Mirror.

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"Cause the fame, and the money, and the girls will drive you crazy"

Abril de 2013.


03:27 da manhã.

Mais uma vez eu me pego acordado, completamente sem sono, com um turbilhão de pensamentos tomando conta da minha mente e me impedindo de sequer fechar os olhos. Quem sou eu? Justin Bieber. O responsável por uma febre que tomou o mundo. Apenas 19 anos, apenas 4 anos de carreira, inacreditável até mesmo para mim, mesmo depois de tanto tempo. Mas tudo tem seu preço, não é mesmo? Toda essa fama, o dinheiro, as fãs. Tudo tem seu lado positivo e negativo. Posso dizer que o lado negativo tem sobressaído com certa significância em cima de mim ultimamente. "Eu sou mesmo feliz?", a pergunta que não cala em minha mente. Da mesma maneira que eu ganhei, eu perdi. Da mesma maneira que me deram, também retiraram de mim. Tantas coisas que eu tive que abrir mão por causa de tantos flashes sobre minha imagem.

Amor, bom exemplo do que eu desisti por causa da vida que hoje levo. Não me refiro ao amor que eu sinto pela minha familia e amigos, ou o amor que eu sinto pelas minhas fãs, que sem via de dúvidas é gigantesco. Mas sim daquele amor que você sente por uma pessoa que se estabelece ao seu lado, um relacionamento. Selena. Amei e ainda a amo tanto. Não consigo explicar o quanto doeu, o quanto me rasgou por dentro ter que desistir de nós por causa da fama. Só que se não bastasse isso, cada passo que eu dei começou a ser observado. Comecei a ser perseguido, até na minha própria casa. Perdi uma das coisas que eu mais prezo, a privacidade. Odeio isso, odeio pensar que exista a possibilidade de estar sendo ingrato a tudo que eu tenho. Principalmente às minhas fãs, minhas beliebers. Tudo o que eu faço é pensando nelas, porque tudo que elas fazem é por mim, e isso é incrível. Mas cara, todo esse assédio, os paparazzis, perguntas que honestamente eu não acho que cabe a nenhuma dessas pessoas fazer, perguntas de cunho extremamente pessoal, as críticas e os julgamentos, isso tem me infernizado e feito com que eu duvidasse da minha felicidade. Pelo que sei, ainda sou um ser humano, eu cometo erros, tenho vontade de chorar, xingar, eu me apaixono, meu coração se parte às vezes e também pode acontecer de que eu parta um coração. Eu não sou perfeito, estou longe disso. Quero ter experiencias e fazer loucuras como qualquer outro jovem da minha idade. Mas gostaria de fazer sem ter uma câmera por perto. Gostaria de não ser julgado pelos meus erros, minhas amizades, meu comportamento ou meus relacionamentos.

Acho que não é muito a se pedir quando eu faço um esforço que exige tudo de mim só para agradar as pessoas, e nem assim eu consigo. Eu só queria a chance de viver minha vida em paz.

E foi assim que peguei no sono, lutando contra a insônia que tanto me atormentava, mais uma vez às 04:00 da manhã, após mais uma noite de show. Apaguei ali mesmo, sozinho naquela enorme suíte de hotel. Sozinho como tem sido quase todas as noites.


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