Capítulo 03

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Todos os meus anos de experiência me mostram muito bem como cuidar de uma Octavia Blake bêbada.

Não era fácil, mas o segredo era ser paciente, o que Bellamy Blake não era.

— Quem é esse? — Bellamy perguntou com um misto de raiva e desprezo.

Vou explicar a nossa situação: Bellamy e eu encontramos Octavia beijando, quero dizer, quase transando com um garoto desconhecido em um canto afastado da festa.

— É-é o... — Octavia pareceu pensar por um tempo. — Eu não lembro! — ela admitiu e depois começou a rir loucamente — Nós vamos nos casar!

Bellamy fechou os punhos e eu tive medo do que ele poderia fazer. Percebi que o pobre garoto também estava com medo, muito medo.

Segurei uma das mãos do moreno. Ele não me encarou, porém pareceu relaxar um pouco.

— Deixa que eu cuido disso — sussurrei no seu ouvido e voltei a encarar minha amiga. — Nossa! Que incrível!

Larguei o Blake e me aproximei da minha amiga.

— Mas primeiro você tem que tomar um banho e se arrumar para o seu casamento.

— Você está certa — ela concordou e se virou para o novo namorado. — Até mais amor.

Octavia caminhou comigo em direção a saída e eu puxei Bellamy, que estava prestes a matar alguém.

— Octavia, eu não acredito... — ele começou, mas eu o interrompi.

— Por favor — pedi. — Não comece uma discussão com ela, não agora.

Para minha surpresa Bellamy ficou quieto.

— Como ela está? — Bellamy perguntou assim que entrei na sala, ele se levantou do sofá em um pulo.

Aquela cena me lembrou as pessoas nos hospitais quando o médico surgia com uma notícia sobre o paciente.

— Ela vai sobreviver — revirei os olhos e me sentei no sofá.

Bellamy se jogou do meu lado bufando.

— Nunca imaginei que ela fosse capaz de fazer isso.

— Fazer o quê? — perguntei arqueando uma das sobrancelhas. — Beber?

O homem concordou com a cabeça.

— Você passou muito tempo fora.

Desde que Bellamy havia se mudado para Nova York, Octavia passou a morar com Luke e Glass que eram velhos amigos de Bellamy. Eles eram um casal adorável, mas não eram muito responsáveis. Única regra da casa: Só é permitido vomitar no vaso. Octavia obedecia essa regra.

Peguei da TV do meu lado e a liguei, estava passando "10 Coisas que eu odeio em você".

— Odeio quando não está por perto. E o fato de não me ligar — recito o poema do filme ao mesmo tempo que a personagem principal. — Mas eu odeio principalmente. Não conseguir te odiar.

— Nem um pouco — Bellamy continua e eu o encaro chocada. — Nem mesmo por um segundo. Nem mesmo só por te odiar.

O homem percebe que eu o estou encarando e ri.

— É o filme preferido da Octavia — explica. — Já devo ter visto umas 50 vezes.

— Eu sei — deixo um sorriso escapar pelos meus lábios. — Também já vi umas 50 vezes.

— É um filme horrível.

— Não! — neguei fingindo estar magoada. — É lindo.

Ele riu.

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