The Bitch - Norminah

Bad.

POV DINAH

8 de Abril de 2015

:- Mãe, calma. Em que hospital vocês estão? O que o papai tem? — Ouvir aquilo doeria menos que levar um tiro. Meu pai estava no hospital. Meu pai. Minha mãe estava chorando no outro lado da linha. Minha mãe nunca chora na frente da gente.

:- A gente está no Dr. Dormec. Parece que ele teve um enfarto. Está desacordado.

:- Enfarto? Mas, como? Onde Regina está?

:- A deixei com sua avó.

:- Eu estou indo para aí!

:- Como você vai sair da escola sem autorização, Dinah?

:- Eu dou meu jeito. Eu já chego aí.

:- Ok.— Desliguei o celular e andei as pressas para o quarto onde estava meu vestido que eu usara ontem. O bendito estava todo molhado e cheirando a bebida alcoólica.

:- Aonde você vai? — Scarlet parou na porta me olhando.

:- Eu preciso sair. Me empresta uma roupa?

:- Sua mãe está te procurando?

:- Não.— Mordi a boca segurando o choro. Ela que ria parou em segundos quando viu uma lágrima cair em meus olhos. Eu não sei se iria falar para ela.

:- O que houve?

:- Eu preciso ir, Scarlet. Eu...— Passei os dedos no meu rosto secando algumas lágrimas que teimavam em cair.

:- Como você vai sair daqui chorando? Eu preciso saber o que houve! — Se aproximou tocando minhas mãos e tentando me olhar nos olhos. Virei meu rosto para que ela parasse de me encarar. Eu queria ir embora logo e ver meu pai.

:- Depois conversamos, agora eu preciso ir mesmo. Pega uma roupa pra mim?

:- Você vai voltar aqui? — Me entregou uma calça jeans e uma blusa.

:- Acho que sim.

:- Ok.

Entrei em seu banheiro me trocando rapidamente. Scarlet ainda continuava parada em pé ao lado da porta. Sua cara estava com um grande ponto de interrogação tentando entender o que acontecera. Peguei as chaves do meu carro e passei na sala pegando meu celular na mesa. Saí do apartamento deixando-a sozinha e com dúvida. Arranquei com meu carro até o hospital.

:- Posso ajudar? — Uma moça sorridente apareceu na porta. Ela usava um jaleco branco e carregava uma pasta nas mãos.

:- Eu estou procurado Gordon Han...

:- Ela está comigo! — Ouvi a voz da minha mãe. Seus olhos totalmente vermelhos e seu rosto inchado entregavam o quão ela deve ter chorado.

:- Mãe.— A envolvi em um abraço tão forte. Ela começou a chorar mais ainda. Eu não iria chorar agora, não ali na frente dela. Iria mostrá-la que seria forte, independente de qualquer coisa.— Como o papai está?

:- As coisas não estão boas. Ele teve um enfarto forte, está em coma induzido para não sentir dores. Foi tudo muito rápido, só sei que ele caiu na sala desmaiado.

:- Que horas isso aconteceu?

:- Foi de manhã. Eu tentei te ligar o tempo todo.

:- A senhora comeu alguma coisa? Se acalme, vai ficar tudo bem e o papai vai sair dessa.

:- Eu estou sem fome. Eu quero seu pai!

:- Eu também, mãe.— A abracei novamente. Coloquei meu queixo no topo de sua cabeça deixando algumas lagrimas caírem. Eu não podia perdê-lo agora. Ele precisava ver Regina crescer, meu pai prometeu que iria me ver formada na faculdade, ele disse que estaria lá para me aplaudir de pé.