POV Harry
Eu repeti o voicemail três vezes antes de me mentalizar de tudo. A Darcy, a primeira rapariga que eu alguma vez tinha amado, estava viva e bem. E ela queria ver-me outra vez dentro de dois dias. Eu olhei para o Niall, que estava a dormir de forma barulhenta no grande sofá que tínhamos neste autocarro de tour. Agora que todos sabiam acerca da Darcy, eu não esperava que ela aparecesse logo no dia a seguir. Mas eu estava feliz por ter anunciado tudo, porque agora era como se eu já não sentisse fogo a consumir-me por eu não contar aos rapazes.
Eu quase caí do meu banco reclinável quando o Paul caminhou de trás de mim com um prato gigante cheio de nachos. Talvez eu hoje estivesse um pouco no limite, vocês sabem, descobrir de repente que uma das vossas grandes amigas voltou dos mortos. Bem, pelo menos era o que parecia. O Paul olhou para mim durante um longo momento como se eu fosse maluco, mas eu simplesmente sorri maroto. Ser maroto resulta sempre.
"Eu estou a receber muitas mensagens no Facebook sobre a tua entrevista de ontem." Ele tartamudeou, passando por diferentes canais na televisão. O Paul tinha estado a chatear-me durante as últimas vinte e quatro horas, por causa desta revelação sobre a Darcy, queixando-se que eu não devia ter tornado a entrevista tão pessoal. Mas qual era o objetivo de fazer uma entrevista, se eu lhes iria estar somente a contar coisas nada importantes e que eles já sabiam?
"Existe mais uma coisa que eu te quero contar." Eu disse, sentindo-me confiante. O Niall tremeu no sofá ao meu lado, um pequeno rasto de baba no seu queixo. Ele sempre foi e sempre será um desajeitado. O Paul ergueu uma sobrancelha, finalmente escolhendo o canal de desporto. Eu fechei os olhos, recordando-me das palavras exatas dela no voicemail. Era errado eu tê-las decoradas?
"Ela ligou. Ela está viva e quer ver-me. A Darcy." Eu disse. Eu tentei o meu melhor para não deixar o mínimo sorriso brincar nos meus lábios enquanto eu disse o nome dela em voz alta, algo que eu já não fazia há eternidades, e que sabia tão bem dizer. O Paul ergueu ambas as sobrancelhas, desta vez, silenciando a televisão. Eu rezei para que ele não fosse dizer algo espirituoso e rude. O Paul era um homem simpático, mas por vezes ele era brusco demais para o seu próprio bem.
"Bem, tu vais ter de ligar à Management por isso, amigo." Ele disse, dando-me uma palmadinha nas costas. Eu meti-lhe a língua de fora e roubei um dos seus Doritos, pescando o meu iPhone da mesa e marcando o meu gestor principal da Management, também conhecido por ser a pessoa que controla todos os meus movimentos.
Oh, desculpa Harry, mas tu não estás autorizado a beber esse sumo. Vai dar-te borbulhas.
Não, Harry, não ligues à tua mãe, porque agora tens de fazer uma twitcam.
Porquê?
Porque nós dizemos.
Eu prendi a minha respiração enquanto o telefone tocava. Eu queria tanto vê-la, mas eu tinha medo do que a Management fosse pensar acerca disso. Eu uma vez tentei namorar com uma rapariga que não era famosa, e eles enviaram-lhe tweets pelo meu telemóvel a dizer que eu não gostava dela. No dia seguinte ela escreveu coisas nojentas acerca de mim na minha página do Twitter, e eu nunca irei perdoar a Management por isso. Eles arruinaram uma boa parte da minha vida, e eles arrancaram-me a minha liberdade.
"Olá, daqui fala Donald O'Cleary, gestor principal da One Direction. Com quem estou a falar?" Uma voz anasalada disse do outro lado. Era agora ou nunca, eu tinha de receber a autorização. Eu inalei uma golfada de ar e deixei-a sair num woosh gigante.
"Don, é o Harry. Eu tenho uma questão." Eu disse monocórdico.
"Oh, Harry. Que bom falar contigo. Agora, o que é que tu queres falar comigo?" O Donald perguntou. Eu podia praticamente sentir o sorriso a espalhar-se pela sua cara. O Don era a pessoa mais chata que eu alguma vez tinha conhecido, e ela era a razão principal pela qual eu não podia beber Moutain Dew.
"Erm, tu sabes aquela entrevista que eu dei no outro dia. Bem, aquela rapariga, a Darcy... ela ligou-me. Ela está viva, e quer encontrar-se comigo. Eu estava a pensar se me podia encontrar com ela daqui a dois dias, no nosso próximo concerto..."
"Harry, querido Harry. Eu lamento rebentar a tua pequena bolha de super estrela, mas nós não podemos permitir isso. Tu vais estar extremamente ocupado com sessões de autógrafos entre os concertos. Está bem?" O Donald disse. Eu podia sentir o meu queixo a tremer, e uma lágrima escapou do meu olho. Eu odiava isto. Eu desejava que, um dia, eu pudesse ser completamente livre desta gerência. Um dia em que eu pudesse sair e fazer o que quer que eu quisesse, e não ter os meus motivos a serem questionados pelo Donald O'Cleary, que acreditava que o seu objetivo de vida era impor uma lista de regras para mim e para os rapazes. Eu podia sentir o Paul e o Niall a olharem para mim, mas eu encarei a janela. Eu não queria que eles me vissem.
"Isso não é justo." Eu finalmente disse. "Eu devia ser autorizado a vê-la. Já se passaram dois anos." Eu disse, a minha voz a tremer como a de um velhote de bengala. Eu ouvi o Donald a engolir alguma coisa, provavelmente café amargo, e ele não me respondeu durante um longo período de tempo. Isso preocupou-me, deixou-me mais no limite.
"Peço desculpa, Harry. Na vida temos regras que temos que seguir, e nós nem sempre recebemos o que queremos. Agora, eu queria falar contigo sobre a terceira música do novo álbum..."
"Agora não, Don." Eu disse, sentindo uma sensação de fúria e ousadia. "Tenho que ir. Adeus."
Eu não esperei pela sua resposta, porque eu não o queria ouvir. Caminhei para o meu quarto sem olhar para as caras preocupadas do Paul e do Niall, e afundei-me na minha cama. Quando as coisas estavam finalmente a encarreirar-se na direção correta, elas acabavam no lado oposto. Eu queria falar com o Zayn, porque ele era sempre alguém com quem era bom falar acerca deste tipo de coisas.
A fama fê-lo bastante solitário por vezes, também. Ele sempre me disse que a administração não nos estava a tentar arruinar, e ele usava sempre o mesmo exemplo – pais protetores a guardar as suas crianças. Mas eu tinha dezoito anos. Eu não precisava de ser guardado. Ele também tinha tido problemas com a relação dele com a Perrie. Eles tinham sempre rumores a correr de estarem a trair-se um ao outro, e haviam mesmo alguns dias em que ele nem sequer saia do seu quarto. Era pena ele agora estar do outro lado da cidade numa entrevista.
Eu fechei os meus olhos e tentei formar planos diferentes para arranjar maneiras de a ver. Talvez pudéssemos fazer uma chamada pelo Skype? Não, isso não seria o mesmo.
Eu sabia o que tinha que fazer.
Eu tinha que ir ver a Darcy Monroe.
[A/N&T/N:
Comentem, votem e divulguem?
Muito obrigada por todos os comentários no capítulo passado.
Esperamos que estejam a gostar da história até agora, ainda existem muitos capítulos pela frente!
E também, esta história é FICÇÃO. A Management não é assim tão rude e não existe um Donald O'Cleary.]
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Darcy [Harry Styles] (Tradução em Português)
Fanfiction*Isto foi escrito quando a Delilah tinha treze anos. Vocês foram avisados/as.* “Harry, ouvem-se rumores de que se tu tivesses uma filha, lhe chamarias Darcy. Alguma razão em particular para isso?” O entrevistador perguntou. Eu engoli a seco e baixei...