Wicked Game

Ops, I did it again.

Tem sido assim nos últimos meses, Lil me chapa cada vez com uma droga diferente, cada uma com um efeito diferente, na maioria das vezes eu fico completamente fora de controle e a gente acaba saindo pra boates e come algumas putas. Na manhã seguinte eu me arrependo. Mas sempre que ele chega com essas coisas perto de mim eu não consigo rejeitar. Um vicio está tomando conta de mim e eu não faço absolutamente nada pra impedir.

Fomos até a garagem do hotel pra que eu pegasse meu carro. O Lil estava em um estado pior que o meu, então eu dirigi. Dirigir chapado. Em Nova Iorque. Isso parecia loucura, porém loucura era tudo que eu queria fazer naquele momento.

Talvez eu tenha ultrapassado alguns sinais vermelhos, mas a busca por adrenalina era maior que o medo ou a preocupação. Minha Range Rover estava a quase 200 km/h e aquela era a melhor sensação do mundo. Eram ruas afastadas da cidade e praticamente não havia trânsito, fui em busca de uma boate qualquer, até mesmo um cabaré seria ultil. Depois de uns cinco minutos, avistei uma rua movimentada e achei o que procurava. Chegando na porta da boatezinha de quinta, caindo aos pedaços, e frequentada pela maioria de homens bêbados, com o casamento à beira do penhasco, procurando algum tipo de diversão, notei um grupo de prostitutas paradas à porta do cabaré, provavelmente falando um monte de futilidades. Claro que eram prostitutas até porque nenhuma outra espécie de ser humano se vestiria daquela forma num frio como aquele. Dirigi até onde elas estavam e abri o vidro assoviando para chamar a atenção delas. Nem precisei falar uma palavra sequer, quando elas viram que "Justin Bieber estava ali a disposição de seus serviços" todas vieram pra cima, como mendigos famintos vendo um prato de comida ofertado na sua frente. Lil se animou todo do meu lado e escolheu duas loiras siliconadas e eu escolhi uma morena, eu estava tão chapado que nem reparei no fisico dela, só sabia que ela era morena e tinha uns peitões provavelmente feitos de muito silicone. Elas entraram no carro, e se sentaram todas no banco de tras, Lil ligou o som e colocou Give Me Everything do Pitbull pra tocar bem alto. Já estava ficando excitado pois elas dançavam e davam uns gritinhos enquanto acariciavam meu peito. Mais uma vez eu estava dirigindo em alta velocidade a caminho de volta ao hotel. Era provavelmente 1:00 da manhã, e eu tive uma puta de uma sorte de nenhum paparazzi ter me perseguido. Essa não seria uma boa manchete para as revistas. Minha assessoria normalmente desviava notícias como essa da internet, mas às vezes era tarde demais.

Voltando ao hotel, guardei o carro na garagem e subimos para o quarto. Eu envolvia minhas mãos na cintura da morena, e bem, o Lil já tinha começado o trabalho antes mesmo de entrar no elevador. Chegando no quarto, não fizemos nada mais, nada menos do que começar a festa.

- Cara, vai com calma. Não me faça ver nada do qual eu vá me arrepender e ficar traumatizado depois.– disse rindo ao ver o Lil se pegando mais as duas putas no sofá. Ele nem ligou para o que eu disse e continuou lá.

Tinha pego algumas garrafas de vodka e ainda tinha um pouco da erva que aquele imprestável trouxe então resolvi acabar com ela. Fumava alguns cigarros enquanto a puta dançava no meu colo, se eu não me engano, ela tinha colocado pra tocar S&M da Rihanna. Eu sorria malicioso enquanto ela rebolava na minha frente. Até que depois de um tempo ela passou a rebolar no meu colo. Eu tragava provavelmente o 3º cigarro da vez. Estava completamente, totalmente fora de mim Comecei a beijar o pescoço dela, quando alguém abre a porta e entra no quarto, em um pulo tirei ela do meu colo e vi que era o Alfredo ali, e o pior, ele me encarava com certo desgosto, ele parecia chocado e decepcionado com a cena que viu. Então ele acordou de um transe e saiu correndo dali.

Ser pego no flagra, pelo meu melhor amigo, foi exatamente como um balde de água fria na minha cara. Eu simplesmente recuperei minha consciência me sentindo instantaneamente sóbrio, e então percebi a merda que estava fazendo. Tirei a puta do meu colo e me levantei pra sair dali e ir atrás do Fredo. Mas antes de sair, me virei para Lil, que parecia perceber o que havia acontecido, pois ele estava parado olhando pra mim, e disse:

- Vai embora e leva essas vagabundas com você. – foi tudo o que eu consegui dizer antes de correr porta afora e alcançar o Alfredo entrando no elevador. Segurei a porta pra que ela não fechasse e disse:

- Espera cara, me deixa explicar, eu posso te explicar tudo. – disse entrando no elevador e ficando de frente pra ele.

- Você não tem que explicar nada, mano. – ele disse ríspido e então prosseguiu: – Você prometeu, Justin, prometeu que não ia mais fumar, que não ia mais se envolver com drogas. – era claro o tom de decepção em sua voz. – E dessa vez, você fez muito pior, você trouxe um monte de prostitutas pro seu quarto, o quão baixo seu nível pode chegar? – A voz dele estava embargada e eu nunca me senti tão mal por fazer algo.

- Me perdoa cara, por favor. – foi tudo o que eu consegui dizer.

- Dessa vez, perdão não vai consertar as coisas, bro. Mas fica sussa, eu não vou contar pra ninguém, nem mesmo pro Scooter, aposto que sua consciência vai te fazer sentir culpado o suficiente. – ele disse e então o elevador chegou ao térreo e ele saiu.

Eu estava completamente perdido naquele momento, o Lil não deveria ter saido do quarto ainda, então notei que as chaves do meu carro estavam no bolso da jaqueta. Foi a melhor saída que encontrei naquele momento, fui direto pra garagem e sai dali pra dar uma volta, esfriar a cabeça e pensar no que eu vou fazer pra consertar a merda que eu fiz.