Capítulo Três - Rebecca Moore

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Atenção!

Essa história ficou disponível para leitura até 10/09, foi retirada para revisão, sendo deixado apenas alguns capítulos para degustação.

***



Dois pés esquerdos.

Essa era a única explicação plausível. Eu tinha dois pés esquerdos e não tinha nenhuma noção de como andar com eles sem causar alguma catástrofe.

Deveria carregar comigo alguma placa que avisasse as pessoas para ficarem longe de mim. Uma cerca elétrica a minha volta também ajudaria. Porque assim, talvez, parasse de machucar as pessoas como o desastre ambulante que eu era.

Ainda posso sentir o olhar de raiva daquele cara sobre mim. E não era para menos. Ele podia ter se machucado gravemente com o café. Quero dizer, eu poderia tê-lo machucado. Como ele deixou bem claro, era a minha culpa, e isso era uma droga.

A dor de cabeça que antes era só um aperitivo de sua total intensidade, agora era um prato cheio. Minha cabeça toda latejava, e era difícil prestar atenção ao que as pessoas falavam ou o que eu fazia. Queria poder me trancar em uma sala escura e ficar lá até o fim dos tempos, sem ter que me preocupar em servir o café errado ou dar banho com café pelando em alguém.

Entrei na cozinha e segurei os dois lados da minha cabeça. Parecia que minha ela pesava uns dez quilos a mais, e que poderia explodir a qualquer momento.

Semicerrei os olhos enquanto caminhava pela cozinha.

- O que foi isso, garota? - disse Hannah, me observando molhar as mãos e as pressionar contra a testa.

- Um desastre estilo Rebecca. - eu suspirei, me apoiando contra um balcão.

Ela riu.

- Disso eu sei. E se quer saber, não é nenhuma novidade. Estou falando daquele cara.

Olhei para ela.

- É suposto que você fique organizando as coisas por aqui, sabe? Como, por exemplo, abastecer as máquinas e tudo isso. E não ficar espionando os clientes.

- Ah, okay. - ela bufou. - Sabe o quão entediante é ficar nessa cozinha? Oh, não, você não sabe, garota das mesas. Não me prive da única diversão que posso ter aqui. Além disso, aquele cara não é desses fáceis de ignorar!

Revirei os olhos, e gemi com a dor que isso causou.

- Ele simplesmente ficou sem camisa! - exclamou Hannah. - Tipo, foi um milagre Stevens não reprimi-lo por isso. Mas, oh, que pecado seria.

Mordi meu lábio, segurando uma risada. Imagino o que ela diria se soubesse o que ele queria que eu fizesse. Sinto minhas bochechas corarem só de pensar nisso. Foi como se ele realmente esperasse que limpasse a sua bermuda, com ele vestindo ela.

Sinceramente, eu não sei o que seria pior, limpar a sua bermuda com ele nela, ou limpá-la com ele fora dela e ele só com suas roupas de baixo...

- Alerta vermelho... - sussurrou Hannah, se afastando de mim.

Stevens rompeu pelas portas da cozinha, com toda a sua grande estatura, e caminhou direto para mim, parecendo querer esganar meu pescoço.

- Que diabos, Moore! - gritou ele, então abaixou a voz como se percebesse que os clientes poderiam escutá-lo gritando: - É assim que me agradece por ser complacente com você? Derrubando café nos meus fregueses?

Colidindo em Você (DEGUSTAÇÃO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora