Briga com o Evan

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Eu trocava de cinco em cinco segundos os canais da Televisão. Mofando no tédio naquele exato momento.
Evan tinha ido embora pela manhã, e segundo ele, a tarde teria que resolver algumas coisas. Perguntei o que é, mas ele me deixou em um vácuo enorme. Não insisti, mas acho que eu deveria ter alguma notícia do meu namorado.
Minha mãe percebendo o meu silêncio, veio falar comigo.
- Tudo isso por causa do Evan, Tina?- Se sentou na poltrona de frente para mim.
- Não!- respondi dura. Só de pensar em que ele pode estar passando perigo, ou até mesmo traindo a minha confiança, meu coração chega a doer.
- Não é só você que está aflita, Bob também saiu e disse que não era para eu o esperar. - Bob estava estranho comigo, não tínhamos mais aquela união de antes. Será que o que o Evan me disse tem alguma a coisa haver?. Balancei minha cabeça, tirando aqueles pensamentos de minha mente.
- Vou ir caçar algo para comer- avisei minha mãe, me levantei do sofá e recebi um choque térmico no pé quando toquei o piso gelado.
Caminhei para a cozinha, deixando meu celular na bancada, mas não por muito tempo, já que o mesmo apitou, com uma mensagem de Richard.
" você nao acredita, o seu amiguinho Evan ta dando uns pega numa loirona gostosa aqui. Ahausjsuajsuua o cara ta podendo". Richard não sabia que eu e Evan estávamos namorando. O sangue ferveu e a raiva tomou conta de mim.
"Na onde você ta Richard?"
Demorou alguns minutos e ele me respondeu.
"Num barzinho, se quiser vir pra ca, pega um ônibus que eu te levo depois, o endereço é esse aqui".
Eu li e reli o endereço,subi correndo as escadas e vesti qualquer roupa.
Coloquei uma jaqueta preta, por cima da minha regata preta, uma calça jeans e o meu tênis.
Sai apavoradamente do quarto, já descendo as escadas.
- Ue vai sair?- minha mãe me perguntou.
- Sim, e nao tenho hora pra voltar- sai de casa, caminhei até um carro do taxi.
Indiquei o local, e nao demorou menos que vinte minutos já estava na frente de um bar isolado da cidade.
Pela aparência de fora, era um bar velho, e cheirava a mofo.
Caminhei em passos largos até a entrada, abri a porta e a mesma rangeu. Não demorou muito e eu já tinha encontrado Richard.
- Você veio mesmo- ele estava alterado.
- Richard, precisamos conversar- O puxei pelo braço- Aonde está Evan?- perguntei.
- ue, e porque quer saber?.
- Quero saber quem meu namorado está pegando- soltei uma risada irônica.
Richard mudou seu semblante de bêbado, para surpreso.
-Vocês.... Es....Estão juntos?- Assenti. Senti um nó na garganta só de lembrar dos pequenos momentos que passei com Evan.
- Eu nao sabia...Me desculpa Tina- enxuguei as pequenas lagrimas que escorriam pelo meu rosto.
- Só me leva até ele!-Richard me guiou até uma pequena porta, que estava escrito sala de jogos. Ele desceu comigo na pequena escada de madeira.
E lá estava Evan. Com a tal loira em seu colo, rindo com alguns homens.
Assim que seu olhar encontrou com o meu, eu tive vontade de voar no pescoço dele, de dizer umas belas verdades, mas tudo que fiz foi abaixar meu olhar e virar para subir novamente.
Os meus olhos já estavam enxarcados de água, eu corria no meio daquela multidão, ignorando aquela voz atrás de mim, me chamando pelo apelido.
Corri na estrada, já que aquilo não era considerável uma rua, e adentrei num pequeno espaço entre as árvores que tinha no caminho. Agachei e comecei a chorar baixinho. Os soluços saiam como uma música da minha boca. Eu estava com ódio, com nojo de mim mesma por ter me entregado a um cara filha da puta.
Senti alguém sentar ao meu lado, não quis nem olhar para ver quem era, o cheiro do forte perfume invadiu as minhas narinas.
- Acho que você não quer nem olhar na minha cara ne?- Falou baixo, sem nenhuma emoção. Permaneci quieta.- Você não tem motivos para fazer tanto drama Valentina. - quando escutei aquelas palavras, a raiva tomou conta de mim de novo.
Me levantei rápido e o encarei.
- Não tenho motivos Evan?!. - gritei- Você me diz que vai fazer uma coisa a tarde e não me da satisfações, depois recebo uma mensagem do meu amigo dizendo que o Evan estava pegando uma loira. E quando chego nesse imundo de lugar, você ta lá com ela no seu colo. Eu nao tenho motivos?. Vai se fuder Evan.
- Não é bem assim as coisas..- o interrompi.
- É bem assim! O que você tanto queria tu já conseguiu, uma transa ne? Como eu fui uma burra, uma idiota. - ele veio na intenção de me abraçar mas eu dei um tapa tão forte em sua cara que minha mão ardeu.
- Nunca mais, entendeu bem, nunca mais olhe na minha cara.- Sai daquele espaço, caminhando pela estrada,eu chorava muito.
Por um momento pensei que eu ia desabar.
Me encostei em um poste de luz e respirei fundo.
Um som me chamou atenção, como se fosse um ruido de cachorro, e então de repente uma criatura horrorosa apareceu na minha frente. Eu nao estava acreditando no que eu via.
Aquilo era um sonho.
Arregalei os olhos, e então a criatura veio para cima de mim, comecei a correr de volta para o bar, mas já estava longe. Meu fôlego já nao existia mais.
Eu nao olharia para trás, aquele lobisomem ia me pegar.
Foi quando numa tentativa de desviar o caminho, escutei um grito alto atrás de mim.
Parei de correr e olhei para trás, ainda cambaleando.
- Você está bem?- Evan me perguntou, o lobo estava estirado no chão, com uma pena negra enfiada nas suas costa.
Engoli em seco, o suor escorria e a jaqueta já começava a grudar.
Não estava acreditando no que eu estava vendo.
Evan caminhou devagar ao meu lado, com medo de eu exitar. Ele me abraçou e começou a sussurrar.
- Aquela loira, com quem eu estava, era uma loba de matilha, o alvo. Eu tive de a matar, por isso me aproximei tanto dela. Me desculpe, não era a intenção de te passar algo ruim. - me soltei do seu abraço. O monstro que estava estirado no chão, foi morto por outro monstro.
- Nunca mais chegue perto de mim. Você, e essa criatura- apontei para aonde o lobo estava-VOCES SAO UM MONSTRO- Exclamei já chorando de novo.
Evan abaixou o olhar mas depois veio em passos rápidos até mim. Retirou a sua camiseta manga longa preta, e se virou de costa pra mim. A lua cheia deixava realmente clara a sua pele, e eu pude ver as cicatrizes de uma asa.
Toquei de leve as suas cicatrizes, e no mesmo momento fui levada para outra realidade.

Narrado em terceira pessoa.

Valentina observava tudo sem entender extremamente nada, e foi então que viu Evan com o olhar avermelhado, gritando com outro rapaz, muito mais velho que ele.
-Você não pode fazer isso!- Evan gritou. - O nosso acordo,tínhamos um.
- Exato- o velho ascendeu um cigarro e o tragou calmamente.- Você me trazia o Nephim, e eu te entregava a garota, por quem você é apaixonado.
- O NEPHIM É PAI DA GAROTA QUE EU AMO. - Evan se sobrecarregou- Você tem noção de como ela ira se sentir quando descobrir que eu tenho a ver com a morte do seu pai?.
- Desculpe, isso já não é problema meu.
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Me senti sendo puxada de volta para outro lugar, minha cabeça girava e eu só pensava no meu pai, e se a garota que Evan disse fosse eu?. E se ele tivesse matado o meu pai?.
Evan segurou firme a minha cintura, ele já tava vestido.
- O que você viu?- ele me perguntou, aflito. - Diz o que você viu quando tocou nas cicatrizes da asa.
- Evan...- sussurrei ainda baixa-Voce levou meu pai para a morte?.

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