FLASHBACK ON
- Você me paga seu safado, vou te pegar! - Eu gritava, enquanto corria atrás de um garoto mais velho do que eu, por corredores, cheios de espelhos quebrados por todos os lados.
- Lou não é de nada, corre feito uma menina! Não consegue me pegar! - Um Liam de catorze anos corria e zombando de mim. Apesar de apenas um ano de diferença de nossas idades, meu condicionamento físico era mais inferior do de Liam, passava facilmente por cinco.
- Crianças, venham lanchar, fiz Brownies para vocês! - Minha mãe gritava da porta da nossa casa de campo.
- A gente não é mais criança, mãe! - Eu gritava
FLASHBACK OFF
E então eu acordei, suado, assustado. Toda noite era assim, sempre o mesmo sonho, com as mesmas pessoas. Sem sentido. Eu dividia uma beliche com meu melhor amigo Liam Payne. Conheço Payne desde que ele nasceu, vi seu primeiro passo e seu primeiro tombo. Nossos pais eram melhores amigos, fomos criados como irmãos e continuamos com isso. Hoje em dia nós dois estamos sozinhos no mundo - Praticamente - Estamos no ano quatro mil e setenta e oito, em meio à um colapso, Lestrígones estão tomando a terra, essas criaturas foram criadas para fazer o bem, para servir os humanos, para servir a mim. Mas não foi isso que aconteceu. Eles se revelaram, rebelionaran-se contra a humanidade, ficaram mais inteligentes, muito mais inteligentes. Mudaram o seu físico, por questões de sobrevivência, antes criaturas de uma cor branca como a casca de um ovo e de meio metro de altura, agora eram animais de mais de dois metros de altura, com garras e dentes de geralmente trinta centímetros, de uma cor verde-escurecido, devoravam ferozmente qualquer coisa que ousava cruzar a sua frente - Ás vezes eram canibais - Eles foram se multiplicando cada vez mais, até que chegaram a um ponto em que a sua alimentação faltou, e eles então começaram a invadir nossas cidades, caçar nossa gente e destruir nossas casas.
Fomos obrigados a deixar tudo para trás e recomeçar do zero. Foram criadas três colônias ao sul de Los Angeles, elas estão a cem quilômetros de distância uma da outra, tudo para dificultar a localização. Apenas pessoas selecionadas podem fazer parte das colônias, geralmente pessoas brancas de olhos azuis ou verdes e cabelos loiros ou ruivos. O outros são usados como atração nas arenas ou eliminados pelos patrulhadores e deixados do lado de fora das grandes muralhas que envolvem as cidades para tentar a sorte.
Eu e Liam estamos tentando a sorte atualmente. Andamos alguns quilômetros por dia e a noite nos protegemos em casas abandonadas ou em árvores. Apesar dessas criaturas serem horrendas e inteligentes, elas têm a audição muito ruim, não ouvem nada na verdade, então é provável que se você usar uma roupa camuflada e se locomover por lugares escuros, você conseguira se salvar. Essa é a única opção ou saída.
Nossos pais tentaram isso, deixaram eu e Liam na cobertura de um prédio e foram tentar a sorte e chegar em uma colônia para buscar ajuda. Na época eu estava com o braço quebrado e precisava urgentemente de remédios.
Assim que meus pais saíram do prédio, eu os avistei do décimo andar. Meu pai estava usando uma calça e uma blusa preta, com galhos e folhas colados em seu corpo, uma verdadeira camuflagem. Me lembro também que naquela noite haviam cerca de vinte Lestrígones, todos estavam de quatro, farejando o chão.
Nossos pais estavam se distanciando cada vez mais de mim, de Liam e das criaturas horrendas.
Um Lestrígone de porte médio, estava farejando o chão até que começou a seguir os rastros de nossos progenitores. A mãe de Liam foi a primeira a ser pega, logo depois, seu pai.
Minha mãe foi partida em vários pedaços, desde o pé, até a cabeça. Meu pai tentou salva-la atirando um pedaço de pedra qualquer no Lestrígone que atacava minha mãe. Mas foi surpreendido por um segundo animal que passou a unha em suas costas e a rasgou como se fosse um simples pedaço de pano. Eu vi tudo, eu presenciei tudo. Aquelas imagens de ver minha própria família sendo rasgada como um pano, como se aquilo fosse a coisa mais simples de se fazer ou ver.
Liam está traumatizado, tem pesadelos constantemente com os animais. Ele gosta de ser mandão, na nossa relação amigo-irmão ele é quem manda, ele sempre gostou disso. Mas sempre quando tem essas crises de trauma, eu sou seu porto seguro, seu ombro onde ele pode chorar, eu sou o tudo dele, e ele é meu tudo.
Após acordar todo suado, decido tomar um copo de água.
Levanto e vou para a cozinha. Corredores escuros, portas trancadas, uma bela cena de um filme qualquer de terror. Os urros das temidas criaturas infiltravam nas paredes e se chocavam com meus tímpanos. O som era angustiante, de certa forma doloroso também.
-x-
"Lembra da mamãe? Ela chamava você de Denguinho, não é mesmo?"
Uma voz na minha cabeça ecoava e me fazia suar cada vez mais, o corredor parecia interminável, quando cheguei na cozinha a luz estava acesa.
- Puta merda! - Falo baixinho e me virando para achar o interruptor.
Assim que ás luzes cessam, pancadas na parede começam a surgir. As paredes eram de madeira, uma madeira velha e podre, cheia de cupins. Repentinamente os sons antes macabros, agora não existiam mais, durante uns vinte segundos tudo ficou mudo, nem mesmo o som da minha respiração era possível escutar, apenas o tic-tac do relógio de parede era perceptível.
De repente um barulho ensurdecedor quebrou o silêncio e a madeira podre da casa foi partida por uma mão. Uma mão verde-musgo com garras do formato de uma banana estava invadindo e logo em seguida mais outras cinco mãos começaram a fazer o mesmo.
- Lou! Aqui, venha logo! - Liam estava na porta do cozinha usando apenas uma calça. - Vamos Louis! - Ele terminou.
Liam me puxou pelo braço brutalmente e então saímos pela porta dos fundos e nos deparamos com um jardim. Um jardim de terror. As plantas antes coloridas agora eram apenas folhas murchas e sem vida. Os flamingos e anões de cerâmica estavam deformados, um verdadeiro show de horrores. As calçadas limpas estavam cheias de musgo e a água da piscina que antes alegrou a família que ali residia estava vermelha. O vermelho da água puxava para um preto. Sangue podre talvez.
Passamos pela cerca que envolvia o fundo do quintal e entramos mata a dentro. Tudo estava escuro, os urros das aberrações foram ficando mais fraco a cada passo dado por nós dois. E então, tudo cessou.
- Liam? Você está aí?
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CAMOUFLAGE • l.s • EM CORREÇÃO
FanficEm um cenário pós apocalíptico, Louis e Liam lutam para escapar das temidas criaturas e chegar o mais rápido possível em alguma das três colônias, Alfa, Beta e Ômega. Harry, um jovem cirurgião antes vangloriando por toda elite de Los Angeles, agora...