Sweater Weather - Conto

Prólogo

I hate the beach.

But I stand in California with my toes in the sand.

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Santa Bárbara, CA - 26 de Novembro de 2015 - 8:00PM.

Dia de Ação de Graças.

Estava anoitecendo, Collin observava o astro rei se despedindo no horizonte e toda aquela paisagem de tirar o folego do acostamento no alto da estrada com um sentimento de satisfação no fundo do peito. Ele se recostou na lateral do velho conversível vermelho que o trazia tantas memórias dos últimos dias, cruzando os braços e desviando o olhar em direção a ela. Parada no limite da cerca, observando as rochas e as ondas do mar se quebrando ao longe, Collin não gostava tanto de todo aquele calor da Califórnia, apesar de ter nascido ali, preferia o frio de Nova York, mas estava feliz naquele momento. Ela tinha um sorriso tímido no rosto, enquanto sentia a brisa um pouco mais fresca do vento litorâneo lhe tocando aos poucos, os olhos fechados, os braços abertos como se estivesse voando, livre. Ela estava usando o seu velho suéter cinza e um short jeans curto de cintura alta, lhe disse que o suéter agora estava sobre sua custódia. Aquela peça de roupa já meio torta, com buracos na barra de tanto Collin o puxar de qualquer jeito, aquele agasalho de lã sortudo de uma figa, agora envolvia o corpo dela. Sua pequena Tessa, toda linda. A paisagem mais linda que ele já havia visto.

Aquela vontade de ter essa mesma liberdade se intensificando nele desde que a reencontrou naquela delegacia no centro de Nova York dias atrás, aquela vontade de ser livre junto com ela. Tessa. A Tessa olhos de toupeira. Quem diria.

Collin sorriu ao se lembrar do apelido que ela detestava, e que um dos garotos da escola tinham lhe dado quando ela tinha apenas 7 anos. Era tão exagerado, ela podia ser um pouco cega naquela época, as lentes dos óculos que ela usava eram um pouco grossas, mas nada como aquilo. Ele batera em Mike Thompson quando ele a chamou daquela forma. Tessa o ignorara, mas ele notara como ela havia se magoado com o apelido e na saída da escola não pensou duas vezes e socou o garoto de 10 anos que atormentava a sua melhor amiga. Claro, que aquilo acabou piorando tudo e Mike reuniu os amigos idiotas e continuaram a provocando no dia seguinte. Também revidaram o soco em Collin quando o encontraram sozinho no banheiro. Mas o tempo havia feito bem a Tessa, e ela passou a usar lentes de contato na adolescência, antes de convencer os pais aos dezessete anos a lhe pagarem uma cirurgia para correção permanente da visão.

- Do que você esta rindo, idiota? - ela perguntou assim que se virou o encarando, a sobrancelha arqueada, aqueles olhos incríveis que sempre o desvendavam. Aquele olhar intenso que estava deixando ele louco nos últimos dias.

Collin ficou em silêncio a encarando de volta, sentiu seu coração parar uma batida e depois acelerar, soltou o ar dos pulmões que não havia notado ter prendido e antes que ele pudesse se frear, já estava caminhando a passos largos pra junto dela e envolvendo sua cintura com os seus braços, a abraçando e depositando um beijo no seu pescoço, a sentindo estremecer em seu abraço enquanto o sorriso no seu rosto aumentava, ele havia descoberto o quanto aquele contato naquele local a deixa louca e iria sempre se utilizar disso de agora em diante. Ela se afastou minimamente e abriu os olhos, que haviam se fechado ao receber aquele beijo, o encarando antes de chocar os seus lábios contra os dele iniciando um beijo caloroso, como só os que ela sabia dar.

- Vamos pra casa Doc! Os velhos devem estar nos esperando para o jantar. - ela sussurrou ainda com os lábios colados aos seus, os olhos brilhando divertidos, vidrados nos seus. Ele assentiu minimamente, não querendo soltá-la nunca mais.

***

Nota da autora: Bem vindos a mais uma história minha! Esse é mais um pequeno conto, mas espero que vocês gostem. Não se esqueçam de comentar e votar clicando na estrelinha, agradeço de coração!

Vamos cair na estrada com Collin e Tessa? ;)