12- Fuga

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Saio de casa e como Katy morava a dois quarteirões da minha, fui a pé até lá.
Chego na casa de Katy e aperto a campainha. Ela atente com cara de sono.

- Bom dia, flor do dia. - eu digo sorrindo.
- Bom dia Aurora. - Katy diz com uma cara de preguiça. - entra logo.

Entro e subimos direto para o quarto dela. Colocos minhas coisas em cima da cama e começamos a conversar.

- E ai amiga, seus pais te viram hoje quando você foi pegar as suas coisas? - pergunta Katy.

- Não, só a Cat estava acordada. Mas ela prometeu não falar nada. - eu digo mexendo no celular.

- Hum. - resmunga Katy.

- Seu irmão ta em casa? - eu pergunto olhando em volta.

- Não, está na faculdade. Porque? - ela me olha com cara se safada.

- Só pra saber né idiota. - eu fecho a cara pra ela.

Ela ri.

O Nick, irmão da Katy, tem 22 anos e faz faculdade de psicologia. Digamos que ele é realmente muito bonito, e muito inteligente, mas infelizmente ele não me atraí tanto assim.
Ficamos conversando até que Katy resolve ir na cozinha.

- To morrendo de fome. - diz ela procurando algo para comer.

- Quando que você não está com fome? - dou um sorriso irônico e começo a rir baixinho.

- Ai nossa, palhaça. - ela fala com cara de ódio.

Estavamos conversando até escutarmos a campainha tocar.

- Você está esperando alguém? - eu pergunto.

- Não. - ela diz indo em direção a porta.

Quando Katy abriu a porta e ficou pasma.

- Oque que foi Katy? - eu pergunto indo até a porta.

Vou até seu lado e quando olho para a porta aberta e levo um susto. Era meu primo do Canáda. Não nos viamos a muito tempo por motivos obscuros. Ele me olha de cima a baixo e me lança um sorriso que meu coração para, e eu não consigo processar que ele estava ali depois de tudo.

- Olá Aurora. A quanto tempo, não. - ele estende a mão e eu recuo. - eu poderia entrar?

- Claro. - diz Katy com cara de confusa.

- Katy, poderia nos deixar a sós? - eu a pergunto.

- Ta, sem problemas. - ela sobe as escadas até seu quarto assustada.

Me sento e pesso para que ele também se sente.

- Oque faz aqui Yan? - eu pergunto sem pestanejar.

- Vim fazer uma visita surpresa. Gostou? - ele sorri.

- Realmente foi uma surpresa. - eu resmungo.

- Eai, quais são as novidades? - ele me olha atento.

- Como você e seu pai tem a coragem de darem as caras por aqui de novo? - eu vou ficando tensa.

- Olha Aurora você não pode simplesmente esquecer isso? Já faz 11 anos. - ele me olha ficsamente.

- Não, eu não posso simplesmente esquecer algo tão horrível que foi isso. - eu começo a ficar nervosa.

- Ele ja se arrependeu, não é o suficiente pra você Aurora? - ele aumenta o tom de voz.

- Eu quero que ele pague pelo que fez. Eu tinha 6 anos Yan, só 6 anos. E o podre do seu pai teve a capacidade de fazer aquilo comigo, uma criança, por dinheiro. - eu começo a chorar.

Eu sei que você deve estar se perguntando oque aconteceu. Yan não é meu primo de sangue. O meu pai era tão amigo do pai do Yan que eles agiam como verdadeiros irmãos. E até meus 6 anos eu sempre o chamava de tio. Até que um dia, quando estavamos na fazenda da minha familia comemorando o natal, ele também estava lá, como todos os anos. Só que naquela noite, eu já estava no meu quarto dormindo e escuto a porta abrindo. Era ele. O cheiro de alcool dominou minhas narinas e ele simplesmente me obrigou a se deitar com ele, só que eu não queria, e ele começou a me prender. Eu comecei a gritar socorro desesperadamente, até que meu pai aparece e expulsa ele do meu quarto. Eu só escutava meu pai no corredor discutindo com o pai do Yan. Nunca mais nos falamos e muito menos mantivemos contato depois daquele dia. Só depois de alguns anos depois que fui descobrir que ele só tinha feito aquilo por que ele apostou com os outros amigos do meu pai, se ele cumprisse ele ganharia 300 dólares.

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