Capítulo 1: Trabalho em dupla.

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Parece que hoje eu estou sendo bastante legal, ne? É. Essa é mais uma de minhas fic, e particularmente uma das que mais gosto. Espero que gostem dela também.

Boa leitura.

(...)

Eu sempre reparara nela, desde o primeiro ano, mas ela não fazia parte do mundo. Nunca fez e sempre demonstrou isso. Ela não queria fazer parte do meu mundo e as pessoas a minha volta, não queriam que ela fizesse. Aqui estava eu, no último ano e jamais tinha trocado mais do que trinta palavras com ela. O que a professora disse naquela aula foi: "Pesquisa em dupla." Ótimo, eu pensei. Mas então ela disse: "Eu vou escolher as duplas."

Os alunos suspiraram em coro de desgosto, pior foi ouvir Allyson e Dinah. O que? Como ela poderia me colocar com a Dinah? Eu nunca tive um diálogo com a garota, e pelo o que eu sabia, ela não gostava de mim.

– Ah, o que? - Eu ouvi ela resmungando lá no fundo da sala.

Suspirei trocando olhares com minha melhor amiga que estava ao meu lado. Ela me enviou um olhar de deboche.

– Vai ficar com a esquisita... Ui. - Ela sussurrou ao meu lado.

Camila desprezava Dinah ao máximo, porque a garota não estava nos padrões aceitáveis pra ela.

– Srta. Sophia, isso só pode ser um erro! - Dinah reclamava ainda no fundo da sala, a srta. Sophia, massageou as temporas, olhando para a garota.

– Certo, você é o erro... - Comentou Camila em voz baixa ao meu lado, no mesmo tom de antes, trocamos sorrisinhos.

–  Sim, está certo. Agora se junte a sua parceira de equipe. Quero você aqui na frente. - Srta. Sophia disse em tom definitivo, apontando para a cadeira onde Camila estava fazendo-a se levantar de meu lado.

Ouvi coisas batendo lá trás e logo depois Dinah veio se sentar ao meu lado, jogando sua bolsa de pano preta revestida de bottons de bandas, com violência em cima de nossa mesa. Mas ela não se sentou.

–  Quando minha pesquisa sair um lixo por causa de minha parceira, nem fodendo que não vai me dar um A. - Dinah disse ao meu lado confrontando nossa professora.

–  Dinah! Eu não vou aceitar desrespeito em minha aula. Quer conversar com o diretor? - A srta. Sophia perguntou a loira, olhando-a por cima de seus óculos.

–  Eu acho que quero sim. - Dinah disse por fim pegando sua mochila de volta e saindo da sala batendo os pés, não antes de mostrar a língua para a professora antes de passar pela porta.

Quando Dinah passou por mim, pude sentir seu cheiro, tão adocicado. Não era perfume, talvez fosse seu shampoo de cabelo, ela tinha um cheiro de bala, de doce, de chocolate. Tão gostoso. Vinte minutos depois, lá estava ela de volta, todos tinham começado suas pesquisas, menos eu que estava sem minha parceira. Mas a era uma pesquisa diferente, nós tínhamos que conhecer um ao outro, saber das coisas que gosta e que não gosta.

Criar um perfil, e isso levava tempo, era pro final do mês e valia metade da nota do semestre.

Ela entrou na sala, visivelmente mais calma, jogou novamente sua mochila sobre nossa mesa quando passou por mim, que eu segurei antes de deixar cair no chão, mas ela não pareceu notar, caminhou calmamente até a mesa da srta. Sophia, que ainda não tinha olhado pra ela. Apoiou-se sobre a mesa e começou uma conversa com a professora, logo as duas sorriam e notei o quanto o sorriso de Dinah podia ser charmoso. Como ela podia ser charmosa quando queria.

Mesmo que eu não escutasse o que ela dizia a ela, eu sabia que a srta. Sophia tinha algum tipo de afeição por aquela aluna, que logo vinha em minha direção e sentou-se ao meu lado. Não disse nada, bateu com suas unhas sobre a madeira da mesa e notei em seus dedos, ela usava um anel vivienne em seu dedo anular de prata e um outro anel em seu indicador que parecia mais uma aliança. Um anel vivienne, eu nunca vi alguém usando um desses. Nem saberia o nome se não tivesse visto em um anime.

–  O que? - Dinah perguntou em voz baixa e só então eu notei que ela estava me olhando enquanto eu encarava seus finos dedos. Me perdi um momento em seu olhos castanho escuro. Seus lábios tão vermelhos por causa do batom. Ela era adoravel. – O que? - Ela perguntou novamente, aparentemente incomodada com meu olhar.

– Nada. - Corei, sem perceber por quanto tempo eu a estava admirando.

 Dinah suspirou com uma ruga na testa, desviando o olhar de mim e pegando um caderno em sua mochila, me virei para o meu também, envergonhada de ter ficado encarando-a. Mesmo assim eu a observava com o canto do olhar. Ela pegou uma caneta tinteira, sim, uma caneta tinteira! E começou a escrever uma frase em seu caderno com perfeita caligrafia.

–  Gosta de anéis, ou, talvez ela goste de dedos, e também de encarar as pessoas. - Ela comentou em voz baixa, no mesmo tom que Camila tinha usado pra falar dela, mesmo assim, eu não pude evitar sorrir. O sinal tocou, hora de ir pra casa, aquela era nossa última aula. Ela escreveu algo mais na parte debaixo da folha, rasgou-a de seu caderno e entregou-a pra mim.

Starbucks, ás oito. Não se atrase.
– Dinah. 

Sua letra tão perfeita quanto antes. O que? Antes que eu pudesse falar algo mais, ela já tinha saido da sala. Camila se juntou a mim com rapidez e eu rapidamente tratei de colocar o bilhete de Dinah em minha mochila, junto com minhas coisas.

– Nossa um mês com ela? Como vai conseguir? Não suporto ela, é igual aquela tal de Jauregui! – Apontou com o queixo para uma garota de cabelos negros e olhos claros que saia da sala com a cabeça baixa – Esquisita! - Dei de ombros, pegando o resto de minhas coisas e me levantando, sendo seguida por Camila pra fora da sala.

– Ela não parece ser tão ruim.. - Camila soltou uma gargalhada ao meu lado.  – Realmente, ela não parece ser tão ruim quando não está na sala. - Revirei meus olhos, para o estacionamento da escola, podendo ver Dinah, entrando em um carro, que partiu de imediato.

Por um momento, não pude prestar atenção no que Camila falava ao meu lado, pois estava pensando no bilhete em minha bolsa. Não se atrase. Eu não me atrasaria.

– Ally, está me ouvindo? - Camila perguntou e embora eu estivesse totalmente inconsciente do que ela me dizia, acenei com a cabeça positivamente. Eu nunca pude imaginar que algo tão grande começaria depois um bilhete tão simples.

Starbucks, ás oito. Não se atrase.
– Dinah

Parceiras de Crime - (Dinally)Onde histórias criam vida. Descubra agora