Caçadores e suas caças*

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Ele a agarrou com toda força, se jogando contra ela e caindo no chão. Ela tentou se libertar de seus braços, mas ele era forte. Os braços dele, bem torneados, a incapacitaram de usar seus próprios braços, as pernas musculosas dele prendiam as dela no chão, seus corpos estavam colados e ambos respiravam com dificuldade por causa da corrida.

Por estar em cima dela ele teve uma visão privilegiada do topo de seus seios, e da fenda entre eles que seguia sedutora até dentro do vestido esverdeado que ela usava.

Observando seu rosto ele constatou que ela era bela, seus cabelos eram loiros quase brancos, era esguia, mas tinha curvas suaves e aparentava ter seus 17 anos, seu rosto era suave e quase infantil, e era extremamente temperamental, pois já via dentro de seus olhos azuis absurdamente claros a revolta que estava prestes a vir a tona.

− Quem é você - perguntou ele

− Ninguém importante - ela devolveu com desdém, e ele percebeu que não a afetava como acontecia com outras mulheres - Saia de cima de mim seu brutamonte − ela tentou se libertar novamente.

− Não até me dizer seu nome - ele tentava enfurece-la ainda mais, estava curioso e aprendera desde cedo que uma mulher sempre revelava sua verdadeira forma quando estava brava.

− Eu poderia mentir, e você nunca saberia a verdade. - ela disse analisando -o.

− Você não vai mentir, garota! Agora me diga seu nome, minha paciência está acabando.

− Não direi nada enquanto não sair de cima de mim, o que, aliás, está me machucando e me impedindo de respirar seu idiota. - ela disse entre dentes.

− Maldição! - ele praguejou e se levantou puxando-a com ele, e continuou a segurar-lhe os braços. - Pronto! Agora quero a resposta pra minha pergunta, caso contrário, passaremos a noite aqui até você dizer.

Ela suspirou desgostosa e o encarou.

− E não minta − Ele ameaçou antes que ela falasse algo.

− Meu nome é Suindara. Agora me solte.

Ele a analisou para saber se ela mentia ou não, quando se convenceu que esse era o nome dela, liberou apenas um dos braços e continuou a perguntar:

− O que você fez com minha caça? - Ele a olhava duro.

− Ah, então foi você que armou as malditas armadilhas? Não tem vergonha? Aquelas pobres criaturas se machucaram por sua causa.

− A intenção não é machucar. - ele se defendeu e acrescentou para o ódio dela − Queria elas mortas mesmo, dá menos trabalho.

− Seu...seu.. − ela procurou palavras que o insultassem, mas era difícil encontrar com a raiva lhe ocupando o pensamento − insensível, bruto, assassino.

− Eu não sou assassino! - ele se defendeu, não entendia por que o fazia, mas sentiu que era necessário. - Acaso também seus preciosos animais não caçam para comer? Não me julgue, criança, você não me conhece.

Ela corou, sabia que ele tinha razão, mas ainda assim não queria gostar dele, ele era uma caçador e caçadores matavam. Caçadores mataram a família dela, ela não estava segura com ele.

− Me solte para que eu possa ir embora − ela pediu querendo se afastar dele.

− Você ainda não respondeu minha pergunta. - ele disse ainda a mantendo presa entre seus dedos.

− Eu a libertei. - ela falou depois que lembrou qual pergunta ele tinha feito. - A raposinha estava viva, apesar de ter um machucado.

− Era um filhote? - Ele ergueu uma sobrancelha ao perguntar

− Sim.

− Se não a tivesse libertado eu o teria feito. Não caço filhotes.

− Agora posso ir? − ele o cortou querendo ir embora e sair de perto dele, ele a estava afetando de mais.

− Não, tenho mais uma pergunta: o que fazia na floresta?

− Desarmava armadilhas estúpidas de um caçador mais estúpido ainda. - Ela não poderia dizer que morava ali. Pois certamente ele encontraria sua casa mais cedo ou mais tarde.

− Cuidado, criança, não se deve irritar um predador. − ele sorriu maliciosamente e ela sentiu um calafrio descer a sua espinha e se instalar no meio de suas coxas.

− Eu não sou criança. − ela disse fazendo birra.

− Você tem o que, 17 anos? É uma criança.

− Tenho 21. Ela respondeu orgulhosa e sem pensar, e se arrependeu assim que viu o sorriso dele se alargar e suas sobrancelhas levantarem mostrando o quanto ele estava surpreso.

− Melhor pra mim, como eu disse: não caço filhotes − ele estava flertando com ela, coisa que jamais fez com mulher alguma, ele não confiava nelas, e até as evitava, até que seus próprios desejos o obrigavam a se aliviar em alguma meretriz na vila.

− Eu não sou uma de suas presas, caçador - ela disse com os olhos brilhando de fúria, e seu corpo se retesando como se esperasse um ataque naquele momento. - também não sou uma de suas mulheres então sugiro que me solte e me deixe em paz.

− Não estaríamos aqui se você não tivesse desarmado minhas armadilhas - ele acusou querendo adiar a partida dela. - Agora terei que comer sopa de legumes no jantar.

− Eu não teria o que desarmar se você não tivesse colocado armadilhas pela floresta - ela devolveu - e quanto a seu jantar, sopa vai lhe cair muito bem.

− Tens uma língua ferina pra alguém com pouco mais da metade do meu tamanho. Não tem medo que te faça calar?

− Não ouse colocar suas mãos nojentas na minha boca. - Ela se irritou novamente. Quem ele pensava que era?

− Como quiser não te calarei com minhas mãos. Mas se der mais uma palavra essa será a última que sairá de sua linda boquinha.

− Eu não tenho me... Ela começou a falar, mas foi interrompida por ele que, sorrindo satisfeito, calou-a com um beijo.


***

O que estão achando? Eu particularmente gosto muito de atitudes como a do caçador.
Aguardo sua opinião. Ah e não esqueça da minha estrelinha caso tenha gostado do capítulo.
Bjussss.

O canto da Coruja  (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora