Capítulo 32

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Dedicado á todos, vocês me fazem bem.
-Protetora Rachel.

Estou em um quarto hospitalar, bem iluminado e quieto, posso até mesmo ouvir uma respiração que não é a minha. Uso roupas hospitalares, e estou conectada a tubos de soro  em meu braço esquerdo; meu cabelo está solto e isso tira até a tensão que meu pescoço estava sentindo, para uma sensação mais leve.
Mais a frente está Benjamin sentando em uma cadeira quieto e concentrado em uma revista apoiada em seu colo, ele não parece perceber que acabei de acordar. Observo seus trajes e como parece ser de hábito, ele usa um belo e caro terno, não é "chamativo", mas por onde ele passar pode - se ressaltar que possui grande poder aquisitivo.
O de hoje é bonito claro, cinza reluzente (como se fosse o mais bem passado dos ternos), há uma gravata azulada com um belo nó e seus sapatos com certeza chamariam atenção de executivos pelo cuidado ao serem engraxados.
No momento está sentado com as pernas cruzadas em quatro entreabertas e encarando a revista.

-Está aí de novo Benjamin? -chamo sua atenção.

-Óh, acordou querida. -leva um pequeno susto, mas logo me oferece um sorriso.

-Hum, sim, estou de olhos abertos certo? -tento me colocar sentada. Ele logo se levanta de sua cadeira e vem até mim.

-Não pense em se esforçar novamente. -diz me inclinando novamente a deitar.

-Ah por favor, estou cansada de ficar deitada. -digo a ele fazendo careta.

-Ok, tudo bem. Esta cama pode ser regulada. -fala e procura por algo em sua volta. -Ah, olha aqui, encontrei. -me mostra um pequeno controle. -Posso regular as posições com isto. -ele aperta um botão e a cama começa a se mover um pouco para cima e se inclina um pouco para frente.
Estou meia que sentada agora.

-Obrigada. -digo. Ele acena com a cabeça.

-Eu sei que é difícil para você se manter tão quieta, sendo tão agitada, mas é para seu bem. -diz. -O doutor deixou claro, depois do seu último desmaio.

-O que aconteceu comigo? -pergunto preocupada comigo mesma.

-Lembra que estávamos conversando? -pergunta. -Então, você se esforçou muito, mesmo eu pedindo para que se acalmasse, eu sei que você é forte, mas estava muito fraca, desidratada, não havia se alimentado... tudo isso junto fez com que sua pressão até o momento não aguentasse e caísse de uma vez a fazendo desmaiar. -fala.

-Hum. -digo pensativa.

-Mas não pense que você é fácil de lidar garota. -passa a mão sobre seu bigode. -James e eu a levamos para nosso médico, e ele logo diagnósticou que a estávamos perdendo e por isso ele entrou em ação, tentando trazer seus batimentos contínuos.

(Obs: James, por ser espanhol, se pronunciará "Rames")

-Meu coração falhou? -pergunto assustada.

-Falhou? Parou e mais! -responde. -Sua pressão era a mais difícil de controlar, estava gelada...

-Meu Deus...

-Me responda. Você queria morrer? Ou você está viva por que uma parte sua queria viver? -pergunta.

-Eu não sei Benjamin. -respondo tristemente.

-Não, por favor, não faça essa cara. -me diz tocando meu rosto. -Olhe pra mim. -manda. -Está tudo bem agora, você só precisa se comportar.

-Está bem. -respondo.

-O tio Benjamin está aqui. -diz ajeitando a gravata e fazendo pose.

-Apenas Benjamin. -digo.

-Você ainda não confia em mim? -pergunta magoado.

OS PROTETORES (revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora