Aaron Prescott
Já faz muito tempo que eu vago por aí tentando encontrar algum motivo que me faça desistir de ser quem eu sou. De fazer o que eu faço. Mas por sorte, esses momentos passam em um piscar de olhos. E até hoje aconteceu duas ou três vezes em todos os meus mil anos de existência. Porque eu desistiria de ser a criatura mais poderosa de todo o mundo? Não há sentido. E nem mesmo escolha.
Acordo para mais um dia de trabalho. Vou ao banheiro e me observo no espelho, eu sei o quanto sou atrativo, "perfeito" nos padrões de beleza das mulheres de hoje em dia, o que deixa tudo mais fácil quando saio para caçar. Não é como se elas tivessem alguma escolha no final, mas eu gosto de me divertir as fodendo antes de fazer o que realmente quero com elas. O que foi? Sou homem, tenho minhas necessidades!
Coloquei meu terno impecável e ajeitei meu cabelo. Quando de repente escutei passos. Mas de novo!— Hey Liam! Já falei para bater antes de entrar! — Falei irritado com meu irmão.
— E eu já entrei. Então, só te lembrando de que nós temos as entrevistas com as estagiárias hoje às 9h.
Nossa. Ele insiste nisso!
— Porque não coloca o RH para cuidar disso?
— Porque ela vai trabalhar diretamente com a gente, Aaron, precisamos escolher bem. — Ele falou sorrindo sem vergonha. Sei bem do que está falando.
— Ok. Estarei lá.
Terminei de me arrumar e fui para a garagem, pegando minha Ferrari vermelho sangue. Novinha, acabei de compra-la. Tenho um fraco por carros. Tenho cinco. Um Porsche, Audi R8, Bugatti Veyron e agora, duas Ferrari. Minha mansão fica no condomínio mais nobre de toda Miami, pelo menos depois de tanto tempo eu tinha que ser um dos homens mais ricos do mundo.
Chegando a minha sofisticada empresa, entrei e recebi olhares sugestivos das recepcionistas. Tirei meu óculos de sol e permaneci sério, mas elas não se intimidam como minha falta de educação. Eu não sou gentil, não gosto de conversinhas alheias, papo furado, etc. Apenas quando estou caçando. Então eu finjo interesse, falo o que ela quer ouvir e pronto. Ao contrário do meu irmão, Liam, ele é todo sorriso, simpatia e conversas. Não, ele não é gay. Ele é tão mal quanto eu, apenas diz que prefere se distrair conversando com outras pessoas do que se "enfurnar" em sua mente doentia, como eu faço.
Sentei em minha cadeira e comecei a olhar os projetos. O que foi? Eu trabalho sim. Me formei em Engenharia civil. Meu irmão é Arquiteto, ele projeta, eu construo. Basicamente, pois não fazemos isso mesmo. Apenas conferimos, autorizamos e acompanhamos as obras, mandando nos outros. E já é muita coisa. Não estou reclamando, isso é uma boa distração. Ótima distração na verdade. Afasta todos os pensamentos insanos da minha mente doentia.
Meu telefone tocou e eu saio do transe que estava.
— Prescott.
— Vem logo Aaron, estou te esperando na sala de reunião do 2º andar. — Liam. Porcari4! São 9h05. Esqueci-me das m4lditas entrevistas! Odeio atrasos.
— Aí? Mas que dr0ga, porque não fez aqui em cima? Tá, tá estou indo. — Falei já irritado e desliguei a ligação. Me levantei e fui em direção ao elevador. Encontrando-me com uma inoportuna chamada Molly. Ah como essa mulher me irrita.
— Bom dia Senhor Prescott.
Dei um aceno com a cabeça e a porta do elevador se abriu, nós estramos. Ela sabe que mal a respondo, porque fica querendo puxar assunto? Senti seus olhos a me observar e peguei meu celular para mexer enquanto não chego ao meu destino.
— O dia amanheceu muito bonito hoje.
"Igual a todos os outros, praticamente". Pensei, mas não falei. Caramba, parece que vou chegar ao infern0, mas não chego no 2° andar.
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DEGUSTAÇÃO! SEGREDOS MORTAIS - Renda-se a mim.
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