

Acho que sobrou somente eu de funcionária nesse prédio. Tirando os seguranças e o chefe.

Depois de algum tempo, termino o relatório e vou em direção à sua sala. Bato e ouço um entre. Ele estava mexendo no computador e me olha de cima a baixo com uma expressão séria. Volta a me encarar com as mão cruzadas e os cotovelos apoiados na mesa.

─ Diga, senhorita Koffi.

─ Senhor, - falei. ─ aqui está o relatório. - entrego e ele da uma rápida olhada.

─ Dispensada. - disse. O olho incrédula com a boca aberta. Ele não vai agradecer? ─ Não me ouviu, senhorita Koffi? Ou vai dormir no prédio?

─ Claro, senhor. - estalando os dedos. ─ Com licença. - digo de forma seca e me viro.

Elliott me agradecia, pensei, Mas esse aí...

Voltando para minha sala, arrumo minhas coisas e saio da mesma. Ando em direção ao elevador, aperto o botão e espero o mesmo chegar. Quando chega, entro e vejo o reflexo do meu chefe vindo em direção ao elevador.

Seguro a porta ou não?

Decidi não segurar, pra ele aprender a me agradecer, mas o infeliz chega a tempo, e a porta se abre. Me viro e o mesmo entra. A porta se fecha, e o clima não é nada relaxante.

─ Não ia parar a porta para mim, senhorita Koffi? - pergunta depois do elevador descer um andar.

─ Não o vi, senhor Donovan. - Mentira!

─ Eu sei que viu, senhorita Koffi. - diz sem me olhar. Tenho a impressão de que ele fala meu sobrenome com provocação.

─ Se o senhor está dizendo... - falo sem olhá-lo. Mas percebo que ele vira o rosto para mim.

Passamos um tempo em silêncio, até que ele o quebra.

─ A senhorita é uma péssima mentirosa. - diz. O olho e ele está olhando para a porta do elevador. Depois me olha. A porta se abre e vejo o estacionamento, saio parando na porta.

─ Até amanhã, senhor Donovan. - digo sem emoções e volto a andar até a saída.

Eu sempre preferi sair pelo estacionamento, nem sei o porquê.

Chegando na saída, uma brisa fria bate no meu rosto. Faz tempo que não ando, então vou pra casa à pé. É quase uma hora de caminhada, mas não faz mal. Retiro meus fones de ouvido, conecto no celular e coloco Monster - Eminem feat. Rihanna, e começo a andar pelas ruas movimentadas de Nova York, eram sete da noite, e havia muita gente passeando. Não seria tão perigoso até chegar em casa.

Apaixonada pelo Sr. Donovan?Onde histórias criam vida. Descubra agora