Conversa vai, conversa vem e no fim da noite estávamos todos em um bar chique bebendo drinks coloridos com sabores tropicais. A essa altura Alex já havia extrapolado um pouco no Whisky e Sarah já não estava mais tão sóbria, assim como uma alegria genuína já tomava conta da minha sanidade. Kevin era o único que se manteve sem bebidas já que estava dirigindo e responsável por chegarmos vivos em casa.
Depois de algumas palavras maldosas trocadas entre mim e Sarah, não nos dirigimos mais uma a outra. Alex se mostrou bastante curioso com relação a minha aproximação com Kev, achou que tivéssemos romanticamente envolvidos e, sinceramente, não me esforcei para demonstrar o contrário, ele que pense o que quiser.
- Como vão seus pais Sasa? - Okay, a sobriedade não estava mais presente. - Ouvi dizer que seu namorado rico havia colocado um espião pra vigiar eles. - E a sanidade que me restava agora estava guardada no bolso.
- A qual é Anna? Isso tudo já virou uma palhaçada. Supere que seu noivo preferiu deixá-la por mim - Solta as palavras meio emboladas enquanto aponta para mim. Meu sangue sobe e é então que a coisa piora.
- Bom, pelo que eu soube seus pais não se orgulharam nem um pouco da filha que fugiu de casa pra arrumar um marido desconhecido. Seu pai sabe ao menos quem são os Ivens? - O ponto fraco de Sarah era sua família, seu pai quando em seu melhor estado mental não aceitava que a garota se envolvesse com pessoas pobres ou de sobrenome desconhecido.
- Eu vou te matar sua vadiazinha medíocre, deixe meu pai fora disso. - Sarah ia partir para cima de mim quando escorregou e acabou caindo e chamando a atenção de todos no bar a deixando furiosa.
- Isso já deu o que tinha que dar Anna, vamos embora, não quero que seu pai nos receba com aquele taco de basebol na cabeça - Diz Kev que provavelmente está adorando a situação toda.
Alex se encontrava num estado terrível de embriaguez e estava visivelmente incapaz de pronunciar seu próprio nome, quem dirá dirigir. Se encontrava tão bêbado que nem notou Sarah a seus pés tentando se levantar.
Chamamos um táxi para levá-los até o hotel onde estavam hospedados e fomos para casa. No caminho jogamos muita conversa fora e agradeci aos deuses por Kevin só ter dado a ideia dos drinks depois que o contrato já havia sido assinado e tudo combinado. Quando chegamos em casa já passava das uma da madrugada, desta vez estávamos com as chaves mas mesmo assim ainda encontramos meu pai agarrado com o taco nas mãos enquanto caiu no sono sentado na poltrona da sala, o que nos assustou por um instante até que pudemos distingui-lo no meio da escuridão.
- Minha nossa S-E-N-H-O-R-A dos céus, Anna. Essa é a segunda vez que quase morro em menos de dois dias desde que passei a andar na sua companhia.- Kev tem uma expressão de horror visível até no escuro o que me fez querer gargalhar alto mas não o fiz.
- Vem vamos subir, deixa ele aí. Uma hora ele acorda e vai para o quarto. - Subi as escadas de fininho e me despedi de Kevin quando entrei no meu quarto.
Na manhã seguinte acordei com uma leve dor de cabeça mas nada que um remédio não resolvesse. Kevin já havia se levantado e disse que partiremos logo pelo início da noite, o que nos deu mais um dia inteiro para andar pela cidade. Vagamos por alguns pontos turísticos, tomamos café em réplicas dos cafés parisienses, almoçamos comida árabe - o que foi totalmente novo para Kevin - e no fim voltamos pra casa para se despedir dos meus pais e aproveitar mais um tempinho já que quando voltarmos será só trabalho duro.
- E então querida, como foi o jantar? - Mamãe nos obrigou a comer seu bolo "especial de despedida" que claramente quem fez foi a sua cozinheira. Dei uma garfada no bolo de chocolate para fugir da pergunta mas Kevin a respondeu por mim.
- Foi um jantar interessante. Muito interessante. O cliente era na verdade um sócio e que por acaso era o ex-noivo da Anna - Lancei um olhar mortal em sua direção que só o fez rir e prosseguir com as fofocas - A melhor parte foi que ela quase morreu, mas sua assassina não pôde alcança-la a noventa centímetros de distância e acabou no chão.
- O que? Que assassina?
- Ninguém mais ninguém menos que Sarah Lange. - Respondi para o espanto dos dois.
É claro que meus pais sabiam de toda minha história, não tudo, mas o principal eles sabiam. Sabiam que Sarah e eu éramos inseparáveis e provavelmente sabem como tudo me afetou, foi por isso que me deram espaço para digerir tudo no meu tempo e não exigiram que eu viesse diretamente pra cá para Califórnia morar com eles de novo. Decidi que agora seria independente. Se no Uruguai tomei a atitude de não aceitar mais nada que viesse de meus pais para conquistar sozinha já que iria me casar e não poderia depender do dinheiro deles para sempre, então não seria agora que essa ideia mudaria já que dessa vez será por mim mesma e pela minha independência. Ta bom, eu ainda recebo alguns dólares deles por mês, admito. Mas tudo por uma boa causa, vou comprar minha própria casa em New York.
- Minha filha, estou impactada - (lembrem do meme) - Como isso aconteceu?
- Não importa mãe, o que me deixou intrigada foi que a Sarah está aqui na Califórnia e ainda não veio ver os pais. Isso é muita ingratidão da parte dela - Minha indignação é real. Sarah sabe da situação mental do pai e não vem vê-lo. Teve os caprichos sustentados com o suor dele e não tem o mínimo de gratidão por isso. Essa não era a Sarah que conheci a anos, acho que um homem realmente influência muito uma mulher tola.
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Perdida No Tempo [EM ANDAMENTO]
Misterio / SuspensoPerdida no Tempo é um livro que retrata a vida de uma jovem secretaria, que aos 23 anos de idade pensa em reconstruir sua vida nos Estados Unidos (EUA) longe de tudo, longe principalmente de sua família que ficou para trás, junto de seu passado que...