Ricardo seguia Betão de carro horrorizado com a cena que acabará de assistir. Foi de uma violência e agressividade desnecessária. Não era excitante, ele mesmo não entendia como o próprio Betão conseguiu manter o pau duro para realizar aquilo. Sem contar a sua preocupação com Carlos que ficou, espancado, gozado e mijado no chão. Ele precisava voltar lá para ajuda-lo.Finalmente chegaram a chácara dos Mattos.
Ricardo correu em direção a Betão: -Senhor, Senhor Betão.
Betão rindo um pouco da situação: -Cara, você ganhou ponto comigo hoje. Relaxa, vou tirar os caras do pé de sua família, tua rocinha vai ficar de boa. E ficamos quites.
Ricardo com ar preocupado: -Muito obrigado, eu agradeço senhor, mas...
Betão: -Não precisa mais me chamar de senhor, já perdoei tua petulancia, pode me chamar só de Betão.
Ricardo: -Como Senhor quiser, mas eu preciso que o senhor me libere agora.
Betão: -Porque? Tem algum compromisso?
Ricardo: -Eu preciso prestar um socorro lá para Carlos.
A feição leve e risonha de Betão desapareceu: -Como é?
Ricardo: -Entenda, eu sou mais útil para o Senhor se acharem que eu tô do lado deles. Entende? Eu posso dar uma de agente duplo e te ajudar em muitas outras coisas alem dessa de hoje.
Betão olhando sério para Ricardo: -E como não vou saber que você tá fazendo o mesmo comigo agora?
Ricardo: -É só o Senhor julgar, eu levei ele para o Senhor fazer o que fez.
Betão ainda com a feição seria se aproximou mais de Ricardo e com um movimento rápido e brusco agarrou novamente o pescoço dele e mais uma vez o elevou para o alto, tirando seus pés do chão.
Betão: -Espero que você já tenha aprendido que o cachorro que manda nesse canil aqui sou eu. Se você me trair, o que vou fazer com você, vai fazer parecer brincadeira o que fiz com o frango Carlos. Entendeu?
Ricardo fez que sim com a cabeça, afinal falar era impossível naquela situação. Ao ver a resposta Betão largou o seu pescoço o fazendo cair no chão buscando desesperadamente por ar.
Betão voltando a rir e desamarrando a cara: -Vai lá socorrer o frango vai. Mas vai a pé.
Ricardo nada falou apenas se levantou e saiu em disparada para ajudar Carlos.
Mais de trinta minutos se passaram entre a saída e o retorno de Ricardo para o local onde tudo aconteceu. Carlos ainda se encontrava sentado no chão, quase que da mesma maneira que Betão o deixou. Quando Ricardo chegou perto dele ele começou a proteger a cabeça com as mãos e a gritar em desespero:
Carlos: -Não, não, não me machuca mais por favor!
Ricardo: -Calma, calma, sou eu, sou eu, Ricardo, eu já me livrei de Betão, calma.
Carlos ainda em pânico, tirou a mão dos olhos e viu que se tratava realmente de Ricardo e ao constatar isso caiu no choro. Ricardo tentou o acalmar, mas sem sucesso. A única coisa que ele pôde fazer foi aguardar que ele se acalmasse por si mesmo.
Passado algum tempo, ele finalmente se acalmou.
Ricardo: -Vamos se molhar ali no rio vamos.
Carlos olhou para Ricardo com uma cara de dar pena. Ele estava totalmente humilhado. Ricardo o ajudou a se levantar e foram até o rio. Após se lavarem Ricardo o levou para casa, o ajudou a deitar-se, deixou o telefone dele para caso ele precisasse de qualquer coisa, conversou com a empregada sem dizer o que tinha acontecido, apenas disse que ele precisava de cuidados e não de ser pressionado para dizer o que tinha acontecido. Voltou ao quarto para se despedir de Carlos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Adestrando BETÃO (Matheus CDC)
RomanceOutra história do Matheus que eu adoro. "Quando Ricardo resolveu voltar para sua cidade Natal, não tinha noção do quanto a sua vida mudaria para sempre com a chegada dele, Roberto (ou Betão como gostava de ser chamado). Um homem bruto, agressivo, po...