Capitulo 26: A decepção

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Depois de ouvir cada palavra do que ele disse, depois de sofrer a humilhação que ele me fez passar a única coisa que tinha a dizer era.

-Adeus, Justin.

Sair por aquela porta sem derramar uma lágrima sequer foi o mesmo que pisar em brasa sem gritar, se doeu ? Doeu demais, mas ele não merecia uma lágrima minha. Andei apressada até meu carro, lutando contra as lágrimas já formadas em meus olhos, engolindo o choro e o grito presos na minha garganta, apressei ainda mais meu passo, quase correndo e destravei o carro, entrei dentro do mesmo e as lágrimas começaram a cair, suspirei e não prendi mais o choro, liguei o carro, totalmente sem forças para dirigir, mas eu não podia ficar mais um segundo naquela casa, passei a marcha e sai por aqueles imensos portões, andava em velocidade baixa pois minha visão estava embaçada por causa das lágrimas, eu tinha que parar aquele carro se não eu poderia bater em qualquer poste ou atropelar qualquer pessoa, estacionei o carro em um lugar vazio, não tão deserto e encostei minha cabeça no banco, eu sempre soube que iria me decepcionar, por mais que eu nega-se a mim mesma, sabia que isso ia acontecer.

-Eu te odeio... -Disse em meio aos soluços. -Te odeio... Te odeio por me fazer te amar tanto.

Soquei o volante e apoiei minha cabeça nas mãos. Gritei em busca de tirar a dor que estava sentindo dentro de mim, como se uma cratera, mas uma vez, tivesse sido escancarada, como se a mesma ferida quase cicatrizada tivesse sido aberta a força por uma faca muito afiada.

Tudo que eu precisava naquele momento era de uma mãe, da minha mãe. Eu necessitava do colo da minha mãe, eu necessitava das suas palavras consolidaras, que ela sempre dizia pra mim quando caia de bicicleta, quando tinha medo de tentar algo novo e principalmente... Quando estava seriamente machucada por dentro.

Olhei pela janela do carro, não havia ninguém só o céu azul claro sem nuvens, eu tentava buscar algum refúgio para o meu desespero, mas nada em que eu olhava parecia tirar aquela dor de mim, meus olhos pareciam estar em chamas de tão ardendo que estavam, mas nada me fazia parar de chorar. Por que fez isso comigo Justin ? Por que seu filho da mãe ?

-Em uma hora você está "amoroso" e em outras me trata de um jeito que nem o pior dos vermes merece ser tratado... - Falei para o nada e ri sem o menor humor debochadamente. -E eu aqui pensando que você gostava de mim, pelo menos um pouco.

"Você só foi mais uma." Essas palavras me machucavam de um jeito horrendo, sem dó e nem piedade, foram atirada contra mim do nada... Continuei a chorar sem parar ali naquele estacionamento quase deserto, até que senti que o sol tinha quase sumido, olhei para o meio-sol ali no céu e pensei, realmente o sol é para todos, mas só para aqueles que sabem aproveita-lo, enquanto muitos estão nas sobras, ele está ali, parado para quem o quiser sentir, e neste momento eu estava na sombra, não via possibilidade de sentir o sol, eu estava tão magoada,machucada e destruída que naquele momento preferi ficar nas sombras...

Liguei o carro e comecei a perambular por Los Angeles, tentando evitar que mais lágrimas caíssem mas foi impossível, comecei a soluçar novamente e mais lágrimas caíram de meus olhos, resolvi voltar pra casa, já estava perto e eu poderia ficar mais a vontade e chorar...

Conduzi meu carro até lá e o estacionei na garagem, tentei criar forças para me levantar daquele banco, achar forças para andar pois eu estava totalmente destruída, minha cabeça doía, meu couro cabeludo por causa da força que Justin puxara meu cabelo estava doendo mas nada era comparado a dor que estava dentro de mim, sai do carro, juntei todas as minhas forças e caminhei devagar até a porta da frente, a abri e me deparei com Vick, Ellie, Ralf e Tereza no sofá, que aparentavam estar preocupadas.

-Luna ? Onde você estava ? Quer me matar de preocupação ? -Vick correu até mim e quando me encarou nos olhos percebeu o meu estado. -O que aconteceu ? Foi ele não é ? Eu vou matar aquele imbecil!

O sol é para todosOnde histórias criam vida. Descubra agora