Capítulo 4 - Convite.

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Aaron Prescott

Ela está sentada no banco do carona enquanto eu dirijo para a obra. Gosto de como ela fica totalmente sem jeito perto de mim. Nós não trocamos mais nenhuma palavra desde a empresa. Mas eu fui um cavalheiro e abri a porta do meu carro para ela entrar. O único som dentro do carro era o do rádio, que toca uma música qualquer, mas ela parece gostar...

— O que faz para se divertir? — perguntei. Ela me olhou um pouco pensativa, tá, eu já entendi que é algo inédito eu ficar puxando assunto, conversando normalmente como se eu não fosse grosso naturalmente.

— Ah, eu não costumo sair muito. De vez em quando uma amiga me arrasta para alguma festa, mas prefiro ficar em casa.

Huh, interessante.

— Hoje vai ter a inauguração de uma boate no centro, eu e Liam somos sócios e temos alguns convites guardados para dar para algumas pessoas... Vamos entregar dois a Molly, poderíamos dar dois a você também, para ir se divertir com sua amiga. — Oh, eu adoraria ver se ela é tão inocente quanto parece.

— É sério? — Ai céus! Porque essa menina fica toda hora perguntando a mesma coisa? Como se eu fosse um mentiroso, de ficar de brincadeiras. — E-er quer dizer, obrigada. — Ela tratou de se corrigir quando viu minha expressão fechada.

Chegando à obra, ela estava claramente animada. Ela saiu andando por aí tirando foto de tudo, e anotando algumas coisas que eu nem pedi para anotar. Ela deu bola para o papo dos pedreiros que trabalhavam ali, sorrindo feito idiota, achando que eles estavam sendo simpáticos com ela e não dando em cima dela. Como disse, patético. Depois de conversar com o responsável, eu fui até ela que estava distraída, anotando algo em seu caderninho e deu um pulo quando me aproximei.

— Nossa, você é assustada.

— Desculpa. — Ela falou sem jeito. Fechou seu caderno e começou a falar dos pontos que havia tirado as fotos.

— Podemos ir agora. — Falei e sai andando com ela logo atrás de mim.

No carro, pude notar que o clima entre a gente já não era tão tenso. Tá, eu admito, ela não é tão desagradável quanto pensei, e nem um pouco parecida com Molly. Mas eu também percebi o quanto ela se segurava pra não falar, ela realmente queria falar algo, eu via de relance o quanto ela abria e fechava a boca, em um conflito interno entre falar e não falar.

— Pode falar Mia Black.

Ela me olhou confusa. E eu a encorajei com o olhar.

— Não, é só que... Só pensei o quanto está agradável hoje sabe. Você está sendo gentil.

Segurei o riso.

— Prometi ao meu irmão que iria pegar mais leve com você.

— Obrigada, eu acho...

Entrei no estacionamento da empresa e nos encaminhamos para o hall de entrada com muitos olhares curiosos em nossa direção. Subimos em silêncio para nosso andar, já estava na hora dela ir embora, então fui direto para a sala do meu irmão e ela para a dela, passar as fotos que tirou da obra para o notebook. Entrei e vi Liam distraído mexendo no seu notebook.

— Vendo pornô? — Ele riu.

— Não. Trabalhado. — Ele olhou pra mim. — Foi tudo bem na obra?

— Sim, eu não matei a sua protegida. E nem se quer tentei enforca-la.

— Fico feliz com isso.

— Cadê os convites para a inauguração da boate?

— Ah, eu já os entreguei para a Molly.

— Sim, mas estou falando porque vou dar para a Mia. — Ele me olhou assustado. Abriu a gaveta e pegou dois.

DEGUSTAÇÃO! SEGREDOS MORTAIS - Renda-se a mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora