Rio Sena.

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POV DINAH

31 de Janeiro de 2026

:- Amor, olha!— Apontei para o enorme anúncio pendurado na parede. Estávamos conhecendo algumas ruas de Paris enquanto trocávamos carícias e brincadeiras.— Circo do horror. Vamos?!

:- Não.— Prontamente respondeu. Senti suas mãos puxarem as minhas e seus olhos se arregalarem com o enorme circo em nossa frente.— Isso parece ser assustador.

:- Mani, você sabe que é tudo mentira, não sabe?

:- Sei, amor, mas... Eu não gosto. Não curto levar muito susto.— Suspirou.— A gente pode voltar para o hotel, assistir alguns filmes debaixo das cobertas e depois descontar o susto do filme transando.

:- Isso é uma proposta tentadora.— Lhe dei um selinho.— Mas eu quero conhecer esse circo.

Sem pestanejar, puxei suas mãos, fazendo-a murmurar diversas vezes e se arrastar no caminho oposto. Eu sei que ela tem medo dessas coisas de monstros anormais, mas seria legal.Bom, parecia, já que a fila estava um pouco grande. Compramos os ingressos e tivemos que esperar como todos. Normani estava em minha frente encarando o enorme circo, parecendo uma criança assustada enquanto segurava minha mão sem deixar de olhar para o lugar. Chegava a ser fofo vê-la com um enorme bico e as sobrancelhas franzidas.

:- Amor, a gente ainda tem chances de desistir, voltar para o hotel e assistir os filmes.

:- Mani, não tem nada demais lá dentro, é tudo fictício. Olha quanta criança vai entrar e você aí com medo.

:- Se eu fizer xixi nas calças você ainda vai me amar?— Franziu o cenho enquanto mexia nas mãos impacientemente. Pressionei meus lábios segurando o riso e concordei com a cabeça.— É sério, Dinah.

:- Amor, eu vou estar o tempo todo te protegendo, tudo bem? Não se preocupe, ninguém irá chegar perto para lhe machucar e se tentarem te assustar, feche os olhos e eu te guiarei.

:- Promete?

:- Prometo.— Sussurrei próximo ao seu rosto apreensivo. Depositei um beijo em sua testa e a empurrei pela cintura, já que a fila começara à se movimentar. Nossa vez estava chegando, o que deixava Normani ainda mais desesperada para que aquilo terminasse logo. Era engraçado e ao mesmo tempo confuso. A mesma viveu metade de sua vida em uma avenida assustadora, lidando com vários tipos de pessoa e agora está com medo de circos assombrados. Não que eu queira lembrar disso, apenas... Não sei.

Quando a entrada foi aberta, autorizando nossa passagem para o enorme portão, Mani fez de tudo para escapar, mas eu a segurei pela cintura e comecei à falar qualquer coisa em seu ouvido para acalmá-la. A parte da frente realmente era assustador, não posso negar, ainda mais com alguns palhaços que haviam nos chamado para entrar na pequena sala. Enquanto eles contavam sobre a história do circo, fitei Normani diversas vezes olhar para todos os lados tampando os ouvidos. Ela realmente estava assustada, mas o que a deixava ainda mais linda.

:- Amor, eu não vou conseguir.

:- Confia em mim?— Sussurrei contra sua nuca, o que a fez parar de se debater e relaxar os braços. Passei meus braços por sua cintura, grudando nossos corpos e comecei à guiar seus passos para frente. Normani passou o tempo todo de olhos fechados e dando passos lentos por conta das pernas trêmulas. As diversas pessoas que estavam em nosso grupo, se afastaram, já que a mesma estava em uma enrolação para dar o primeiro passo.

O primeiro palhaço apareceu, fazendo-a dar um berro e recuar alguns passos para trás. Pressionei meus dedos em seu quadril, segurando-a por alguns segundos. A única coisa que conseguíamos ver era pequenos focos de luzes iluminando as passagens. O lugar era muito frio, para dar um ar mais assustador ao ponto de não conseguirmos raciocinar por onde fugir. Meus pensamentos sumiram ao ouvir os gritos de Normani e um segundo palhaço se arrastando no fim do corredor aparecer. Ela tremia em meus braços e apertava minhas mãos com tanta força que eu tinha certeza que estaria sem elas no fim.

The Bitch - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora