Cap. 1 - Um estranho corajoso.

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Era tarde da noite quando o sujeito de sobretudo preto passou sorrateiramente pela rua escura e deserta. Um morador de rua que por ali estava viu o sujeito e com receio de lhe acontecer algo de ruim se escondeu e ficou a observar. Minutos depois volta o sujeito e desaparece ao virar a esquina. Nota-se em suas mãos um pequeno livro de capa escura.

Pouco depois passam correndo cinco homens com armas em punho, facas e até facão um deles tinha. O morador de rua sai de fininho e corre para sua barraca improvisada embaixo da ponte.

Ao nascer do sol, Pastel, como é chamado o morador de rua, é acordado com o barulho dos carros em cima da ponte e logo nota que seus vizinhos de ponte já haviam acordado e partido. Com fome, sede, e sono, Pastel sai em busca de seu café da manhã. Como de costume pede esmolas aos transeuntes e em pouco menos de uma hora já tem o suficiente para tomar um pingado com pastel em uma padaria ali do centro.

- Bom dia Pastel! - cumprimenta o balconista ao ver Pastel chegando. - Vai o de sempre? - completa.

Pastel apenas acena com a cabeça confirmando seu pedido de sempre.

- Está tudo bem Pastel? - indaga o balconista estranhando a seriedade e dispersão de nosso amigo.

Pastel não responde nada e continua a tomar seu café enquanto a padaria começa a ganhar movimento. O relógio da parede já se aproximava das oito horas.

Enquanto um cliente ao lado toma seu café preto, comenta com um amigo.

- Ficou sabendo que o maior traficante dessa região foi morto ontem?

- Nossa! - surpreende-se o amigo ao lado. - Quem foi o louco que matou o bola oito?

- Não sei, mas dizem que ninguém viu nada, quando chegaram ele já tinha sumido e o bola estava decapitado no chão.

A notícia já se espalhava rapidamente pela cidade e não deu outra, saiu no noticiário das 8:

"Foi assassinado nesta madrugada um dos maiores traficantes da região norte, conhecido como bola oito, foi encontrado decapitado em seu apartamento. A polícia investiga se pode haver alguma ligação com os recentes conflitos entre quadrilhas."

Pastel termina seu café e sai rumo à uma praça, não consegue tirar da cabeça nem por um momento o que vira na noite anterior. "Quem será aquele sujeito estranho?","E aquele livro que carregava, terá ele roubado?". Estes pensamentos já estavam lhe atormentando, então resolveu distrair-se um pouco, e para isso nada melhor que observar as pessoas em suas rotinas corridas e ficar imaginando, onde cada uma vai, o que faz da vida, como deve ser sua casa, família, amigos... Ah, amigos... Pastel vai então para uma ponte onde pode observar com vista privilegiada o embarque e desembarque dos trens na estação ferroviária.

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Está gostando? é só o começo ainda, este é meu primeiro livro, agradeço de coração a todos que estão lendo.

O Livro do TraidorOnde histórias criam vida. Descubra agora