Saímos de mansinho para os pais dele não perceberem, fomos no ponto de ônibus e pegamos o primeiro que apareceu. Eu, particularmente, não sabia nem para onde estava indo. Sentamos um do lado do outro e eu perguntei para puxar assunto:
-O que tem na sua mochila?
-Nada de muito importante... Só comida, dinheiro que peguei do meu pai, água, roupas, meu celular e meu carregador... -Respondeu ele, Sem tirar os olhos da janela
-E você? -Falou desta vez olhando para mim
-Roupas, algumas economias, água, meu celular, meu carregador, meu fone de ouvido, Claro, aquele livro do Paulo Coelho que eu amo, um pequeno álbum de fotografias, uma caneta e um bloquinho de papel.
-bloquinho de papel? Pra quê? - falou ele rindo
-Sei lá... Eu sou louca. Além disso, nunca se sabe quando vai aparecer um garoto super gato e eu precise pegar seu WhatsApp. -Falei num tom irônico.
O ônibus parou em algum lugar perto de um lixão, Eu e Alexandre percebemos que só havia nós dois em todo o ônibus. O motorista desceu, falou com um cara estranho com uma cicatriz horrível na testa e apontou para nós com olhares maliciosos.
-Alexandre, Vamos dar o pé daqui! -Falo levantando rapidamente.
-Mas, para onde? E como vamos saber se eles não tem uma arma ou sei lá? -Ele falou assustado
-Vamos saber se eles atirarem. Vamos! -disse pegando minhas coisas rapidamente
Saímos correndo do ônibus parecia que tínhamos roubado alguém.
-Ei! Vocês dois aí! Parem agora -Ordenou o motorista
-Vamos atrás deles! -Falou o cara feioso da cicatriz.
-Corre Alexandre! Corre!
-Ei pirralhos! Entrem aqui! -Falou uma voz estranha vindo de um túnel.
Olhei para Alexandre, por um segundo senti que havia perdido totalmente o controle da situação.
Entramos no túnel e, Enfim, conseguimos despistar os caras.-Quem é você? Por que no ajudou?-Disse tentando esconder o nervosismo
-Responde logo cara... Vem cá, você mora aqui é? -Falou Alexandre
-Meu nome é Thiago... Prazer... Sim, moro aqui -Disse ele acendendo um cigarro.
PS: Eu reparei, (não sei se devia) só que achei melhor não comentar na frente do menino mas... Se me permitem, ele era o maior gato (SÓ QUE NÃO) Da face da terra!
O túnel era grande, sujo, com restos de comida espalhados no chão, embalagens fazias, buticas de cigarro e etc. Sem contar o mau cheiro. O menino estava sujo, tinha bastante olheiras e a pele pálida. Um mendigo oficial e de carteirinha.
-Bom... Obrigada pela ajudinha. Mas, por que nos ajudou? -Falei
-Simplesmente porque vocês iriam correr o dia todo. E porque preciso de uma "ajudinha" -falou ele com um tom irônico
-Q-Que tipo de ajuda? -Alexandre finalmente se pronunciou. E falou com um tom de medo.
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O Diário De Um Mistério
Misterio / SuspensoUma história que pode te fazer mudar o modo que vê as coisas.