Capitulo 1: Lembranças

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Estava em meu quarto vendo o sol se por, mas uma vez... Desde que o meu pai não estava mais aqui comigo as coisas ficaram mais difíceis, sempre muitas lembranças dele invadiam a minha mente. Eu tinha uma foto dele brincando comigo, estava em seu pescoço, ele tinha um sorriso radiante no rosto, lembro-me desse dia como se fosse ontem...

    FLASHBACK - ON
- Papai, vem brincar! -Disse o puxando pela mão.

-Princesa, o papai está cansado. Nós brincamos a tarde toda ! -Disse ele manhoso.

-Só um pouquinho! Por favor papai! -Disse dando pulinhos, ainda insistindo.

-Tá bom, Tá bom! Você venceu, mas só um pouquinho, a mamãe pediu pra gente ajudar ela lá na cozinha. -Disse ele se levantando da cadeira e me pegando no colo.

-Ela não briga não. Ela ama a gente! - Eu disse e me coloquei nas suas costas.

- Vamos cavalinho! Upa,Upa! -Falei e ele deu risada e saiu correndo comigo em suas costas.

    Tínhamos ficado ali não sei por quanto tempo, não via o tempo passar ao lado dele. Até que a mamãe apareceu em um canto do jardim, e ficou ali sorrindo. Ela era tão linda! Ainda é! Ela entrou dentro de casa e voltou com uma câmera, e tirou essa foto minha e do meu pai.

-Eu amo vocês! - Disse e os abracei.
   
FLASHBACK - Off
  Isso fazia 12 anos, e ainda me lembrava com tanta nitidez... Deixei cair duas lágrimas em meu rosto, ele tinha morrido há 3 semanas. Lembro que a última coisa que ele me falou antes de partir foi: "Cuida da sua mãe, não deixe ela fazer nenhuma bobagem, eu sei que você é uma garota corajosa, vai ficar bem. Eu amo vocês mais que tudo nesse mundo, e eu sempre disse que daria a vida por vocês. E assim minha promessa se cumpriu. Eu te amo Luna, minha pequena Luna..." Essas palavras ecoaram na minha cabeça, nunca compreendi "E assim minha promessa se cumpriu..."

   Ele morreu em um acidente de carro, o tiraram com vida de lá e a última coisa que ele pediu foi para me ver. Eu achei que ia ficar tudo bem, até ver a luz deixar os seus olhos azuis, como um céu sem nuvens... Luke, era o seu nome, homem bem sucedido e muito bonito. Seus olhos eram tão azuis que ganhavam do céu e do mar... Brilhavam como mil estrelas, com toda certeza esse vazio nunca será preenchido novamente...

Enfim, me chamo Luna... Na verdade "Angel Luna", mas só me chamam de Luna. 17 anos, então digamos que pareço bastante com a minha mãe, mas o meu gênio,atitudes e até ideias, eram semelhantes às do meu pai. Bem digamos que no meu ponto de vista sou uma completa estranha, meus olhos são uma confusão extrema, não sei se são verdes ou azuis. Deve ter sido uma mistura, e não souberam que cor colocar, e resolveram misturar. Meus cabelos eram longos e claros na cor de mel.

   Minha mãe costumava dizer que não sou normal. "Mas filha, você precisa sair, conhecer pessoas novas, se divertir!". Mas, porra será que ela não entende que eu sou assim ? Dona Alexandra Luckman, meu Deus eu amo a minha mãe, mas será que... Mas será não! PORQUE RAIOS ELA NÃO ME DEIXA NO MEU CANTO ! Mas, apesar de ela ser tão chata às vezes, ela é minha família. Eu a amo mais que tudo no mundo.

Sabe aquelas coroas bem gatas, então ela é uma delas. Ela tem 35 anos, mas tem cara de ter 25! Minha mãe, ela tem o jeitinho meigo dela que não consigo discutir, eu posso jurar que quando o mar estivesse formando um tufão, a sua voz poderia acalma-lo.

    Por falar nela, estava esperando-a a 1 hora, já tinha escurecido e eu nem tinha percebido de tão distraída que eu estava. Saí do meu quarto e desci as escadas, a casa estava vazia, Guadalupe não estava mais lá. Lupe é a nossa doméstica, uma senhora de 60 anos, e que nos ajudava aqui em casa, decidi ir para o jardim, esperar a minha mãe chegar, já que não tinha ninguém dentro de casa. Do lado de fora da minha casa tinha uma bela vista de Los Angeles, sentei-me em um banquinho e fiquei observando as luzes até minha mãe chegar.

       Escutei o barulho do carro entrando na garagem, e fui correndo em direção a mesma. Ela estava ao celular, mas quando me viu abriu aquele sorriso mais lindo do mundo!

-Mãe! - Disse e a abracei.

-Oi meu amor! -Disse ela e jogou o celular na bolsa e retribuiu o abraço.

-Por que demorou tanto hoje ? - Fiz carinha de triste e ela riu.

-Tive que resolver umas coisas na empresa, mas vamos entrar, que eu estou morta! - Disse ela prendendo seus cabelos longos e negros em um coque.

Minha mãe trabalhava em uma das empresas do meu pai, agora que ele morreu ela que resolve tudo. É uma empresa de Roupas,calçados,perfumes,maquiagens e todas essas coisas... 

      Entramos e ela se jogou no sofá.

-Luna, faz o jantar hoje, já que a Lupe já foi. Estou tão cansada. - Disse ela tirando os sapatos e ligando a Tv.

-O.k, mas só porque estou de muito bom humor! -Disse e ela riu e fui pra cozinha, fazer o jantar.

    Cheguei na cozinha e meu celular começou a tocar, era a Vick, perguntou se podia jantar em casa porque ela tinha acabado de sair de uma festa. Claro que ela podia, afinal ela é a minha melhor amiga!

     Avisei a minha mãe que a Vick ia jantar aqui, e ela assentiu e subiu pra tomar banho. Já que a Vick ia jantar aqui hoje resolvi caprichar, comecei a preparar um strogonoff, que quando eu fui ver se estava bom queimei a porra do dedo! Mas que estava ficando bom, estava!

    Já que ninguém estava por perto, comecei a cantar baixo, pois é, eu amava cantar. Mas ninguém sabe disso! Então me empolguei e comecei a cantar 'Burn', o strogonoff estava quase pronto, e fiquei tão distraída que a campainha tocou e me fez ficar irritada.

-JÁ VOU! - Gritei da cozinha, só poderia ser a Vick. Ela era linda, era uma ruiva, mas uma ruiva natural, tinha olhos castanhos claros, e sempre querendo me arrastar pra toda festa que vai.

-Oi! Menina o cheiro tá vindo aqui.-Disse ela rindo e foi entrando.

-Claro querida, fui eu que fiz! - Disse me gabando e ela riu alto e se jogou no sofá, afinal ela já é da casa.

-Vick, que bom que está aqui! Cadê os gatinhos ? - Disse minha mãe descendo as escadas e sentando na poltrona à frente.

-Tia, Peguei um ontem que era, oh! -disse a Vick fazendo um gesto com as mão e fazendo todas nós rirmos.

-Tá,Ta gente. Vamos comer que eu to morrendo de fome. -Disse e me levantei indo até a cozinha e elas me seguiram.

    Minha mãe sofria muito com a perda do meu pai, mas, nunca deixou transparecer nada. Isso que eu admiro tanto nela, a sua fibra...

Sentamos na mesa, e nos servimos.

-Caprichou em Luh! - Disse a Vick servindo-se outra vez.

-Sempre capricho! - Disse me gabando.
Rimos,comemos e brincamos até minha mãe ficar séria até certo ponto. E nos fazendo ficar em silêncio.

-Tenho uma coisa pra contar pra vocês.

O sol é para todosOnde histórias criam vida. Descubra agora