Um encontro na floresta*

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Ele tinha apenas 15 anos quando decidiu ser caçador como seu pai e o pai de seu pai. Tinha um coração bom, sem uma gota de maldade. Seus olhos verdes eram da cor da floresta que ele passou a chamar de lar.

Aos poucos deixou para trás seu jeito de menino, e se tornou um homem, forte e bonito, além de ágil e exímio caçador. Todas as donzelas da aldeia eram apaixonadas por ele, sempre o mimando com presentes e comida, e em seus rostos um convite escancarado para o prazer. O coração dele porém pertencia a floresta, essa era seu único amor. Seu pai havia caído por causa da beleza de uma mulher e ele jurara nunca permitir ter tal fraqueza. Assim seu coração foi fechado para o amor.

***

Ela vivia mais na floresta do que na aldeia, gostava da liberdade que as árvores lhe traziam, há muitos anos ela tinha perdido seus pais, e alguns anos seus tios, e por isso vivia sozinha na floresta.

Ela estava percorrendo a floresta, que conhecia como a palma da mão, sua floresta, sua casa, há muito saíra da vila e passara a morar numa casa abandonada que ficava dentro da floresta. Ali se sentia melhor, viva e segura.

Seus olhos conheciam cada canto escondido nas árvores, e seus ouvidos já estavam familiarizados com os sons da natureza. Por isso ao ouvir um som de agonia, correu rapidamente para onde sabia haver uma armadilha de caçador, chegou a tempo de salvar uma pequena raposa que estava presa pela calda, que por pouco não foi arrancada de seu corpo pela armadilha.

Rapidamente desmontou a armadilha e pegou a pequena raposinha nos braços levando para sua casa. Lá tratou seu ferimento e a soltou de volta a natureza.

Depois de guardar o material usado para o cuidado do animal, voltou à floresta na intenção de desarmar mais algumas armadilhas.


***

Ele ouviu o som de uma armadilha ser acionada, terminou de amolar sua faça de caça, colocou−a na bota e seguiu sem pressa até o local onde acharia sua presa. E qual não foi sua surpresa ao notar que sua armadilha se encontrava vazia. Primeiro pensou que ela tinha acionado sozinha, mas logo descartou a ideia, pois no chão havia vestígio de sangue, o que significava que alguém tinha roubado sua presa. Algumas pegadas no chão eram a evidência disso.

As pegadas eram pequenas o que significava que uma mulher era a culpada. "Elas sempre eram culpadas" pensava ele. Assim começou a seguir as pegadas, mas essas acabavam rapidamente e ele teve que desistir de encontrar tal criatura que lhe roubara a janta.

Decidiu ir até o pequeno riacho que cortava a floresta em vários pontos, molhou o rosto e bebeu da água límpida saboreando o frescor que ela lhe concedia.

Algum tempo depois ouviu outra armadilha ser acionada. Dessa vez foi rapidamente ao local onde a instalara. Ela estava vazia com exceção do graveto que a havia acionado e pendia preso à armadilha. Outro som ao longe lhe chama a atenção: uma terceira armadilha foi acionada e ele acreditava que a encontraria vazia assim como as outras, alguém estava desarmando suas armadilhas.

− Merda! Assim não vou ter carne essa noite. - ele disse para si mesmo em voz alta.

Em vez de ir ver a outra armadilha desarmada ele correu para onde instalara a quarta e última armadilha, se escondeu nas árvores e esperou silenciosamente.

***

Ela já havia desarmado duas armadilhas, sabia que havia mais uma, mas não sabia onde essa estava, pois toda semana elas mudavam de lugar. Assim continuou a procurar.

Já estava escurecendo quando a encontrou. Mas ao dar um passo pra se aproximar pressentiu o perigo, olhou toda a clareira em que estava analisando cada detalhe e fitou seus olhos em um arbusto perto de uma árvore frondosa. Entendendo que tinha algo ali, deu as costas e começou a correr.

Sons de corrida e perseguição ecoavam atrás dela, cada vez mais próximos, ela correu mais rápido, mas seu perseguidor ficava cada vez mais perto. Ela virou a cabeça para olhar o que a perseguia, e esse foi seu erro, pois ao virar a cabeça não viu a raiz de uma arvore que se erguera durante seu creciemnto para fora da terra, e tropeçou.

− Maldição - praguejou ela se levantando e tornando a correr.

Mas era tarde de mais e ela foi agarrada por mãos fortes, sendo jogada novamente no chão junto com seu perseguidor.

***

Pessoas lindas... Comentem o que estão achando! Ainda terá muita coisa pela frente, o que vcs acham que vai acontecer com ela? Ah e não esqueçam de deixar uma estrelinha se gostaram do capítulo.
Bjussss.

O canto da Coruja  (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora