16. De volta à realidade

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   Sinto uma dor de cabeça forte. Percebo que havia pegado no sono. Meus olhos estão pesados e meu corpo parece envolvido pelo colchão da minha cama. Um colchão com braços.

   Com braços...

   Esse pensamento ecoa pela minha cabeça, e automaticamente  flashs da noite passada passam como um filme.

   Não... eu não fiz isso.

   Abro os olhos lentamente, na esperança de tudo ser um sonho, e estar no meu quarto, reclamando de tudo. A primeira coisa que vejo é o peitoral nu de John. Eu estava de frente pra ele,  encolhida, enquanto o mesmo me abraçava.

   Eu dormi com o John. Deuses... eu dormi com um menino quase dez anos mais novo. Algumas imagens dos momentos que tivemos passou pela minha cabeça. Pensando bem, não foi ruim. Seus toques, seus beijos... ele foi um fofo.

   Mas isso não deveria ter acontecido.

   Eu tenho um carinho enorme por ele, mas não vai passar disso, porque meu coração, por mais que eu ignore, pertence àquele idiota.

   — AHHHHHH!

   Me tirando dos pensamentos, o grito de John invade o local. Eu me levanto automaticamente, gritando. O que terá acontecido?

   — Ai, meu Deus, Rachel! — grita. — Não foi um sonho, não foi um sonho...

   — Eu sei. Me desculpa. — peço, não sei pelo quê, mas peço.

   — Não foi um sonho, não foi um sonho, não foi um sonho...

   — John... — chamo.

   Ele não me escuta, fica repetindo várias vezes que não foi um sonho. Seu rosto está coberto pelas mãos abertas, seu olhos focacam um canto do cômodo. Ele parece mais preocupado que eu.

   Eu voltei pra cama e me aproximei dele.

   — John, me escuta. — toco-o, e o mesmo me olha da cabeça as pés, corando violentamente.

   — Você tá pelada. — diz virando o rosto.

   — Ontem você não ligou pra isso. — falei.

   — Eu estava bêbado. — voltou a me olhar. — Se enrola, por favor.

   Ele aponta pro lençol, e eu o pego, jogando pelos meus ombros, combrindo meu corpo.

   — Você era zero quilômetro? — pergunto descontraída.

   — Não. — ele sorri, pela primeira vez essa manhã.

   — Então foi péssimo?

   — De maneira alguma. — diz sincero.

   — Eu me surpreendi também. — admito. — Nunca dormi com alguém fora de um relacionamento. Nunca nem bebi daquele jeito.

   — Somos dois. — sorri de novo. Dessa vez ele parece mais à vontade.

   Nos encaramos por algum tempo. John é tão gentil. Não me canso de elogiá-lo.

   — Sabe — continua. —, devemos concordar que isso foi um erro. Não me interprete mau. É que... você sabe. Você gosta de alguém, e estávamos bêbados.

   Eu sorri. Queria que todo mundo pensasse assim.

   — Erro é uma palavra muito forte. — reclamo. — Foi só um impulso.

   Ele sorri e concorda. Ele me encara por uns segundo e continua.

   — Eu não menti quando disse que sinto uma atração por você.

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