11- Medo

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       Um sorriso abre em meu rosto. Marcus acariciava meus cabelos até que eu me levanto.

       - Preciso ir. - eu falo.

       - Claro, eu te levo. - ele diz se levantando também.

       - Não! Não precisa, minha casa é aqui perto, eu vou de a pé. - eu digo tímida.

       - De jeito nenhum! Olha a chuva que vai cair daqui a pouco. Vai, pode entrando no carro mocinha. - ele abre a porta do passageiro.

       Eu nego, mas ele insiste e eu não resisto. Aceito a oferta.
       O caminho todo foi um silêncio. Marcus estava muito aflito no momento para conversar. Eu o respeitei e me manti quieta, quieta até demais.

       - Obrigada Marcus. - eu falo saindo do carro.

       - Não precisa agradecer. É minha obrigação cuidar de você. - ele sorri.

       - Eu sei. Até amanhã. - eu saio do carro e vou em direção a porta da minha casa.

       Abro a porta e minha mãe está me esperando junto com meu pai e minhas duas irmãs.

      - Aonde você estava Aurora? - diz meu pai.

      - Eu fui na festa na casa do Lucas... Mas, eu pedi pra mamãe te avisar. - eu a olho e ela está rindo.

      - Aurora, chega de mentiras por favor. - meu pai se levanta.

      - Mas pai, eu não estou mentindo! - eu falo.

      - CHEGA AURORA! VÁ PRO SEU QUARTO AGORA! - meu pai grita.

      Eu corro para fora de casa.

       - AURORA VOLTA AQUI AGORA! - escuto meu pai gritar da porta.

       - Deixa ela ir, vai ser melhor para ela. - diz minha mãe no ouvido do meu pai.

       Eu não paro. A chuva lava meu rosto que já estava encharcado com as minhas lágrimas. Até que caio de joelhos no meio do asfalto. Eu choro muito, e começo a gritar de desespero.

       - E agora? - eu me questiono.

       Choro até ouvir uma voz.

       - Nossa, a valente e corajosa Aurora Madison está chorando? - diz a voz.

       Quando percebo, era a voz de Pedro. Meu coração acelera.

       - Como você conseguiu sair da cadeia? - eu olho para cima.

       - Existe uma coisa chamada " Pagar fiança", que a sua querida mãe fez o favor pra mim. - ele se abaixa.

       - Minha mãe?  - eu sussurro.

       - E agora, que eu estou solto, eu vou atormentar a sua vida. - ele segura o meu braço.

       - Me solta Pedro! - eu digo rangendo os dentes de raiva.

       - É melhor você tomar cuidado. - ele me solta.

       Eu o olho com cara de odio.

       - Até depois, coisa linda. - ele diz sumindo na chuva.

       Eu fico parada sem reação. Eu ando na chuva até amanhecer.
       8:25 da manhã e eu não sabia com que cara aparecer na minha casa. Será que peço desculpas ou ignoro todos?
       Abro a porta de casa e tudo está um silêncio. Meus pais e minhas irmãs ainda dormiam. Faço o mínimo de barulho mais logo escuto os passos de alguém atrás de mim.

      - Qual é a sua em Aurora? - diz Cat.

      - Cat por favor, não conta para o papai que eu estive aqui. - eu digo implorando.

      - Hum ... é claro que eu não vou contar né sua louca. - ela diz.

      - Ai brigada mana. - eu a abraço.

      - Mas Aurora, quando você vai voltar? Papai ta super preocupado. - ela diz.

      - Eu volto quando as coisas se acalmarem por aqui. - eu digo.

      - E aonde você vai ficar nesse tempo? - ela fica cada vez mais agitada.

      - Acho que na casa da Katy. Vim só tomar um banho, comer e pegar algumas roupas. Não se preocupa comigo ta? Agora vai dormir. - eu a abraço.

      Cat sempre foi a mais bebezona. Mesmo eu sendo a mais nova, eu que tinha que cuidar dela as vezes.

     Cat vai para seu quarto e dorme novamente em 5 segundos. Tomo um banho, pego algumas roupas e desco para a cozinha.
     Roubo um bolinho e um pouco de suco. Saio no total silêncio para que ninguém me escute.
      

      

      

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